Escola Bíblica Dominical: A Mordomia das Finanças - Se Liga na Informação





Escola Bíblica Dominical: A Mordomia das Finanças

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D
esde que surgiu o dinheiro ou a moeda como meio de troca para a aquisição de bens e serviços, o chamado “vil metal” tem ocupado lugar proeminente na vida da maioria das pessoas. No princípio da humanidade, as pessoas trocavam mercadoria por mercadoria. Quem tinha peixe e não tinha frutas procurava trocar peixe por verdura, mas quem tinha verdura não queria trocar por peixe, e sim por trigo; não raro, quem tinha trigo não queria trocar nem por peixe nem por verdura, mas por roupas. Era o chamado “escambo direto”, onde se desenvolviam as trocas diretas de mercadorias. Era um sistema rudimentar de economia, em que as transações tornavam-se, por vezes, demoradas e difíceis, quando os interesses dos negociantes não se harmonizavam.
       Quando chegaram ao Brasil, os europeus usaram o escambo ou troca direta com os nativos. Trocavam espelhos, colares e outros bens por madeira preciosa, como o pau-brasil, animais exóticos, peles de animais, entre outras coisas, que tinham muito valor na Europa. Diante das dificuldades das trocas diretas, as pessoas usavam a imaginação em busca de soluções mais práticas. Descobriram que alguns produtos eram escassos e de interesse da maioria das pessoas. Assim, houve um tempo em que o sal, em sua forma bruta, era procurado e havia interesse do produto por praticam ente todas as pessoas. Então, o sal passou a ser uma espécie de mercadoria-moeda. Quem tivesse sal poderia trocar por quaisquer produtos de seu interesse pessoal. As pessoas também aceitavam que o pagamento de seus serviços fosse feito em sal. Daí se originou a palavra salário. Ainda hoje, quando um produto ou serviço é caro, alguém diz que o mesmo é salgado.

       O gado foi usado como “uma das primeiras mercadorias usadas como padrão para comparar os valores dos demais artigos”.1 As pessoas perguntavam: “Esse produto vale quantas cabeças de gado?”; algumas dessas mercadorias tinham inconvenientes por serem perecíveis, perderem peso, etc. Outras mercadorias também serviram para meio comum de troca, tais como conchas, ouro, prata, cobre e outros minérios por seu valor intrínseco, por serem cobiçados pelas pessoas e por serem raros e usados para satisfazer a vaidade de muitos. Os metais, fossem eles em pedaços ou lingotes, eram bem aceitos como meio De troca. Eram leves e não se desgastavam. Depois, os metais foram cunhados com efígie de governos e confiados a pessoas que os guardavam e emitiam recibos em papel, que podiam servir para resgatar o metal depositado.
       Tempos depois, com a evolução da economia, surgiu o papel moeda, que evoluiu para o que hoje conhecemos como meio de troca, a moeda fiduciária, o crédito bancário e, mais recentemente, até a chamada criptomoeda.2 Em resumo, a moeda, ou o dinheiro em espécie, ou em papel, títulos, ou créditos fazem parte da economia moderna. O movimento dos recursos monetários é a base das finanças das nações. Tanto as nações como as pessoas nem sempre souberam lidar com o dinheiro por causa da m á administração dos recursos econômicos e financeiros. Por outro lado, por haver “o amor ao dinheiro”, que é “a raiz de toda espécie de males” (1 Tm 6.10), países como o Brasil tornaram-se antros de corrupção desenfreada. Os cristãos precisam ser exemplo de referência na administração das finanças, as quais lhe são concedidas pela bondade e misericórdia de Deus. Reflitamos agora em alguns aspectos da mordomia das finanças por parte dos que valorizam a Bíblia como sua regra de fé e prática.

1 - TUDO O QUE TEMOS VEM DE DEUS

Na mordomia do dinheiro ou das finanças, o cristão deve ter consciência de que Deus é quem nos dá todas as coisas, tanto em bênçãos espirituais como materiais. Todas as pessoas no mundo pertencem a Deus, mas os que são seus servos também são seus filhos e possuem direitos inerentes a essa condição. Está escrito: “Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam” (cf. Sl 24.1). Todos os habitantes do planeta pertencem a Deus, uns, como criaturas, e outros, como seus filhos. Nós, que somos cristãos, temos algo a mais, pois somos filhos de Deus por criação e também por direito de filiação mediante a nossa fé em Jesus: “Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no seu nome” Jo 1.12).
      Na condição de filhos de Deus é que devemos ter consciência não só dos nossos direitos, como também dos nossos deveres sociais, morais, familiares e espirituais. O trato com o dinheiro merece um cuidado especial, pois o chamado “vil metal” tem feito muitos se tornarem ricos materialmente, porém miseráveis espiritualmente, como Jesus disse à Igreja em Laodiceia. Ali, os crentes pensavam ser ricos, mas, na avaliação do Senhor, não passavam de desgraçados, e miseráveis, e pobres, e cegos e nus (Ap 3.17). H á um corinho antigo e simples que diz: “Quem tem Jesus tem tudo; quem não tem Jesus não tem nada. Q uem tem Jesus tem tudo, no céu já tem m orada”. Assim sendo, o dinheiro deve ser visto sob o ângulo das coisas passageiras; ele é útil e necessário sim, mas deve ser utilizado com sabedoria, prudência e bom senso. Alguém disse com muita propriedade: “O dinheiro é um bom servo, mas um péssimo senhor”. Que Deus nos conceda a graça de sabermos lidar com esse meio de troca, que tanto facilitou o intercâmbio entre os países, as instituições e as pessoas.
      Além de propiciar-nos todas as bênçãos espirituais por sermos seus filhos, Deus também nos dá as bênçãos materiais. Na Oração do Pai Nosso, lemos: “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje” (Mt 6.11). Nos salmos, está escrito: “Quem enche a tua boca de bens, de sorte que a tua mocidade se renova como a águia” (Sl 103.5). Os não crentes têm as coisas por permissão de Deus, sejam eles ricos ou pobres, na condição de suas criaturas. Nós, seus filhos, temos as coisas, incluindo o dinheiro, como dádivas de sua mão. Davi tinha essa visão quando disse: “ [...] Porque tudo vem de ti, e da tua mão to damos” (1 C r 29.14). Assim, devemos entender que aquilo que chamamos de “nosso”, na verdade, não é bem nosso. E linguagem comum, que não expressa a realidade das coisas, pois tudo é de Deus (cf. Sl 24.1). A falsa ideia de que somos efetivamente donos de alguma coisa tem levado muitos a cometer erros e fraquezas, que resultam em grandes prejuízos morais, financeiros e espirituais.
       O velho dilema entre “o ter” e “o ser” tem sido causa de muitos debates sociológicos, filosóficos e teológicos. A natureza carnal, que é contaminada e influenciada pelo pecado, leva o homem a deixar-se dominar pelo desejo de ter mais e mais, ainda que o ser seja prejudicado. A busca do dinheiro e das riquezas materiais tem levado muitos a cometer maldades, violência e crimes inomináveis. Quantas mortes ocorreram por causa do dinheiro! Quantos crimes por causa de bens materiais, de terras, de carros, de ouro, de prata, de pedras preciosas! Precisamos ter cuidado para não nos deixar levar pelos enganos e armadilhas espirituais da já conhecida “Teologia da Prosperidade”, que prega que todo crente tem que ser rico materialmente, sem carência de bens materiais, porque, dizem eles, somos “filhos do Rei” e não podemos ser pobres. Essas são afirmações que parecem corretas, mas que não passam de mistificação e propaganda enganosa da graça de Deus. Jó foi exemplo de servo de Deus, um homem de qualidades extraordinárias: “Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e este era homem sincero, reto e temente a Deus; e desviava-se do mal” (Jó 1.1). No entanto, por permissão de Deus, de muito rico, Jó tornou-se paupérrimo. Manteve, entretanto, sua fidelidade a Deus, apesar de todo o sofrimento que experimentou. E ele foi recompensado, pois recebeu de Deus o dobro de tudo o que tivera antes: “E o S e n h o r virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o Senhor acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía” (Jó 42.10). Deus não promete ao crente ser rico neste mundo. Mesmo sem demonizar a riqueza, Deus não sataniza a pobreza. De forma alguma! Ele propicia bens materiais, adquiridos de forma honesta, para o bem-estar do homem. Está escrito: “Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias de vida da tua vaidade; os quais Deus te deu debaixo do sol, todos os dias da tua vaidade; porque esta é a tua porção nesta vida e do teu trabalho que tu fizeste debaixo do sol” (Ec 9.9).

II - COMO O CRISTÃO DEVE GANHAR DINHEIRO

     Há livros, inclusive bestsellers, que têm como objetivo ensinar as pessoas a ganhar dinheiro. São compêndios que visam o desenvolvimento pessoal com base no sucesso financeiro. Conhecemos casos em que certas empresas já dominaram muitas pessoas, induzindo-as a ficar ricas dentro de pouco tempo. Sua filosofia é a do “pensamento positivo”, segundo o qual as pessoas devem “sonhar” com grandes coisas, desejar coisas elevadas, inclusive utilizando as chamadas técnicas de visualização ou de controle da mente (mind control). Já tivemos em mãos mais de um tipo de material que apresenta essas técnicas.
Afinal, como devemos ganhar “nosso dinheiro”? Com base na Bíblia, anotamos as seguintes orientações:

     Com Trabalho Honesto. A ética bíblica orienta-nos que devemos trabalhar com afinco. Desde o Gênesis, após a Queda, vemos que o homem deve empregar esforço para obter os bens de que necessita. Disse Deus: “No suor do teu rosto, comerás o teu pão [...]” (Gn 3.19a). O apóstolo Paulo escreveu, dizendo: “Porque bem vos lembrais, irmãos, do nosso trabalho e fadiga; pois, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós, vos pregamos o evangelho de Deus” (1 Ts 2.9); “E procureis viver quietos, e tratar dos vossos próprios negócios, e trabalhar com vossas próprias mãos, como já vo-lo temos m andado” (1 Ts 4.11). Essas duas passagens, tomando o exemplo do apóstolo, orientam-nos que devemos trabalhar de modo diuturno, “para não sermos pesados” a ninguém. E lamentável que ainda existam pessoas que se dizem cristãs, que se comportam como parasitas da sociedade e vivem de igreja em igreja, pedindo a um e a outro, sem querer trabalhar. Tal atitude não tem apoio na Palavra de Deus. Com exceção dos que são realmente inválidos, das que são viúvas desamparadas, a quem a Bíblia dá o respaldo, todos devem trabalhar honestamente. Trabalho honesto, portanto, é trabalhar com denodo e dedicação; é procurar viver quieto, tratando dos próprios negócios e trabalhando com as próprias mãos.
       Devemos também entender por trabalho honesto o tipo de atividade que nos seja oferecido. Um irmão perguntou uma vez se ele podia trabalhar numa fábrica de bebidas alcoólicas. Respondi que poder podia, mas que este não era um trabalho honesto para um cristão. Levei-o a examinar o assunto sob o prisma do princípio da licitude e da conveniência. Perguntei-lhe se ele levaria bebida alcoólica para oferecer à sua esposa e aos filhos. Ele respondeu que jamais faria isso. Então, disse a ele que, se não queria algo para si e para sua família, então não deveria contribuir para que aquilo fosse vendido para outras pessoas. J á sabemos que a bebida alcoólica tem sido um dos meios usados por Satanás para destruir muitas vidas preciosas. Assim, não devemos procurar ganhar dinheiro com a produção desse agente do mal.
      Outro irmão foi convidado para trabalhar num motel e procurou-m e para perguntar se era lícito para ele, como crente em Jesus, ter essa ocupação. Indaguei-lhe sobre a finalidade daquele estabelecimento, e ele disse-me que era facilitar a prostituição. Então, perguntei se ele achava honesto trabalhar num lugar com tal finalidade e se tal trabalho serviria para a glória de Deus. Ele ficou sem jeito e ajudei-o a decidir, dizendo-lhe que confiasse um pouco mais e esperasse no Senhor para que lhe fosse concedido trabalhar num lugar honesto, e não num ambiente que tem por objetivo facilitar a prática ilícita de atividades sexuais. Precisamos ganhar dinheiro sim, mas, como cristãos, devemos fazê-lo de modo honesto, tanto pelo trabalho diuturno, constante, diário, como também em função de um a atividade lícita e conveniente para o cristão (cf. 1 Co 6.10).

      Fugir de Práticas Ilícitas. O cristão não deve recorrer a meios ou práticas ilícitas para ganhar dinheiro através do jogo, do bingo, da rifa, das loterias e de outras formas “fáceis” de buscar riquezas. Em Provérbios, lemos: “O homem fiel abundará em bênçãos, mas o que se apressa a enriquecer não ficará sem castigo” (Pv 28.20). O cristão também não deve frequentar casas de jogos, como cassinos e assemelhados. Tais ambientes estão sempre associados a outros tipos de práticas desonestas, como prostituição e drogas. Uma irmã procurou-me e disse que estava passando por grandes dificuldades financeiras, pois seu esposo estava desempregado. Ela estava grávida e precisando comprar medicamentos prescritos pelo médico. Ela, então, tivera a ideia de fazer um a rifa de alguns objetos que alguns irmãos deram a ela para poder conseguir mais dinheiro e, assim, amenizar suas dificuldades. Aquela irmã perguntou-m e se eu, como pastor, concordava com aquela prática. Respondi-lhe que não, pois essa não deveria ser a maneira correta de ajudar um a irmã necessitada na igreja local. Autorizei o Centro Social da Igreja a dar a ela um a cesta básica e providenciei certa importância em dinheiro para que comprasse os medicamentos de que necessitava, além de autorizá-la a falar com o dirigente da congregação para que buscasse entre os irmãos a ajuda necessária àquela pessoa, que era membro da igreja e não poderia ficar mendigando ou recorrendo a uma prática que não tem aprovação na Palavra de Deus, que ensina que devemos trazer todos os dízimos à “casa do tesouro” para que haja manutenção na casa do Senhor (Ml 3.10).
         Outro fato ocorreu com certo irmão que resolveu “jogar no bingo”, e ele assim o fez, sendo, inclusive, sorteado com um caminhão de dez pneus — um “traçado” na linguagem dos motoristas. Para ele, foi uma “sorte” daquelas ser contemplado no meio de milhares de pessoas. Com isso, ele procurou trabalhar com o veículo para ganhar mais dinheiro ainda. Durante alguns meses, as coisas até que iam bem; mas, um dia, quando ele procurou o carro, percebeu que havia sido roubado. O irmão foi à polícia, deu parte e aguardou as conseqüências. Certo dia, a polícia informou que o veículo fora localizado num determinado local, e ele providenciou para que o veículo fosse resgatado. Chegando lá, a pessoa que roubara o veículo foi presa, com ameaça de armas, algemado e levado para a cidade de onde o carro fora retirado. Resgatado o veículo, o dono vendeu-o e procurou aplicar o dinheiro em negócios que ele realizava. Porém, não foi bem-sucedido. Em pouco tempo, tudo o que ele ganhara com o produto daquele “bingo” foi perdido em prejuízos e perdas irreparáveis. Ao que tudo indica, Deus não aprovou a renda obtida por meio do jogo.

       Fugindo da Avareza e da Preguiça. Avareza é o amor ao dinheiro. E uma escravidão ao vil metal. Diz a Bíblia: “Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1 Tm 6.10). Deus não condena a riqueza em si, mas a ambição, a cobiça e a avareza. Abraão, por exemplo, era um homem muito rico; Jó era riquíssimo tanto antes quanto depois de sua provação Jó 1.3,10); Davi, Salomão e outros reis acumularam muitas riquezas, e nenhum deles foi condenado por isso. O que Deus condena é a ganância, a ambição desenfreada por riquezas (cf. Pv 28.20).

      O trabalho diuturno deve ser realizado pelo cristão. A preguiça não condiz com a condição de quem é nascido de novo. Jesus deu o exemplo dizendo: “ [...] Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo 5.17). O livro de Provérbios é rico em diversas exortações contra a preguiça (Pv 6.6-11).
        Há anos, observei alguns rapazes na igreja em que congregava. Eram quase novos convertidos e passaram a usar cada um um a pasta do tipo 007. Eles entravam no templo de paletó e gravata, com ares de pregadores itinerantes. Depois, fiquei sabendo que estes haviam deixado de estudar e estavam somente “no trabalho do Senhor”. Como dirigia o trabalho da Mocidade local, procurei-os para saber deles a razão daquela atitude. Eles responderam-me que haviam tido revelação de Deus para dedicarem-se somente à obra do Senhor. Argumentei com eles que não haviam feito muito bem, pois quando Deus chama alguém, este alguém sempre deve estar ocupado, como foi com José, com Gideão, com Davi, com Amós, com os apóstolos de Jesus, etc. Eles, contudo, não me deram ouvidos, pois a “revelação” falava mais forte.

III - COMO O CRISTÃO DEVE UTILIZAR O DINHEIRO

     Na Igreja do Senhor. Um velho pastor dizia: “O dinheiro de Deus está no bolso dos crentes”. De fato, Deus mantém sua igreja, no que tange à parte material, através dos recursos que Ele mesmo concede a seus servos. Na igreja, há várias maneiras pelas quais o cristão pode e deve contribuir de modo positivo e abençoado, contribuindo para o engrandecimento e manutenção da obra do Senhor.

       A contribuição com os dízimos . Entregar os dízimos para a manutenção material da obra do Senhor ou da casa do Senhor, é um a das maiores expressões de gratidão a Deus e amor por sua causa na Terra. A origem do dízimo remonta a uma iniciativa de Abraão (até então Abrão), quando este, com poucos homens, venceu um a batalha contra exércitos muito mais fortes, e livrou seu sobrinho Ló e toda a sua fazenda. Diante de tão grande vitória, ele demonstrou sua gratidão a Deus e entregou o dízimo de tudo o que recuperara ao sacerdote Melquisedeque (ver Gn 14.18-20). Essa atitude de Abraão foi aprovada por Deus a ponto de o dízimo ter sido incluído entre os preceitos da Lei. No livro de Malaquias, já sob época da Lei, vemos Deus corroborando o dever de ser pago o dízimo, levando-o à “casa do tesouro”, que, nos dias presentes, nada mais é do que a tesouraria da igreja local. Vejamos o que diz o texto bíblico em Malaquias 3.8-12.

      Muitos crentes nas igrejas não são fiéis na entrega do dízimo, alegando que se trata de exigência da Lei, não havendo determinação bíblica no Novo Testamento. Não sabem eles que a mordomia do dízimo tem grande significado para Deus. Teve origem antes da Lei com o gesto voluntário de Abraão, quando este entregou a Melquisedeque o dízimo de tudo o que resgatou num a batalha arriscada. Foi um ato de gratidão. Deus agradou-se disso e transformou o dízimo num preceito legal. O dízimo passou a ser “do Senhor” (Lv 27.30); destinava-se ã manutenção dos sacerdotes e levitas (Nm 18.21,24,30); os dízimos serviam para ajudar os órfãos e as viúvas (Dt 26.12); era mandamento do Senhor (Dt 14.22; Ml 3.10,11). O dízimo não foi abolido no Novo Testamento. Jesus, na verdade, trouxe a maneira correta da entrega dos dízimos. Ele repreendeu os fariseus, que entregavam os dízimos das coisas pequenas, mas esqueciam-se do mais importante da Lei: “o juízo, a misericórdia e a fé”. Diante dessa distorção, Jesus m andou fazer a entrega dos dízimos sem deixar de cumprir o mais importante da Lei. O dízimo era para o sustento dos sacerdotes e levitas. E hoje, será que não há mais essa necessidade? Claro que há! Os obreiros que vivem do evangelho em tempo integral precisam ser mantidos pelo evangelho. Diz Paulo: “Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que de contínuo estão junto ao altar participam do altar? Assim ordenou também o Senhor àos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho” (1 Co 9.13). O dízimo era para ajudar os órfãos e as viúvas. Hoje, da mesma forma, há muitos necessitados nas igrejas, e esses necessitados não podem viver de esmolas. O salmista disse: “Fui moço e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua descendência a mendigar o pão” (Sl 37.25). No Novo Testamento, cuidar dos órfãos e das viúvas é “a religião pura e imaculada para com Deus, o Pai [...]” (Tg 1.27). Diante dessa fundamentação bíblica, a mordomia do dízimo é de fundamental importância na vida da igreja. O ensino deve ser ministrado de forma clara e fundamentada na Palavra de Deus para estímulo à prática saudável da entrega do dízimo na Casa do Senhor.

      A contribuição com ofertas alçadas . Em segundo lugar, o crente fiel deve contribuir com ofertas alçadas (levantadas) de modo voluntário, como prova de sua gratidão a Deus pelas bênçãos recebidas. Com esses recursos (dízimos e ofertas), a igreja mantém a evangelização, as missões, o sustento de obreiros, o socorro aos necessitados (viúvas, órfãos, carentes, etc.), bem como o patrimônio físico da obra do Senhor, além de outras necessidades que podem surgir.

Os recursos da igreja local. Não provêm de governos ou de organismos financeiros. Toda vez que algum obreiro resolveu conseguir dinheiro para a igreja em fontes estranhas ao que a Bíblia recomenda, acarretou problemas para seu ministério e para os irmãos. Que Deus nos guarde de vermos igrejas envolvidas com “lavagem” de dinheiro, tráfico de drogas ou quaisquer outras práticas corruptas e abomináveis aos olhos de Deus. É de todo detestável que algum obreiro, que usa o dinheiro dos dízimos e ofertas, locuplete-se adquirindo bens em seu próprio nome, exceto com aquilo que lhe gratifica a igreja. Não é errado a igreja local receber recursos que lhe sejam oferecidos pelo Poder Público para obras sociais, ou mesmo para a melhoria do patrimônio, desde que isso não implique em compromisso político ou de outra ordem. Afinal de contas, se há subvenções para centros espíritas, terreiros de macumba, creches, hospitais e outras instituições, os cristãos também são cidadãos e pagam seus impostos e taxas, que devem servir para o bem comum. E preciso saber separar “o joio do trigo” nesse aspecto. O que não se deva aceitar é a concessão de recursos públicos para as atividades-fim da igreja: evangelização, ensino, adoração, louvor, etc.

No Lar e no Trabalho

      Evitando dívidas fora do seu alcance. Muitos têm ficado em situação difícil por causa do uso irracional do Cartão de Crédito (que, na verdade, é Cartão de Débito). As dívidas podem provocar muitos males, tais como: falta de tranqüilidade (causando doenças), desavenças no lar, perda de autoridade e independência. Devemos lembrar: “O rico domina sobre os pobres, e o que toma emprestado é servo do que empresta” (Pv 22.7). Outro problema é quando o crente compra e não paga, o que acaba gerando um mau testemunho perante os ímpios. Os casos citados no início deste capítulo ilustram bem o que é tornar-se escravo de dívidas fora do alcance dos rendimentos da família.


       Evitando os extremos. H á aqueles conhecidos como avarentos, que se apegam demasiadamente à poupança, em detrimento do bem-estar dos familiares. São os famigerados “pães-duros”. Estes preferem ver os filhos sob um padrão baixo de conforto, não adquirindo os bens necessários, somente com o desejo de “poupar” e entesourar para o futuro. Sabemos do caso de certo crente cuja esposa lamentava o sofrimento da família. Sendo ele um homem rico, limitava-se a entregar à esposa apenas uma nota de dez reais por semana para que a mesma fizesse “a feira”. Quando não dava para nada, ele estendia um a nota de valor menor, exigindo que ela tivesse cuidado com as despesas. Esse é um exemplo típico de um a pessoa avarenta, que ama o dinheiro acima da família.
      Se possível, comprar à vista . Faz bem quem só compra à vista. Se comprar a prazo, é necessário o crente avaliar sua renda e quanto vai comprometer com a prestação assumida, incluindo os juros. E importante fazer um orçamento familiar e observar o quanto se ganha, o que vai ser gasto (após dar o dízimo do Senhor) e, se possível, ficar com alguma reserva para imprevistos. Em nosso país, a renda média do povo é baixa; grande parte a recebe apenas o chamado “salário mínimo”, que não dá sequer para o mínimo previsto por lei. O crente em Jesus, entretanto, deve conter-se dentro dos limites de sua renda, seja esta grande ou pequena.

        Não ficar por fiador . Outro cuidado importante é não ficar por fiador. A Bíblia não aconselha isso. Basta ler Provérbios 11.15; 17.18; 20.16; 22.26; 27.13. Outro perigo é fornecer cheque para alguém utilizar em seu nome. Conheço casos de irmãos que ficaram em aperto por isso. Este autor já teve de ir ao banco pagar dívida contraída por alguém que o procurou, pedindo apenas a assinatura e que não se preocupasse, pois pagaria tudo em dia.

        Fugir do agiota . E importante fugir do agiota. E um a verdadeira maldição quem cai na mão dessas pessoas, que cobram “usura” ou juros extorsivos (cf. Ex 22.25; Lv 25.36). Esse tipo de atividade é ilícita e ilegal. Um cristão não deve praticar a agiotagem, que é o empréstimo de dinheiro de modo clandestino, geralmente, a juros exorbitantes. Quem assim procede aproveita-se da situação de aperto de certas pessoas, visando obter vantagem pessoal. Conheci casos em que o agiota cobrava 20% de juros de um a pessoa que estava necessitando de dinheiro e que não tinha condições de recorrer ao banco. Com uma taxa dessas, em menos de cinco meses, o devedor já terá pagado o que pediu emprestado e continuará devendo o mesmo. O que é mais triste é saber que há crentes que praticam esse tipo de coisa, explorando a necessidade alheia. A Bíblia condena tal prática.

        Pagar os impostos . Em Romanos 13.7, lemos: “Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra” (Rm 13.7). A sonegação de impostos acarreta prejuízo para toda a nação. O cristão não deve ser sonegador, pois isso não glorifica a Deus. Ainda que muitos aleguem que os governos não
 aplicam bem o dinheiro arrecadado, desviando para finalidades menos necessárias, etc., o cristão precisa comportar-se como cidadão dos céus no trato com o dinheiro. É um mandamento bíblico que paguemos os impostos.

CONCLUSÃO
O dinheiro pode ser um a bênção ou um a maldição, dependendo do uso que fazemos dele. Se o fizermos para a glória de Deus, com gratidão pelos bens adquiridos, seremos recompensados pelo Senhor. Que possamos ganhar o dinheiro de forma que agrade â Deus. Devemos utilizar os recursos financeiros de modo honesto, como verdadeiros mordomos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Que o Senhor nos ensine a usar da melhor maneira possível os recursos financeiros ao nosso dispor, como bênçãos de sua parte.
                                                                           TEMPO, BENS E TALENTOS
                                                                        Elinaldo Renovato de Lima



1 LOBO, R. Haddock. Pequena história da economia, p. 26.
2 O QUE É CRIPTO M OED A . Disponível em: https://financeone.com.br/. Acesso
em: Ago 23, 2018. Disponível em: h ttp s://financeone.com.br/. “A criptomoeda é um
código virtual que pode ser convertido em valores reais. Sua negociação se dá pela
internet, sem burocracias, sem intermediários, caracterizada pela ausência de um
sistema monetário regulamentado e da submissão a um a autoridade financeira (por
exemplo, o Banco Central do Brasil).” NOTA D O ESC RITO R : Investidores devem
ter cuidado com moeda que não tem regulamentação oficial.












       INTEGRIDADE NAS FINANÇAS –


      Eu trabalhei num banco durante dois anos aproximadamente, antes de estar envolvido no ministério em tempo integral. Era de praxe ouvirmos alguns gerentes nos mandando mentir, dizendo que eles não se encontravam na agência no momento em que transferíamos as ligações de alguns clientes, mas eu nunca aceitei fazer isto. Eu dizia que a opção era uma das duas: ou eles atenderiam o telefone ou eu falaria a verdade! Numa das primeiras vezes em que eu fiz isto, o gerente principal da agência disse que me despediria. Educadamente pedi-lhe perdão por dar-lhe a impressão que eu queria prejudicá-lo e expliquei as minhas razões para agir assim. Disse-lhe também que se ele me mandasse embora por isto, eu faria questão que ele explicasse por escrito o motivo da minha demissão.

Não fui mandado embora, e, com o tempo, todos os gerentes naquela agência bancária me confidenciaram que, devido a todo o meu comportamento, eles sabiam que eu também nunca mentiria para eles. Foi difícil no começo, mas eles aceitaram minha resolução em manter a integridade. E, se não aceitassem, eu sairia do emprego para honrar ao Senhor!

Deus deseja ser honrado e distinguido, não apenas através da entrega dos nossos dízimos e ofertas, mas também em tudo o que fazemos com os nossos bens e recursos materiais. Mencionamos no primeiro capítulo que há certas expressões de honra que não produzem nenhuma diferença no caixa e na contabilidade da igreja local. De modo semelhante, entender e praticar valores como a integridade e uma boa mordomia também são uma forma de expressarmos honra ao Senhor.

O nosso testemunho e a nossa conduta pesam bastante no conceito que as pessoas têm de nós, especialmente os não-crentes. Portanto, para honrarmos ao Senhor, precisamos saber como viver a integridade, a boa mordomia, e também como lidar com as dívidas.

Muitos de nós não conseguimos descobrir o quanto gastamos, e apenas vamos gastando! Entramos no cheque especial, no limite do cartão de crédito, tomamos emprestado, e vivemos pagando juros e ficamos endividados. É comum nos aventurarmos em empreitadas com as quais não poderemos arcar. São tantas as histórias de pessoas que perderam os seus carros ou os seus apartamentos porque não conseguiram continuar pagando as prestações assumidas!

Mas, quando falamos de honrar ao Senhor com os nossos bens, percebemos que as verdadeiras perdas não são as dos nossos bens e dinheiro, e sim as do mau testemunho gerado pela falta de pagamento. Portanto, o fato de termos um orçamento pessoal e familiar nos ajuda muito a evitarmos uma má administração financeira, que certamente terá um consequente mau testemunho.

PRESERVANDO O TESTEMUNHO

Tudo o que fazemos deve promover glória a Deus, até mesmo o que comemos (1 Co 10.31). Somos chamados para glorificarmos a Deus por meio da nossa conduta e das nossas obras:
“Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” (Mt 5.16)
Mas, infelizmente, muitos de nós fazemos o oposto em nossa vida financeira. As pessoas querem olhar para nós e ver uma conduta diferente.

PRINCÍPIOS DE INTEGRIDADE

 Vivemos numa sociedade em que “prosperar” é sinônimo de “brigar bem nos negócios”. A ideia de competitividade foi substituída pela idéia de uma guerra onde vale tudo. Em nome da sobrevivência, e com uma profunda manifestação de egoísmo, os homens alegam que eles aprendem a viver a prática de seus negócios alicerçados na mentira, na desonestidade, passando a perna uns nos outros, e, sem nenhum escrúpulo, tornam o jogo cada vez mais severo.
Diante disto, questionamos como deve ser a conduta do cristão na área financeira, uma vez que é tão fácil nos deixarmos levar pelo atual sistema mundano! Deus, no entanto, deseja que não nos conformemos com este mundo, mas que nos transformemos pela renovação da nossa mente (Rm 12.2). Precisamos deixar que os valores da Palavra de Deus encham o nosso coração, a ponto de mudarmos completamente de atitude e pensamento. A Bíblia tem princípios de integridade que precisamos absorver e praticar:
“Quem, Senhor, habitará no teu tabernáculo? Quem há de morar no teu santo monte? O que vive com integridade, e pratica a justiça, e, de coração, fala a verdade; o que não difama com sua língua, não faz mal ao próximo, nem lança injúria contra o seu vizinho; o que, a seus olhos, tem por desprezível ao réprobo, mas honra aos que temem ao Senhor; o que jura com dano próprio e não se retrata; o que não empresta o seu dinheiro com usura, nem aceita suborno contra o inocente. Quem deste modo procede não será jamais abalado.” (Salmos 15.1-5)

“Não furtareis, nem mentireis, nem usareis de falsidade cada um com o seu próximo… Não oprimirás o teu próximo, nem o roubarás; a paga do jornaleiro não ficará contigo até pela manhã. Não farás injustiça no juízo, nem favorecendo o pobre, nem comprazendo ao grande; com justiça julgarás o teu próximo.” (Levítico 19.11,13,15)
Não deve haver lugar para a prática de roubos, furtos, desonestidade, mentira, e qualquer outro desvio da verdade em nossas vidas. A base de todo tratamento que dispensamos ao próximo deve ser a justiça e a integridade. Quem faz vista grossa para isto, querendo lucrar depressa, não conhece o que a Palavra de Deus diz sobre o futuro dos que são desonestos nos negócios:
“Como a perdiz que choca ovos que não pôs, assim é aquele que ajunta riquezas, mas não retamente; no meio de seus dias as deixará, e no seu fim será insensato.” (Jeremias 17.11)
Queremos agora examinar um pouco mais o que as Sagradas Escrituras têm a dizer acerca destas áreas em que tanto necessitamos de mudança e compreensão.

BALANÇA JUSTA

Crescemos convivendo com a ideia de que o mundo é dos espertos, e que a melhor forma de se ganhar dinheiro é enganando aos outros. Mas, ao edificarmos o nosso negócio nestas bases, estamos trazendo sobre nós um princípio de maldição, e não de bênção!
A Palavra do Senhor revela que devemos ser justos em nossos negócios. Uma conhecida e antiga prática de “esperteza” nos negócios era o uso de pesos falsos nas balanças para se vender menos por mais aos compradores. Eles usavam um outro peso, diferente do padrão, para lesar os compradores. Observe o que as Escrituras ensinam sobre isto:
“Dois pesos são coisa abominável ao Senhor, e balança enganosa não é boa.” (Provérbios 20.23)
Alguém que deseje honrar ao Senhor com os seus bens não pode praticar, em seus negócios, o que o próprio Deus chama de abominação. Todo tipo de defraudação e engano é algo abominável ao Senhor. Isto não somente deixa de dar-Lhe honra, mas também O desonra!

FALANDO A VERDADE

Um outro princípio errado, e que portanto não permite a bênção decorrente da integridade na vida de alguém, é a mentira. A bênção divina está ligada à presença do próprio Deus, e a Sua presença em nossas vidas está condicionada à prática de determinados princípios, como por exemplo, o falarmos a verdade:
“Quem, Senhor, habitará no teu tabernáculo? Quem há de morar no teu santo monte? O que vive com integridade, e pratica a justiça, e, de coração, fala a verdade.” (Salmos 15.1,2)
Muitas pessoas já associaram a ideia de que, para se vender, é necessário mentir ou exagerar um pouco nos detalhes do produto. Inúmeros negócios estão fundamentados neste falso alicerce. Mas, na vida daquele que quer honrar ao Senhor, não há espaço para este tipo de prática, pois ela ofende a Deus.
“Os lábios mentirosos são abomináveis ao Senhor, mas os que agem fielmente são o seu prazer.” (Provérbios 12.22)
A mentira é chamada de algo “abominável” ao Senhor, e nada do que alguém diga para argumentar diminui a intensidade deste merecido adjetivo dado pela Palavra de Deus. Conheço crentes que não mentem para efetuarem as suas vendas em seus negócios. E mesmo assim prosperam; não pelo engano, mas com a bênção de Deus! Além disso, um dos motivos pelos quais eles possuem uma carteira de clientes fiéis se deve ao fato de que eles são dignos de confiança.

A bênção começa nestas coisas pequenas aos nossos olhos, mas que são relevantes aos olhos de Deus. Falar a verdade é um princípio de integridade que traz bênçãos sobre as nossas vidas. Precisamos crer nisto de coração e passar a vivermos segundo esta convicção.

CUMPRINDO NOSSA PALAVRA

Além da questão da mentira em si, há também o princípio de cumprirmos a nossa palavra, ou de não quebrarmos as nossas promessas. Quando o Diabo consegue fazer com que assimilemos estas práticas mundanas, além de nos roubar a bênção financeira, ele também consegue criar em nós uma imagem errada, que nos prejudica em nosso relacionamento com Deus. Como podemos crer nas promessas de Deus e tratá-las como imutáveis e irrevogáveis, se criamos para nós mesmos uma espécie de relatividade em nossos conceitos de verdade e cumprimento de promessas? Entre os princípios de integridade abordados, está o de jurarmos e não mudarmos, ainda que com dano próprio:
“Quem, Senhor, habitará no teu tabernáculo? Quem há de morar no teu santo monte? …o que jura com dano próprio e não se retrata.” (Salmos 15.1,4b)

Eu já fiz muitas promessas das quais me arrependi depois, mas aprendi a cumprir a minha palavra. Nos negócios devemos fazer o mesmo. Um cristão que quer honrar ao Senhor não pode combinar uma coisa e depois fazer outra. Ele não pode simplesmente voltar atrás em sua palavra, como se ele não tivesse prometido nada.
Estas atitudes podem até parecer que ajudam a gerar lucros, mas, no fim, sempre percebemos que lucrar com a falta da bênção divina não compensa.

Há muitos crentes que são roubados pelo Diabo em seus negócios porque abrem a porta da maldição pela sua falta de palavra, que é uma mentira! Para honrar ao Senhor (e sermos honrados por Ele) precisamos aprender a falar somente o que cumpriremos. E, se por acaso prometermos algo do qual venhamos a nos arrepender depois, então devemos honrar esta palavra mesmo que ela nos traga prejuízos. Foi disto que o salmista falou:
“…o que jura com dano próprio e não se retrata” (Sl 15.4b).

NÃO ROUBANDO

Roubar nos negócios é uma prática antiga. E a advertência divina contra isto também é milenar. A desonestidade de se vender menos por mais (roubar tanto na quantidade como na qualidade) é abominável ao Senhor. E há tantos cristãos agindo assim!
Já falamos sobre o princípio da balança justa, mas quero afirmar que lesar alguém pelo engano também é roubar, pois envolve uma perda imposta a alguém. Deus diz que Ele odeia o roubo. Portanto, devemos fugir disto, se queremos dar-Lhe a honra:
“Porque eu, o Senhor, amo o juízo e odeio a iniquidade do roubo; dar-lhes-ei fielmente a sua recompensa e com eles farei aliança eterna.” (Isaías 61.8)

Não podemos roubar. A justiça tem que ser a base dos nossos negócios. Os lucros injustos podem parecer bons, por serem mais fáceis, mas, no futuro, o que nos livrará da maldição e do juízo divino é a integridade:
“Os tesouros da impiedade de nada aproveitam, mas a justiça livra da morte.” (Provérbios 10.2)
“O justo tem o bastante para satisfazer o seu apetite, mas o estômago dos perversos passa fome.” (Provérbios 13.25)
A integridade pode parecer mais cara hoje, mas o futuro demonstrará que ela é o caminho mais lucrativo. Há crentes que roubam o seu patrão, usando os materiais da empresa em benefício próprio, fazendo ligações telefônicas, recebendo as horas em que não há produtividade, etc. Isto não é honrar ao Senhor em nossas finanças. E muitas vezes eles se justificam, tentando negar que isto seja um roubo, mas toda apropriação indevida do que não nos pertence é roubo, e ponto final! O apóstolo Paulo precisou dar a seguinte instrução aos crentes de Éfeso:
“Aquele que furtava, não furte mais…” (Ef 4.28).

Será que aqueles irmãos já não sabiam disto? A verdade, no entanto, é que muitas vezes roubamos sem admitirmos que se trata de roubo, mas, mesmo assim, isto é pecado, e, na qualidade de uma quebra de integridade, terá o seu preço de ausência de bênção. O meu primeiro emprego foi como office-boy numa repartição estadual. Certa vez comentei com um outro irmão mais maduro na fé que, embora o salário não fosse lá estas coisas, as regalias compensavam. Ao ser indagado sobre estas regalias, mencionei que tirávamos fotocópias de graça ali. E, sem nenhuma preocupação em me agradar, esse irmão me chamou de ladrão e me deu o maior sermão!

É lógico que ninguém gosta de levar bronca, mas não posso negar que o Senhor me convenceu de que o errado era eu! E parei de tirar as fotocópias desde então!
Examine a sua vida, e mesmo que você não seja um homem de negócios, pergunte a você mesmo se você não tem roubado nada. Só para dar uma dica, reter o dízimo é roubar! Sonegar impostos também! Os patrões que lesam os funcionários em seus salários também estão roubando e terão perdas, ao invés de bênçãos, por causa disso:

“Atendei, agora, ricos, chorai lamentando, por causa das vossas desventuras, que vos sobrevirão. As vossas riquezas estão corruptas, e as vossas roupagens, comidas de traça; o vosso ouro e a vossa prata foram gastos de ferrugens, e a sua ferrugem há de ser por testemunho contra vós mesmos e há de devorar, como fogo, as vossas carnes. Tesouros acumulastes nos últimos dias. Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos e que por vós foi retido com fraude está clamando; e os clamores dos ceifeiros penetraram até aos ouvidos do Senhor dos Exércitos.” (Tiago 5.1-4)

Insisto em afirmar que só dizimar e ofertar na igreja não quer dizer que estamos honrando ao Senhor! A forma como nos comportamos em relação ao uso do dinheiro e dos nossos bens revela se estamos honrando ao Senhor ou não!

NÃO DANDO NEM ACEITANDO SUBORNOS

O suborno é uma quebra da lei, ou das regras estabelecidas, mediante o pagamento (ou recebimento) de propinas. Alguém que deveria executar o que é justo e estabelecido se vende por dinheiro, e quem deveria ser punido pelo seu erro compra a sua impunidade ou facilitação.

A prática do suborno envolve a mentira e a quebra de integridade, tanto de quem paga o suborno como de quem o recebe. Ao falar sobre quem habitaria ou não perante o Senhor, o salmista não deixou de fora da lista este deslize; antes o descreveu como algo que nos exclui da presença do Pai:
“O que não empresta o seu dinheiro com usura, nem aceita suborno contra o inocente. Quem deste modo procede não será jamais abalado.” (Salmos 15.5)

A Palavra de Deus, na pregação de João Batista, ainda nos traz um pouco mais de luz sobre este assunto:
“Perguntaram-lhe também uns soldados: E nós, que havemos de fazer? Respondeu-lhes: A ninguém façais violência, nem deis denúncia falsa, e contentai-vos com o vosso soldo.” (Lucas 3.14 – Tradução Brasileira)

Ao dizer aos soldados que se contentassem com o salário recebido, João Batista estava lhes dizendo claramente que eles deveriam viver do seu salário e não se vender à ganância por meio de subornos. Os nossos policiais, fiscais, e outras autoridades erram quando oferecem o caminho das propinas. E quem se propuser a pagá-las (por já estar errando em alguma outra coisa) estará tão errado quanto os primeiros. Eu conheço policiais militares e fiscais cristãos que não se vendem por dinheiro algum, e, ao agirem assim, estão honrando ao Senhor. Aparentemente eles jogam fora dinheiro e o enriquecimento rápido, mas eles sabem que este é um princípio de Deus: o dinheiro que vem fácil vai fácil, pois não tem a bênção divina!

“Os bens que facilmente se ganham, esses diminuem, mas o que ajunta à força do trabalho terá aumento.” (Provérbios 13.11)
O que parece ser tranquilo no começo trará o seu preço posteriormente:

“Suave é ao homem o pão ganho por fraude, mas, depois, a sua boca se encherá de pedrinhas de areia.” (Provérbios 20.17)
Infelizmente, há muitos crentes que aceitam o pagamento de subornos. Se você for pego, com o seu carro, acima do limite de velocidade, não erre uma outra vez, aceitando pagar um trocado em favor da sua liberação! Eu já fui tentado neste sentido. O policial me disse que dez reais eram suficientes para ele fazer vista grossa ao meu erro. Eu disse que eu não pagaria a propina, que ele podia me multar, uma vez que eu reconhecia o meu erro. Ele me falou que a multa custaria muito mais, que não valia a pena querer ser moralista, e que ele estava querendo me ajudar a não gastar. No entanto, fiquei firme em minha posição. E como foi custoso convencer aquele guarda a multar-me logo! E como foi custoso também pagar a multa depois!

As pessoas pensam no valor da multa e imaginam que é um desperdício pagá-la. E de fato é! Porém, este desperdício se dá na hora em que infringimos a lei, e não quando o guarda nos pega. Depois de sermos flagrados pela polícia, a propina se torna muito mais cara, espiritualmente falando, pela perda da bênção!
Além de ser um caminho de bênção, a manutenção da integridade também é uma forma de honrarmos ao Senhor; não é uma opção, e sim uma condição exigida por Deus!

Texto extraído do livro “Uma Questão de Honra”
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                                                              Autor: Luciano P. Subirá.





               NOTA :     II SACO FURADO

“Tendes semeado muito, e recolhido pouco; comeis, porém não vos fartais; bebeis, porém não vos saciais; vesti-vos, mas ninguém fica quente; e quem recebe salário, recebe-o para o meter num saco furado. Assim diz Jeová dos exércitos: Considerai os vossos caminhos”. Ag. 1:6, 7.



As Famílias e o Dilema das dividas
 Você acha que a situação econômica do brasileiro está difícil mesmo, ou as pessoas estão reclamando sem razão? Todo o mundo precisa de dinheiro. Em quaisquer transações comerciais haverá necessidade de se utilizá-lo. E o dinheiro em si não é mal. Ele pode custear projetos magníficos; mas também promover a desgraça do mundo.


Histórico sobre a origem do dinheiro.
Dinheiro é o nome comum a todas as moedas. É o instrumento econômico que cumpre as funções de um meio de pagamento e de medidor de valor de caráter genérico. A mais antiga referencia ao dinheiro compreendem certos pesos de ouro e de prata, em forma de lingote Is. 7:21. Os antigos egípcios usavam ouro ou prata em forma de argolas, como dinheiro. Os valores eram determinados pela pureza do metal e pelo peso das pecas. O ouro era fundido sob a forma de barras ou cunhas. Algumas vezes essas barras eram marcadas, identificando-as com algum lugar especifico, como “O ouro de Ofir”. Is. 13:12. Visto que o transporte de barras e peças de metal em sacolas não era uma tarefa agradável de se fazer, tornou-se conveniente fazer pequenas peças de metal, com inscrições. Há uma referencia do historiador Heródoto ao fato de Creso rei da Lídia (562-546 ªC), ter introduzido as moedas ao mundo capitalista. A moeda cunhada, emitida por uma autoridade publica, garantia o peso e o valor de cada peça; sem essa garantia, o metal trocado deveria ser pesado no ator de cada transação. A função essencial da moeda é medir o valor de cada mercadoria. Ela é a representante universal da riqueza.
O dinheiro em cédula foi inventado pelos chineses no ano 812 da nossa era, e amplamente utilizado em 970. As primeiras cédulas bancárias do mundo foram emitidas na Suécia. É verdade que o dinheiro é a raiz de todos os males? – Não. O que a Bíblia diz é que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. I Tm. 6:10.

O amor do dinheiro está associado à ambição. Paulo cita um dito proverbial; declarando que o amor do dinheiro é raiz de todos os males, isto é, a cobiça, não o dinheiro como tal.

17 Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos; 18 que façam o bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente e sejam comunicáveis; 19 que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna. I Tm. 6:17-19.

Alguém disse que é preferível ser dono de uma moeda do que ser escravo de duas. O amor ao dinheiro abre caminhos para um bom numero de males, mergulhando os homens no caos. Aquele que acredita que com o dinheiro tudo se pode fazer, estão indubitavelmente dispostos a fazerem tudo por dinheiro.

Certa ocasião na Inglaterra, um pastor foi chamado ao leito de morte de um homem rico. Aproximando-se do moribundo, o pastor pediu que lhe desse a mão enquanto orava por ele nessa hora tão solene, porem, o moribundo se recusou a lhe estender a mão. Depois do desfecho, viram que a mão ríspida do morto encerrava a chave do cofre de ferro onde jaziam os seus bens. O coração e a mão daquele moribundo estavam-se aferrando as possessões que não podia levar para o além.

O dinheiro como fruto e resultado de trabalho, nada mais do que a recompensa merecida do próprio trabalhador. “... porque digno é o trabalhador do seu salário...”. Lc. 10:7.

Há basicamente três formas de se adquirir dinheiro:

 1º Indevidamente
Isto é, contrario a razão ou a o uso da regra. Isto envolve desde um pequeno furto, a o crime organizado. Jó disse que o ladrão assinala a casa de dia para roubar a noite. Jó. 24:16. O profeta Habacuque disse: “Ai daquele que ajunta em sua casa bens mal adquiridos, para pôr em lugar alto o seu ninho, a fim de livrar-se das garras do mal!”. Hc. 2:9.

2º Por Esforço Próprio
O esforço próprio está ligado ao trabalho. “Antes, te lembrarás do SENHOR, teu Deus, porque é ele o que te dá força para adquirires riquezas; para confirmar a sua aliança, que, sob juramento, prometeu a teus pais, como hoje se vê”. Dt. 8:18. . Paulo ainda deixa um conselho para todos aqueles que querem obter riquezas por meio de falcatruas. “Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade”. Ef. 4:28.

O que é trabalho?
Trabalho é o conjunto de atividades produtivas ou criativas, que o homem exerce para atingir um determinado fim. É o conjunto de exercícios que se destinam ao treinamento, desenvolvimento e aprimoramento físico, artístico, intelectual do indivíduo.

É uma ação progressiva e contínua que caracteriza como fator primordial para a produção de bens e serviços. Filosoficamente falando; o trabalho é o processo pelo qual o espírito humano, ao colocar nos objetos externos todas as suas potencialidades subjetivas, descobre e desenvolve plenamente a sua própria realidade. (Hegel).

 No marxismo, é atividade consciente e planejada, na qual o ser humano, ao mesmo tempo em que extraem da natureza os bens capazes de satisfazerem suas necessidades materiais, ao mesmo tempo estabelecem as bases de sua realidade sociocultural.

3º Por Herança
“Porém Abraão deu tudo o que tinha a Isaque”. Gn. 25:5. Paulo também fala que é dever dos pais entesourar para os filhos. “... Não devem os filhos entesourar para os pais, mas os pais, para os filhos”. II Co. 12:14.


SETE TIPOS DE CONSUMIDORES

                                  1- Os integrados:

A preocupação com família é a principal característica desse
grupo. Por isso, nunca tomam decisões individuais, sempre
coletivas. Os bens de consumo mais procurados por eles são
aqueles de marcas tradicionais, não arisca muito em novidades e
inovações.
Idade: 40 a 64 anos

Porcentagem da população: 26%

Classe social predominante: C
 (OS QUE GANHAM UMA RENDA ACIMA DE 4 SALÁRIOS MÍNIMOS)

O que procuram: segurança

Quem são: funcionários públicos, bancários e donas de casa.

Marcas apreciadas: Maizena, Brastemp, Nestlé, Coca
Cola, Novalgina e Bonzo.

                              2- Os emuladores:
Tidos como superficiais, materialistas e esnobes. Esses são
alguns dos adjetivos usados para defini-los. Para essa camada da
população, a embalagem é mais importante do que o conteúdo. Por
isso, compram tudo o que está na moda, aparece na mídia e reflete status.
Idade: 18 a 34 anos

Porcentagem da população: 25%.

Classe social predominante: A e D

(A, SÃO OS QUE POSSUEM UMA
RENDA ACIMA DE 20 SALÁRIOS MÍNIMOS.
D, SÃO AQUELES QUE GANHAM ABAIXO DE
4 SALÁRIOS MÍNIMOS).

O que procuram: aparência e status

Quem são: os ‘alpinistas sociais’ e ‘novos ricos’
Marcas apreciadas: Giorgio Armani, Malboro, Sony,
Ferrari, Moët Chandon e Smirnoff Ice.

                        3- Os vencedores:

O nome já diz tudo. Essa turma tem como objetivo vencer
na profissão. São aplicados, concentrados e organizados. Gostam
de viajar, ir a festas e praticar esportes competitivos. Quando o
assunto é compra, procuram prestígio e, acima de tudo, qualidade.
Idade: 25 a 29 anos

Porcentagem da população: 19%

Classe social predominante: A, B e C.

(A, SÃO OS QUE POSSUEM UMA RENDA ACIMA DE 20 SALÁRIOS MÍNIMOS. B, GANHAM ACIMA DE 10 SALÁRIOS
MINIMOS. C, GANHAM ACIMA DE 4 SALÁRIOS MÍNIMOS).

O que procuram: luxo e status

Quem são: empresários e executivos

Marcas apreciadas: Land Rover, Chivas Regal, Unilever,
Perrier, Jaguar e Christian Dior.


                                4- Os exploradores:

Vivem intensamente e adoram praticar esportes de aventura.
O objetivo é buscar novas experiências e sensações. São, quase
sempre, os primeiros a aceitar as evoluções tecnológicas e comprar produtos inovadores. Esse grupo é conhecido por criar as tendências.

Idade: 18 a 24 anos

Porcentagem da população: 10%

Classe social predominante: B e D
 (B, GANHAM ACIMA DE 10 SALÁRIOS MINIMOS. D, SÃO AQUELES QUE GANHAM ABAIXO DE 4 SALÁRIOS MÍNIMOS).

O que procuram: descobertas e desafios

Quem são: músicos, hoteleiros, diplomatas e artistas.

Marcas apreciadas: Google, Yahoo!, Harley Davidson,
WWF, Flash Power e Marathon.


                           5- Os transformadores:

São pessoas que visam mudar o mundo trabalhando em projetos sociais ou organizando protestos. Os consumidores desse gênero são os menos materialistas, vistos como intelectuais e buscam comprar produtos que sejam política e ecologicamente corretos.

Idade: 18 a 24 anos

Porcentagem da população: 9%

Classe social predominante: A e B
(A, SÃO OS QUE POSSUEM UMA RENDA ACIMA DE 20 SALÁRIOS MÍNIMOS. B, GANHAM ACIMA DE 10 SALÁRIOS MINIMOS).

O que procuram: um mundo melhor

Quem são: acadêmicos escritores e assistentes sociais

Marcas apreciadas: Greenpeace, MTV, Projeto Tamar,
Corpus, Nutry e Danone Activia


                                        6- Os resignados:


 Seguem os dogmas religiosamente. Não fazem nada do que
fuja às regras, respeitam as instituições e tentam passar isso para a família. Para essas pessoas, a compra está intimamente ligada à segurança e preço adequado.

Idade: 18 a 39 anos

Porcentagem da população: 6%

Classe social predominante: C e D
(C, GANHAM ACIMA DE 4 SALÁRIOS MÍNIMOS. D, SÃO AQUELES QUE GANHAM ABAIXO DE 4 SALÁRIOS MÍNIMOS).

O que procuram: viver de acordo com as regras

Quem são: operários e aposentados

Marcas apreciadas: Leite de Rosas, Fininvest, Nova
Schin, Novelas do SBT, Phebo e Soya.

                             7- Os inconformados:

É o típico grupo formado por pessoas insatisfeitas e que esperam que as oportunidades caiam do céu. Permanecem em casa assistindo televisão, se alimentam basicamente de fast food e fazem poucos planos para o futuro. A compra está relacionada ao preço e a uma gratificação instantânea.

Idade: 18 a 29 anos

Porcentagem da população: 6%

Classe social predominante: C e D
 (C, GANHAM ACIMA DE 4 SALÁRIOS MÍNIMOS. D, SÃO AQUELES QUE GANHAM ABAIXO DE 4 SALÁRIOS MÍNIMOS).

O que procuram: esperam pela sorte

Quem são: desempregados ou pessoas com empregos temporários

Marcas apreciadas: Velho Barreiro, Lojas Riachuelo, Mirabel, Brahma, Fritex e Panco.

Cada grupo tem uma particularidade. Um compra para aparecer, outro por segurança. Há quem busque novidade e outros, produtos ecológicos. O que faz uma pessoa pertencer a determinado gênero varia de acordo com as idades e com o estágio profissional.


CONSUMISMO

“Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão, e o vosso suor, naquilo que não satisfaz?...” IS. 55:2.

Quando gastar torna-se uma obsessão
O que é consumismo?
É o ato ou efeito, fato ou prática de consumir. É comprar em demasia. É o consumo ilimitado de bens duráveis. Na economia, é a doutrina de que um consumo crescente e ininterrupto é vantajoso para a economia; isto é, pra quem vende, e dificilmente pra quem compra. Etimologicamente falando, o termo consumismo é um composto de duas palavras, consumo + ismo.

Consumo é o efeito de se consumir, de gastar, esbanjar, dilapidar, malbaratar, dissipar, dispersar, espalhar, destroçar, derrotar e destruir.

Ismo é a partícula extraída da raiz grega ismós, surgindo no português como sufixo nominal, que designa uma doutrina, uma escola, uma teoria ou principio artístico, filosófico, político ou religioso.

 Portanto, pode se dizer acertadamente que consumismo é a religião do dispêndio excessivo e desastrado que leva o indivíduo ao prejuízo e a grandes perdas.

Se Jesus condenou veementemente a ansiosa solicitude pela vida – o que comer, o que beber e o que vestir Mt. 6:25-34 – como não condenaria veementemente os gastos exorbitantes e desnecessários? Além da reprovação do consumismo, o Senhor deixou bem claro que a vontade de gastar não mata a sede interior de ninguém, não enche o enorme vazio existencial, não torna ninguém mais seguro nem mais feliz... Todos precisamos ouvir o que Jesus disse com absoluta clareza: “Há maior felicidade em dar do que em receber” At. 20:35. NVI. Talvez pudéssemos usar uma expressão mais ou menos sinônima: “Há mais felicidade em dar do que em comprar”. Tiago denuncia o uso da oração na prática do consumismo: “Nada tendes, porque não pedis; pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres”. Tg. 4:1, 2.

Em apenas duas horas, 30 milhões de alemães, holandeses e belgas podem chegar ao shopping center de Obehausen, a noroeste da Alemanha, um paraíso de consumo do tamanho de 200 campos de futebol. Enquanto isso, bem longe dali, 70 milhões de africanos não sabem de onde virá sua próxima refeição;

Comprar, comprar e comprar... Muita gente compra para obter status, por necessidade, ou até mesmo por modismo, mas há quem compre pelo simples prazer que esse ato proporciona. Essas pessoas são os chamados consumidores compulsivos e formam 3% da população brasileira.

A patologia moderna enfatiza haver uma doença que ataca esse tipo de compulsivo, é caracterizada como um transtorno de personalidade e mental, classificado dentro dos transtornos do impulso. Para o consumidor compulsivo, o que lhe excita é o ato de comprar, e não o objeto comprado. Essa pessoa "tem vontade de adquirir, mas não de ter", maioria dessas pessoas é composta por mulheres, mas todas possuem temperamento forte, são ágeis, dinâmicas, inquietas, perfeccionistas, possuem uma desenvoltura social e cultural maior, são imediatistas e muito inteligentes. "O mais interessante é que essas pessoas têm tendência a serem as mais inteligentes do que a média das outras pessoas. De alguma forma essa vantagem intelectual não é aplicada na vida, porque racionalmente são pessoas que, depois da compra, são capazes de saber que fizeram besteira". Na hora da compra, a avidez por comprar fala mais alta. Os compulsivos possuem uma fixação maior que a fixação do viciado em cocaína.

Os compulsivos contraem dívidas de até dez vezes maior que a sua renda mensal, o que gera problemas pessoais e familiares. Quando são privados dos meios de compra, chegam até a roubar. Essas pessoas, até então, eram honestas e se deixaram levar pelo impulso de comprar. Algumas vezes aplicam golpes, passam cheque sem fundo e pedem dinheiro emprestado para quitar dívidas advindas de sua compulsão. Não é um defeito de caráter, é uma doença mesmo, a pessoa não é desonesta, ela tem uma incapacidade de controlar esse impulso.

Essa compulsão é uma síndrome básica obsessiva das neuroses, cuja finalidade é liberar as angustias e os problemas da vida por meio do consumo exorbitante. Geralmente essas pessoas apresentam outros tipos de impulsividades, como fazer muito exercício, comer exageradamente e trabalhar muito. Mas não compulsivamente, como o obeso ou o workaholic, mas fazer tudo com exagero. Ao comprar, elas não pensam em colecionar coisas, mas acabam sempre comprando um determinado tipo de objeto. Muita gente acha que o consumidor compulsivo compra apenas por problemas emocionais. A depressão está muito ligada a isso, mas não é o que determina o impulso para a compra. As pessoas compulsivas, mesmo quando tratadas com medicamentos antidepressivos, não deixam de ter seus impulsos e, quando conseguem se recuperar passam por uma crise de abstinência parecida com a dos usuários de drogas pesadas. O compulsivo acaba comprando excessivamente porque não resiste ao seu impulso, e, enquanto não realizar a compra, se sente ansioso, irritado e suas mãos ficam suadas. Infelizmente essas pessoas com transtorno vivem em uma sociedade que respira propaganda.

 Nos Estados Unidos, por exemplo, antes de chegar aos caixas do supermercado, você tem que passar por um 'corredor-polonês' cheio de produtos. Aqueles são produtos típicos de compra por impulso, mas que atingem todos os tipos de consumidor. No caso dos consumidores compulsivos, eles tornam-se presa fácil para os estímulos do marketing. A verdade é que o marketing não tem o propósito de agir sobre as pessoas compulsivas, e nem tem como distinguir quem é normal e quem compra compulsivamente. Às vezes, o fato de um produto estar bem colocado na vitrine, ou em promoção, ou até sendo degustado em um supermercado, pode levar o compulsivo a comprá-lo porque chama sua atenção, mas ele poderia comprar qualquer outro produto, pois o impulso que lhe faz comprar independe do que ele vai adquirir. "Imagine a pessoa que está propensa a comprar. Ela responde bem a esses estímulos, e muitas delas sentem uma sensação de completude. Por não ser uma compra planejada, ela pode comprar aquilo que estiver chamando mais a atenção na hora",

Nos casos de compra por Internet ou TV, por exemplo, há muita devolução do produto justamente porque ele não é o mais importante no ato da compra. Quando o produto chega em casa, a pessoa percebe que comprou algo inútil e o devolve.

Para esses consumidores compulsivos, O pessoal que é mais racional sugere que você saia com uma listinha e a siga rigorosamente. “É uma forma de você se defender dos estímulos permanentes e que estão em qualquer lugar, gastando menos".

Conta-se que uma certa vez, Sócrates passeava pelas vias comerciais da antiga Grécia, ao ser abordado por uma vendedora, esta lhe perguntou: “O senhor deseja comprar alguma coisa?” ele responde: “não!, eu só estou olhando tudo aquilo que eu não preciso para ser feliz!”.

Nunca houve tanta riqueza, nem tanta pobreza como hoje. Se dividíssemos a riqueza toda em partes iguais, cada habitante do planeta teria 360 dólares no inicio do século passado, e 3 mil dólares no final do mesmo século; isto corresponde ao um crescimento de 8,3 vezes em 85 anos. No entanto, há muito mais gente passando fome do que em qualquer outra ocasião da História.

 A fortuna do falecido presidente filipino Ferdinando Marcos, atribuída à malversação de fundos acumulados durante os anos de ditadura, daria para pagar o salário de um dia de 500 milhões de habitantes.

Em 2003, o ator Ben Affleck deu de presente à namorada (Jennifer Lopez) um vaso sanitário revestido de pedras preciosas, no valor de 100 mil dólares.

 A coroa da rainha da Inglaterra tem 2.868 diamantes, 16 safiras, 11 esmeraldas, 5 rubis e 273 pérolas.

Ao morrer, Dr. Roberto Marinho deixou em seu guarda- roupa 3.700 gravatas;

O valor das compras feitas por crianças e adolescentes nos Estados Unidos chega a 30 bilhões de dólares;

Numa única viagem a Paris, Roma e Nova York, Imelda Marcos, esposa de Ferdinando Marcos (presidente das Filipinas) comprou 1.500 pares de sapatos e 2 mil vestidos;

Em 2004 foram vendidos 30 milhões de aparelhos celulares no Brasil, isto corresponde a 6 aparelhos per cada Brasileiro;

A cada safra, o Brasil perde cerca de 10 milhões de toneladas de grãos antes e depois da colheita, principalmente durante o transporte;

Outro fator inquietante é o desperdício de alimentos no Brasil. É um problema que deve ser cuidadosamente observado. Em nosso país, são desperdiçados cerca de R$ 142 bilhões por ano, jogando-se alimento fora. Este dinheiro seria suficiente para distribuir um salário mínimo para 8 milhões de famílias durante 1 ano.

                                             EXTRAÍDO LIVRO : Reestruturando o Alicerce Familiar

                                                                                           Cícero da Silva Cordeiro




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