Escola Bíblica Dominical: O Divórcio e a Quebra de Uma Aliança - Se Liga na Informação





Escola Bíblica Dominical: O Divórcio e a Quebra de Uma Aliança

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Lições Bíblicas nº 59

TEXTO BÍBLICO BÁSICO

Mt 19.1-11
1 - E aconteceu que, concluindo Jesus estes discursos, saiu da Galiléia, e dirigiu- se aos confins da Judéia, além do Jordão;
2 - E seguiram-no grandes multidões, e curou-as ali.
3 - Então chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-o, e dizendo-lhe: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?
4 - Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez,
5 - E disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne?
6 - Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.
7 - Disseram-lhe eles: Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la?
8 - Disse-lhes ele: Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim.
9 - Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.
10 Disseram-lhe seus discípulos: Se assim é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar.
11 - Ele, porém, lhes disse: Nem todos podem receber esta palavra, mas só aqueles a quem foi concedido.
TEXTO ÁUREO
"Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.", Mt 19.6

COMENTÁRIO

Palavra introdutória
O que a Bíblia ensina sobre divórcio? Como a Igreja deve comportar-se em relação a esse tema? Quais as causas do divórcio? É possível ter o casamento restaurado? Essas e outras questões serão abordadas nesta lição?
1. O DIVÓRCIO E AS ESCRITURAS

1.1 Moisés e o divórcio
A união permanente e íntima entre um homem e uma mulher é desenvolvida na Bíblia, desde o Antigo Testamento, como o propósito perfeito de Deus. Em decorrência do pecado de Adão e da dureza de coração, a separação de casais vem marcando a história de muitas famílias.
Foi com o objetivo de minimizar essa situação que Moisés estabeleceu algumas diretrizes. O divórcio seria permitido (tolerado) se houvesse coisa indecente (possivelmente questões de natureza sexual) na mulher. Então, o marido daria a ela uma carta de repúdio (documento por escrito) e a despediria de sua casa. Essa carta concedia à mulher o direito de casar-se novamente com outra pessoa e possibilitava-lhe livrar-se do estigma do divórcio e da rejeição social.
Muitos, porém, interpretavam a expressão coisa indecente como qualquer coisa fora do agrado do marido (Dt 24.1-4), inclusive não gostar da comida feita pela esposa. Foi com esse sentido que os fariseus perguntaram a Jesus se era permitido dar carta de divórcio por qualquer motivo (Mt 19.3). Outros, no entanto, limitavam a expressão coisa indecente somente aos casos de infidelidade conjugal.

1.2. Jesus e o divórcio
Havia, no tempo de Jesus, duas escolas rabínicas famosas: a do Rabi Shammai, que interpretava Deuteronômio 24 apenas para casos de adultério, e a do Rabi Hillei, que ensinava, a partir dessa passagem, a possibilidade de divorciar-se por qualquer motivo. Já o Senhor Jesus declarou em resposta aos fariseus (Mt 19.3):
  • As características do casamento ideal - Princípio do monogamia (macho e fêmea); ato público com dimensões sociais (deixará pai e mãe); união física heterossexual (e se unirá a sua mulher); e indissolubilidade do casamento (serão dois uma só carne). Portanto o que Deus ajuntou não separe o homem (Mt 19.6).
  • A causa primária do divórcio - A dureza do coração humano. Mas, ao princípio, não foi assim (Mt 19.8). A separação nunca esteve no coração de Deus.
  • A causa secundária do divórcio - Em casos de prostituição (relações sexuais ilícitas, adultérios) (Mt 5.31,32; 19.9). Nessa situação, Jesus reconheceu a possibilidade de um novo casamento. Mesmo quando ocorre a infidelidade, a primeira opção é o perdão. Deus, enquanto marido, sempre esteve disposto a perdoar o povo israelita (Is 50.1,2; Jr 3.1-10). Ele, inclusive, ordenou ao profeta Oseias que perdoasse à sua esposa (Os 3.1). 
1.3. Paulo e o divórcio
Paulo não tratou o tema do divórcio de modo exaustivo. Quando indagado pela igreja de Corinto sobre o assunto, ele reproduziu os ensinos de Cristo e acrescentou mais um ponto que viabilizaria do divórcio: o crente abandonado pelo cônjuge descrente (1 Co 7.10-16).


1.4. Pontos fundamentais nos ensinos de Moisés, Jesus e Paulo É importante que alguns pontos nos ensinos de Moisés, Jesus e Paulo sejam salientados. Os três:
  • ensinaram sobre o propósito original do casamento, isto é, a união permanente e exclusiva entre os sexos masculino e feminino como bênção de Deus;
  • trataram o casamento com a seriedade devida, buscando respostas aos problemas reais;
  • não ignoraram os problemas decorrentes do divórcio;
  • mesmo que minimamente, apresentaram possibilidades para o divórcio, Por quê? Porque eles trataram o problema de maneira real e em contexto humano.

2. A PRÁTICA DO DIVÓRCIO
A naturalidade com que é tratada a separação faz com que muitos casais não busquem solução para superar suas crises conjugais. Esse cenário, aliado à negação dos princípios bíblicos e à superficialidade dos relacionamentos, é o resultado de uma geração que está perdendo o temor a Deus e o zelo por Sua Palavra.
____________________
Infelizmente,  a prática do
divórcio tem-se tornado um
estilo de vida. Há incompatibi
lidade? A comida está salgada?
Ele não gosta de banho?
Solução: separa e arruma outro(a)!
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2.1. As causas do divórcio
Conflitos no lar são normais, fazem parte de qualquer convivência humana. A questão, na verdade, o que fazer para superar esses desentendimentos. Eis algumas causas de problemas conjugais:
  • Ignorar as lições de Gênesis 2.24 - O ato de deixar aponta para rupturas, renúncias, e a decisão de assumir responsabilidades (sair da tutela dos pais). Casamento implica mudança de vida. Muitos se casam e querem levar, equivocadamente, uma vida de solteiro. Apegar-se tem o sentido de colar. Ao tentar separar duas folhas coladas, as duas se rasgam! O ideal do casamento é que haja união e completude, um vivendo em prol do outro e buscando a felicidade do outro. Ser uma só carne envolve, também, vida sexual ativa. Sexo não é tudo, mas também não pode ser classificado como nada. Paulo orientou a pagar a devida benevolência (1 Co 7.1-5).
  • Dar lugar à soberba - Em um conflito conjugal ninguém está cem por cento certo ou cem por cento errado. A autocrítica é necessária, bem como a vontade de mudança de mudança comportamental e a decisão de não ofender o outro. No entanto, atitudes soberbas e arrogantes não permitem a constatação de equívocos.
  • Desconsiderar a unidade - Não é bom que cada um busque apenas seus próprios interesses, nem que haja competição e falta de companheirismo. O diálogo, portanto, é fundamental, pois toda casa dividida não subsiste (Mt 12.22-27).
 2.2. A questão enfrentada com amor
Evidentemente, o antídoto para vencer as dificuldades que surgem no casamento é o amor. Sem ele, não há solução. É oportuno lembrar que amor é um mandamento. Jesus ordenou a sua prática. Logo, amar só depende de uma decisão. Quando alguém ama, deve aprender a renunciar, a perdoar e a entregar a sua própria vida (1 Co 13).

3. O CASAMENTO E A NECESSIDADE DE REAFIRMAR SEU VALOR 
Nesse tempo, a Igreja precisa reafirmar o valor do casamento.


3.1. O desejo por mudanças
Se há motivos no coração de alguém para restaurar o casamento, se existe o desejo de desfrutar do favor de Deus e de vivenciar um novo tempo no relacionamento, então é tempo de buscar o Senhor, pois Ele sabe, como ninguém, transformar águas em vinho e proporcionar alegria ao casal (Jo 2.1-12).
3.2. O resgate de boas práticas
É essencial a busca por renovação. O primeiro passo é resgatar ações simples, mas positivas, como, por exemplo, dizer "eu te amo", telefonar ao longo do dia para a esposa, comprar algo para alegrá-la e dizer palavras que tragam alegria ao cônjuge. Também é necessário que o casal abandone atitudes que ofendam, que traumatizam. 

3.3. A intervenção divina
Toda ajuda é indispensável, como ministrações e conselhos pastorais, orientações de terapeutas de família e outros. Tudo isso colabora com o relacionamento conjugal. Contudo, é imprescindível que o casal permita a intervenção divina. Deus é o especialista por excelência e, além disso, está disposto a restaurar e abençoar as famílias (Sl 127; 128).

CONCLUSÃO
O divórcio não nasceu no coração do Pai. Por esse motivo, a Igreja do Senhor diz "não" a todos os ataques contra a família, uma instituição criada pelo próprio Deus.

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO

1. Como o tema divórcio era tratado na Antiguidade? Por que Moisés permitiu carta de divórcio e o repúdio à mulher?

2. Considerando o que foi exposto nesta lição, cite algumas causas de problemas conjugais?

Fonte: Revista Lições da Palavra de Deus n° 59

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