Os Princípios do Culto a Deus | Augustus Nicodemus - Se Liga na Informação





Os Princípios do Culto a Deus | Augustus Nicodemus

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Augustus Nicodemus


Os Princípios do Culto a Deus | Augustus Nicodemus
Augustus Nicodemus

Durante nosso estudo do livro de Malaquias vimos que o profeta aborda vários temas diferentes. Ele fala a respeito da eleição e da predestinação, da necessidade da consagração total do seu povo a Deus, do ministério dos líderes e sacerdotes, do casamento misto, divórcio, da vinda de Cristo no dia do juízo, dos dízimos e ofertas, do problema do mal, da prosperidade dos perversos e da aliança de Deus com o seu povo, incluindo a aliança de Deus com os sacerdotes e com o casamento.

O livro é bastante variado, com temas muito importantes. E uma pena que Malaquias seja conhecido apenas como o profeta do dízimo, uma vez que a única passagem que fala acerca do dízimo constitui uma parte relativamente pequena de toda a profecia.

Muito embora Malaquias tenha falado de tantos temas diferentes, todos estão relacionados com a principal preocupação do profeta: o culto a Deus. Essa era sua inquietação maior, porque ele viveu numa época em que o culto a Deus estava corrompido. Os sacerdotes tinham se corrompido: eram ineptos, descuidados, enfadados com o serviço prestado a Deus e não cumpriam corretamente sua função. O povo, por sua vez, não ficava atrás: questionava a justiça de Deus, sua bondade, seu amor, sua lealdade, trazia ofertas defeituosas para serem oferecidas em sacrifício, sonegava os dízimos e as ofertas, levava uma vida irregular no casamento, tanto que se casava com mulheres estrangeiras, assim contribuindo para corromper o povo de Deus, bem como se divorciava sem justa causa, quebrando a aliança com a mulher da sua mocidade, a esposa com a qual contraíra matrimônio.

Malaquias aparece nesse contexto do culto corrompido e traz uma mensagem da parte de Deus para uma renovação da aliança, arrependimento, conversão e restauração do culto a Deus. Portanto, trata-se de um livro em que podemos aprender vários princípios a respeito do culto que devemos tributar a Deus. Nesta conclusão enumerarei apenas alguns deles para que possamos fixá-los. Será uma espécie de sinopse do que vimos no decorrer do nosso estudo até aqui.
Quais são esses princípios, essas lições que aprendemos em Malaquias para o culto?

1. O culto é a celebração pública e visível da aliança que temos com Deus
Essa é uma das grandes ênfases de Malaquias. Ele fala do Deus da aliança por diversas vezes. Essa aliança foi feita com o seu povo. Por meio dela, Deus se compro meteu a abençoar o povo, ser o Deus deles, cuidar da sua descendência e lhes dar vida eterna; e, da parte do povo, havia o compromisso de servir a Deus e andar nos seus caminhos.
Os termos dessa aliança estão expressos nos Dez Mandamentos, em toda aquela legislação que Deus deu ao povo de Israel no Antigo Testamento. Porém, havia também a espada da aliança, que era o castigo de Deus para quem não a cumprisse. Esta era a dinâmica da aliança: “Se vocês guardarem a minha aliança e me obedecerem, serão abençoados; se me desobedecerem, serão castigados”. A aliança com o povo era selada pelos sacrifícios de animais no templo e pela circuncisão, que era seu selo externo.
Na época de Malaquias, essa aliança estava sendo quebrada pelos sacerdotes e pelo povo, quando profanavam o culto a Deus, trazendo a ele o que não deveriam, sonegando o que era de Deus, quebrando a aliança que tinham feito com a mulher da sua mocidade, da qual Deus era testemunha. Em consequência disso, Deus estava cumprindo o que havia prometido: estava deixando de abençoar o povo, não aceitava o seu culto, as colheitas eram minguadas, havia pragas e falta de chuva. E nesse contexto que Malaquias chama o povo a voltar ao contexto da aliança. “Voltem-se para mim, e eu voltarei para vocês, diz o Senhor; façam prova de mim e vejam se eu não vou abençoá-los”. Assim, o culto a Deus voltaria a ser aceitável.
O mesmo ocorre conosco. Essa mesma aliança está em vigor ainda hoje, só que agora ela é chamada de nova aliança, a nova aliança em Cristo Jesus. É uma aliança superior, pois temos um mediador, Jesus Cristo, cujo sangue derramado é superior ao sangue dos animais. O culto que prestamos a Deus expressa exatamente isso.
Os sacramentos que celebramos no culto, o batismo e a ceia do Senhor, são selos dessa aliança. A Palavra que é pregada no culto nos ensina os termos da aliança, mostra qual é a parte que cabe a Deus, o seu amor e a sua fidelidade, e qual a parte que cabe a nós, que é viver em seus caminhos. Nossas orações são feitas com base nas grandes promessas do Deus da aliança. Os louvores que entoamos são os do Deus da aliança, o Deus gracioso. As ofertas que trazemos são expressões da nossa gratidão a esse Deus. Por isso, essa questão é extremamente sensível e precisa ser resgatada. O culto hoje é a celebração pública e visível da aliança que temos com Deus. Tudo que fazemos no culto tem a ver com essa aliança.
Quando temos essa visão aliancista do culto, as várias aberrações idolátricas ficam do lado de fora. O culto passa a ter mais sentido, pois entendemos por que estamos reunidos como povo para louvar a Deus.

2. Devemos cultuar a Deus, independentemente das circunstâncias
Um questionamento constante do povo na época de Malaquias é que não fazia diferença servir a Deus ou não. Eles perguntavam: “Onde está o Deus da justiça?”. Os ímpios cometiam pecados, prosperavam e escapavam impunes, e os que serviam a Deus passavam por dificuldades. Então qual era a vantagem de servir a Deus? E inútil servir a Deus, concluíam eles.
Palavras hostis e duras foram proferidas contra o Senhor, e a resposta de Malaquias foi que Deus nos ama porque ele nos escolheu. Essa é a maior prova do seu amor para conosco. Deus punirá o ímpio e recompensará o piedoso, mas isso só acontecerá no dia que ele já preparou. Até lá, devemos cultuá-lo, independentemente das circunstâncias. Quer estejamos bem financeiramente quer não, quer estejamos bem de saúde quer não, quer nossa vida esteja descomplicada quer não. Devemos cultuá-lo pela fé e pelo que ele é. Ele é o grande Deus, e seu nome é grande e temível. Ele é o Deus que firmou uma aliança conosco, nosso Pai e Senhor.
Esse princípio vale para nós hoje, numa época em que as pessoas são incentivadas a cultuar a Deus em troca da prosperidade, de um apartamento novo, de um emprego, de um casamento, da restauração da saúde. É esse o apelo que se faz hoje para que as pessoas venham cultuar a Deus, servi-lo, agradá-lo com ofertas e sacrifícios, com dízimos e compromissos. Mas isso é completamente diferente da mensagem de Malaquias, pois ele nos fala de cultuar a Deus em tempo de desesperança, de dificuldades, mesmo quando as coisas não estão dando certo.
Se pertenço a Deus e faço parte do seu povo, o culto que presto a ele não depende das circunstâncias. E no culto que compareço diante de Deus e digo: “Tu tens um pacto comigo, com os meus filhos, com a minha família em Cristo Jesus, e eu venho a ti com essa confiança, para te pedir, te suplicar e alcançar o teu perdão e favor”. Cultuamos a
Deus nas épocas de dificuldades lembrando daquele grande dia em que Deus poupará os que são seus, mostrando- lhes que vale a pena servi-lo.

3. Devemos cultuar a Deus da forma que ele revelou
Não podemos alterar nem acrescentar nada ao culto a Deus. Ele revelou com clareza na sua Lei o culto que desejava. Encontramos isso com muita clareza no Antigo Testamento. Ele revelou que tipo de ofertas deveriam ser trazidas e de que maneira deveriam ser apresentadas, os animais que poderiam ser sacrificados e a maneira de fazê-lo. Ele falou a respeito de quem poderia oferecer o sacrifício — os sacerdotes e levitas —, determinou a tarefa de cada um deles e instituiu leis e normas para que seu culto expressasse a sua vontade em relação a como ele deveria ser adorado.
Na época de Malaquias, o povo e os sacerdotes estavam oferecendo a Deus um culto fora do padrão que ele havia determinado. Traziam animais defeituosos, traziam apenas uma parte do dízimo, ofertas do que sobrava, e cometiam várias outras irregularidades, a ponto de Deus dizer: “Era melhor que um sacerdote dentre vocês fechasse a porta do templo e apagasse o fogo do altar, porque não aceito o culto que me oferecem; ele está fora do padrão que estabeleci”.
A mesma coisa acontece hoje. E claro que todas aquelas normas e leis do Antigo Testamento, detalhadas com relação aos sacrifícios e ministérios dos sacerdotes,
eram provisórias, temporárias, pois apontavam para o grande sacrifício de Jesus Cristo na cruz do Calvário. O Novo Testamento não prescreve normas detalhadas para o culto, não apresenta uma ordem litúrgica como havia no Antigo Testamento. Contudo, os elementos do culto a Deus são muito claros: as orações, os cânticos, a pregação da Palavra, os sacramentos e outros, os quais o Novo Testamento diz com clareza que fazem parte do culto a Deus.
Não podemos inventar elementos de culto. Não nos cabe introduzir no culto invenções humanas, ainda que a pretexto de ser algo prático, de boa intenção, ligado à tradição, à antiguidade ou mesmo algo que todo mundo faz. Isso seria corromper o culto a Deus. Deus zela por seu culto e quer que o adoremos no Espírito e em verdade, com simplicidade e singeleza de coração, sem invenções humanas, sem essas coisas que hoje impregnam e contaminam o culto a Deus, como infelizmente vemos em certas igrejas no meio evangélico: desde objetos supostamente capazes de transferir a graça de Deus, todo tipo de aberrações vindas até mesmo do candomblé e do baixo espiritismo, até a introdução de antigos rituais judaicos no culto. Há segmentos evangélicos que querem trazer de volta ao culto as antigas práticas da comunidade de Israel, quando todas elas já passaram.

Portanto, esta é a terceira lição que aprendemos com Malaquias: devemos adorar a Deus de acordo com sua Palavra, sem inventar partes ou elementos do culto para chegarmos diante do Senhor.

4. Devemos cultuar a Deus com a atitude apropriada
Devemos cultuar a Deus com sinceridade de coração. Ele sempre quis que o culto fosse sincero. As regras e leis estabelecidas tinham como objetivo expressar a santidade divina, e o alvo de todas elas era mostrar ao adorador a necessidade da mediação, da purificação de pecados e da graça de Deus, para que o culto fosse agradável a ele.
No entanto, mesmo com toda aquela formalidade, o que Deus desejava de fato era o coração do povo, que este se apresentasse diante dele voluntariamente, com o coração quebrantado e contrito. Todavia, na época de Malaquias os sacerdotes faziam a sua parte com enfado. “Que canseira!”, eles diziam. “Estamos enfadados. Quando esse culto vai terminar?” O povo estava desmotivado, questionava o amor de Deus e só trazia para o culto o que sobrava, não o que tinha de melhor. Com isso, não somente quebrava a Lei de Deus, prestando um culto que não era da vontade dele, mas tinha uma atitude incorreta.
Nada disso mudou para nós hoje. Não basta apenas termos um culto apropriado, simples, bíblico, contendo somente os elementos que Deus prescreveu, porque, no final, acima de tudo, Deus deseja nosso coração. Deus quer que nos entreguemos a ele no culto. Em lugar de sacrifícios, ele deseja que nos ofereçamos inteiramente a ele e que os nossos lábios profiram um sacrifício de louvor ao seu nome. Deus quer que o adoremos com integridade de coração e que o amemos com toda a nossa alma, com todo o nosso entendimento e com todas as nossas forças. Quando nos aproximamos para cultuá-lo com o coração dividido, metade aqui e metade em outro lugar, quando não participamos de fato, de todo o coração, das orações, do louvor nem ouvimos a Palavra de Deus com atenção, então, mesmo que estejamos num culto ortodoxo, conservador, bíblico no que se refere a seus aspectos externos, não agradamos a Deus, pois ele atenta para o coração dos adoradores.
A melhor maneira de cultuar a Deus de forma adequada é lembrar-nos da aliança que ele tem conosco, de quem ele é e de sua grandeza. Ele é o Senhor dos exércitos; ele é nosso Pai e Senhor. Quando Deus é o foco e o centro do culto, e não o homem, então fica mais fácil manter o espírito de adoração do qual Deus é digno e se agrada.

5. Devemos dar a Deus nosso melhor no culto
Todo culto no Antigo Testamento girava em torno disso. Os dízimos eram os melhores animais que havia no campo; as primícias eram oferecidas a Deus. As ofertas tinham de ser do melhor. Na verdade, o que Deus desejava com isso era demonstrar a importância dele. Ele queria mostrar que tinha de ter a primazia em nossa vida. Deus quer nosso coração, todo nosso ser; por isso não aceitava o culto da época de Malaquias, porque o povo não estava oferecendo a ele o que tinha de melhor.
A mensagem de Malaquias é de entrega total do ser, do coração e também dos bens. Primeiro Deus queria que o povo tivesse o coração convertido; depois, que se convertesse no que dizia respeito aos bens. Isso também vale para nós, hoje. Ao adorarmos a Deus, devemos apresentar-nos a ele com o melhor do nosso coração, do nosso talento, da nossa disponibilidade e do nosso tempo, com uma atitude que reflita aquilo que Jesus diz: “Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6.33).

6. A aceitação do nosso culto depende também da nossa vida moral e espiritual
O Antigo Testamento enfatiza essa relação entre a vida do povo e o culto que ele prestava a Deus. Leia, por exemplo, Isaías 1.12-18, onde Deus diz:
Quando vindes comparecer diante de mim, quem vos pediu que pisásseis nos meus átrios?
Não continueis a trazer oferta inútil; para mim é incenso abominável. Luas novas, sábados e convocações de assembleias; não suporto maldade com solenidade!
A minha alma aborrece as vossas luas novas e as vossas festas fixas. Já me são pesadas! Estou cansado de suportá-las!
Quando estenderdes as mãos, esconderei os olhos de vós; e ainda que multipliqueis as orações, não as ouvirei, porque as vossas mãos estão cheias de sangue.
Lavai-vos e purificai-vos; tirai de diante dos meus olhos as vossas obras más; parai de praticar o mal; aprendei a praticar o bem; buscai a justiça, acabai com a opressão, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva.
Vinde e raciocinemos, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã.
Essa mesma ênfase que há em Isaías encontramos em Amós e Ezequiel. Há uma estreita relação entre a nossa vida moral e o culto que prestamos a Deus. Malaquias, como vimos, denuncia a imoralidade do povo de sua época. Ele denuncia a imoralidade dos sacerdotes, o casamento com mulheres adoradoras de deuses estranhos, o divórcio sem justa causa, e diz: “Deus não aceita o culto de vocês”. É interessante notar que nesse contexto o povo estava chorando no altar. O próprio Malaquias aponta a inutilidade desse lamento: “Além disso, ainda cobris o altar do Senhor de lágrimas, choro e gemidos, porque ele não olha mais para as ofertas, nem as aceita da vossa mão com prazer” (2.13).
O povo estava chorando diante de Deus, rasgando as suas vestes e Deus dizia: “De nada adianta esse choro, esse lamento, porque a vida de vocês está fora dos padrões da minha aliança. Vocês não estão andando nos meus caminhos, de acordo com a minha Palavra”.
O culto do Novo Testamento não é diferente. O próprio Jesus disse: “Portanto, quando apresentares tua oferta no altar, se ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa diante do altar a oferta e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; depois vem apresentar a oferta” (Mateus 5.23,24). O apóstolo Paulo também disse: “Quero que os homens orem em todo lugar, levantando mãos santas, sem ódio nem discórdia” (1 Timóteo 2.8).
Ora, que tipo de mãos levantamos em nossa adoração? Será que nossas mãos estão puras, livres de iniquidade, imoralidade e outras coisas que o Senhor abomina? Existe uma estreita relação entre santidade e pureza de vida e o culto agradável a Deus.
Deus não se agrada quando chegamos para adorá-lo com mãos, pés, coração, mente, enfim, com todo nosso ser impuro. É por isso que no culto sempre há uma oportunidade de confissão de pecados, de contrição, de pedir que Deus nos purifique. Aqueles que são de Deus e estão sinceramente arrependidos de seus pecados têm no culto a oportunidade para se purificarem.
O que diz o apóstolo Paulo sobre a participação na ceia do Senhor? “Por essa razão, quem comer do pão ou beber do cálice do Senhor de maneira indigna será culpado de pecar contra o corpo e o sangue do Senhor” (l Coríntios 11.27). Ele está se referindo à relação que existe entre uma vida digna e a participação no culto a Deus. Que desafio extraordinário esse de Malaquias no sentido de que vivamos uma vida santa para cultuar a Deus.

Diante de tudo que foi dito, quem está apto para servir a esse Deus tão santo?

Vimos que o nosso Deus tem um culto extremamente definido de acordo com aquilo que ele mesmo revelou, que ele é um Deus que sonda os corações, que exige uma atitude correta, uma vida santa. Ora, quem é digno de entrar na presença desse Deus e servi-lo? Quem será capaz de oferecer-lhe um culto que seja aceitável?

Há somente um modo de oferecermos a Deus um culto aceitável: pelo sangue de Jesus. Todo culto do Antigo Testamento tinha o sangue de animais sacrificados. O culto tinha basicamente como centro os sacrifícios de acordo com a Lei mosaica. Os sacerdotes, para que pudessem oficiar o culto, tinham de passar por um ritual de purificação, que encontramos descrito no livro de Êxodo e depois em Levítico. Eles tinham de colocar sangue na mão, na orelha e no pé, lavar-se com água pura e vestir a estola sacerdotal para poder adentrar no templo e oferecer sacrifícios de acordo com a Lei de Moisés.

Tudo aquilo apontava para a necessidade de purificação do adorador. Até o sacerdote tinha de oferecer sacrifícios em seu próprio favor, para poder ministrar no templo e entrar na presença de Deus. Mas o que aconteceu com o templo? O sacerdócio e os sacrifícios foram se corrompendo, como vemos pela queixa do profeta Malaquias.

Esse é o último livro do Antigo Testamento. Passados tantos anos de história, isso deveria nos levar a pensar que o livro fala de triunfo, de vitória, e não de uma nota de tristeza, a despeito do cenário que retrata. Os sacerdotes corruptos, os sacrifícios de animais defeituosos, tudo aquilo prefigurava uma mudança de sacerdócio, de sacrifício e de sistema.

E disso que Malaquias fala: o próprio Deus viria ao seu templo e se assentaria como o ourives para purificar o ouro e a prata no fogo. Ele purificaria os sacerdotes. Ele limparia as manchas, como o lavandeiro limpa as manchas dos tecidos com a potassa, e tudo isso se cumpriria na vida e morte do Senhor Jesus Cristo. O mensageiro da aliança, o Senhor, veio ao templo e ali, com o seu sangue precioso, derramado de uma vez por todas, purificou o seu povo. Ele purificou um povo para si mesmo, zeloso de boas obras, e assim hoje podemos entrar na presença de Deus, no santuário celestial. Não estamos presos entre quatro paredes, mas na presença do próprio santuário celestial, onde Deus está assentado em seu trono, pela mediação de Jesus Cristo, pelo seu sangue precioso que nos purifica de todo o pecado.

Portanto, o culto a Deus é coisa séria, e somente purificados em Cristo podemos chegar diante de Deus e servi-lo de todo o coração. Esse culto, então, que prestamos a Deus aqui neste mundo, pelo sangue de Jesus, é o prelúdio do culto celestial, no qual Deus receberá toda a glória naquele grande dia.

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