DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda –
Marcos 15.5 - Terça –
Marcos 15.14 - Quarta –
Marcos 15.28 -Quinta –
Marcos 15.34
Sexta –
Marcos 15.38 -Sábado –
Marcos 15.39 - Hino do HCC : 132
TEXTO
BÍBLICO BÁSICO
Filipenses
2.5-11
5
- De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,
6
- que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus.
7
- Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante
aos homens;
8
- e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à
morte e morte de cruz.
9
- Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre
todo o nome,
10
- para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na
terra, e debaixo da terra,
11
- e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.
TEXTO ÁUREO
"Ora,
o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à
direita de Deus.", Mc 16.19
Palavra
introdutória
Pode-se dividir o Evangelho de Marcos em duas
partes: na primeira, o evangelista destaca as muitas obras que Jesus realizou
(caps. 1—10); e, na segunda, ele conclui a obra do Servo (caps. 11—16). Os seis
últimos capítulos do livro foram dedicados à última e cruciante semana do
Salvador. Essa porção do texto sagrado mostra-nos que Jesus não apenas começou,
mas também terminou, de maneira resoluta, a Sua obra como Servo de Deus.
Na conclusão de Sua missão, estão descritos os episódios
da Sua entrada em Jerusalém (Mc 11.1-11); a purificação do templo (Mc
11.15-19); Suas respostas às perguntas de Seus oponentes (Mc 11.27-33;
12.13-34); a última Ceia (Mc 14.12-26); Sua agonia no Getsêmani (Mc 14.32-42);
Sua prisão (Mc 14.43-52); Seu julgamento e crucificação (Mc 14.53–15.41);
Seu sepultamento e ressurreição (Mc 15.42–16.13); a
comissão dada aos discípulos e, por fim, Sua ascensão e exaltação (Mc 16.14-20)
(Adaptado de: TOWNS; GUTIERREZ. Central Gospel, 2014. p. 64).
1.
O SERVO CUMPRIU SUA MISSÃO
Isaías profetizou que o Filho de Deus, na forma de
Servo sofredor, morreria para remissão do pecado humano (Is 53).
João Marcos registrou o cumprimento desse
vaticínio, ao destacar o sofrimento de Jesus — do Getsêmani ao Calvário. O
Salvador foi traído e vendido pelo preço de um simples escravo (trinta moedas
de prata; conf. Mc 14.10,11; Mt 26.14-16; Lc 22.3-6); e morreu como morriam os
malfeitores (Mc 15.27). Com esse relato, o evangelista deixa claro, para todos
nós, que o Servo sofredor morreu em nosso lugar; pendurou nossos pecados no
madeiro; levou sobre si as nossas dores; sarou-nos por Suas pisaduras e
trouxe-nos a paz.
Paulo, na Carta aos Filipenses, reafirma
o registro de Isaías (53) e Marcos (11–16), ao dizer: Jesus
aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo [...] humilhou-se
a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz (Fp
2.7,8). O apóstolo está dizendo, nesses versos, que o Servo terminou
a obra de Sua primeira vinda, na cruz.
1.1.
O Servo fez discípulos
Como Jesus voltaria ao céu, logo após consumar o
plano de redenção da humanidade no Calvário, Seu ministério evangelístico, na
terra, teria curta duração. Deste modo, para dar continuidade à Sua obra, Ele
convocou discípulos, comunicou-lhes o evangelho e treinou-os pessoalmente.
O Salvador iniciou Sua obra chamando quatro homens
para serem Seus seguidores (pescadores de homens; conf. Mc 1.16-20),
pressagiando, assim, que eles teriam um papel importante na proclamação das
boas novas de salvação.
É importante destacar que, como Servo que está
sempre trabalhando para realizar Sua obra, Jesus não convocou homens ociosos
para serem Seus discípulos; antes, chamou homens que estavam imbuídos de
responsabilidades e em pleno exercício de seus ofícios. Quando foram
convocados, Simão e André lançavam suas redes ao mar (Mc 1.16,17); Tiago e
João, filhos de Zebedeu, consertavam suas redes (Mc 1.19,20); e Levi (Mateus),
filho de Alfeu, exercia seu trabalho na alfândega (Mc 2.14).
O fato de Jesus escolher para si discípulos
foi decisivo para a fundação da Igreja e para a continuidade de
Sua obra. Fazer discípulos é a garantia da continuidade do
legado de Cristo.
2.
O SERVO DEIXOU-NOS UMA MISSÃO
A ordem dada por Jesus, no final do Evangelho de
Marcos, conhecida pela cristandade como a grande comissão, cumpria o seguinte
propósito: fazer com que o plano de salvação da humanidade fosse anunciado a
todas as nações (Mc 13.19) e a toda criatura (Mc 16.15).
Além disso, o grande comissionamento teve por
objetivo encorajar os discípulos a darem continuidade à Missão, ampliando-a,
até torná-la absolutamente global. O cristianismo haveria de ser uma fé
realmente universal, no sentido de estar disperso pelo mundo inteiro.
2.1.
Ide por todo o mundo
O primeiro chamado de Jesus aos discípulos foi para
que pregassem às ovelhas perdidas da casa de Israel (Mt 10.5-7), nas cidades,
aldeias e casas da Judeia e Galileia (Mc 1.38,39; 3.14; Lc 10.1,8). Em Marcos
16.15, a comissão foi ampliada: o evangelho deveria ser pregado em todo o
mundo.
Que ordem desafiadora!
Quando lemos a frase “ide por todo o mundo” (Mc
16.15), imaginamos, quase imediatamente, discípulos andando por cada faixa do
globo terrestre anunciando o evangelho.
Deus não criou uma missão para Sua Igreja; Ele criou uma
Igreja para cumprir Sua missão. Deus não criou uma obra para nós, os servos; Ele
forjou - nos servos para executarmos Sua obra: anunciar o
evangelho.
Pelo fato de muitos acreditarem que esse verso é um apelo ao alcance de
toda extensão geográfica do planeta — fazendo disso um conceito irretorquível
—, alguns acabam por utilizar esse mesmo argumento como desculpa para a
impossibilidade de cumprir a grande comissão. Entretanto, quando lemos uma
versão bíblica mais holística (que busca um entendimento integral dos
fenômenos), entendemos melhor tal expressão.
Observe: Enquanto estiverem
indo pelo mundo inteiro proclamai o evangelho a toda criatura (Mc 16.15; KJA,
1611).
Essa tradução faz-nos compreender que a ordem é muito mais ampla do que
a imaginada: o discípulo não deve ir para pregar, mas, sim, ir pregando
enquanto anda, ou seja, ainda que a maioria dos crentes não possa ir aos
confins da terra anunciar o evangelho, todos nós podemos — e devemos —,
individualmente, anunciar a mensagem de salvação, enquanto caminhamos pelo
mundo, dia a dia.
2.1.1.
Duas respostas possíveis
O grande comissionamento sela as instruções finais de Cristo aos
discípulos (Mc 16.14-20; Mt 28.16-20; Lc 24.44-49) — é preciso destacar, neste
ponto, que não lhes competia convencer pecadores, mas, sim, anunciar as boas
novas de salvação a toda criatura.
Antes de ascender aos céus, além de comissionar discípulos, Jesus
preparou-os para os dois possíveis resultados da obra evangelizadora: alguns
ouviriam e acreditariam na mensagem — estes salvos deveriam ser batizados —; e
outros, por não acreditarem no evangelho, seriam condenados.
2.2.
Os sinais seguirão aos que crerem
Se os sinais seguem aos que creem (Mc 16.17), pressupõe-se que é
imperativo estar caminhando, pois ninguém segue alguém que esteja parado. Em
outras palavras, significa dizer que só vivenciaremos alguns milagres, se estivermos
andando com e por Cristo.
Por intermédio da Igreja, o evangelho é pregado aos ouvidos e aos olhos
do mundo: aos ouvidos, pela Palavra (Rm 10.17); e, aos olhos, pelos sinais (At
3.9,10), que confirmam a autoridade e o poder da Palavra e do nome de
Jesus.Todos os sinais descritos em Marcos 16.17,18 — à exceção da ingestão de
veneno — encontram paralelo no texto bíblico. Observe: expulsar demônios em
nome de Jesus (Mc 3.15; 6.7,13; At 8.7; 16,18; 19.12); falar em línguas (At
2.4; 10.46; 19.6; 1 Co 12.10,28; 14.2- 40); ser picado por serpente e não
sofrer dano algum (At 28.3-6); curar enfermos (At 3.7; 8.6,7; 28.8).
3.
O SERVO AINDA COOPERA CONOSCO
Marcos termina sua narrativa apresentando o Cristo ressurreto, que
continua a guiar os Seus discípulos na Missão que iniciou no primeiro capítulo.
O último versículo do Evangelho de Marcos serve de alento a todos os
cristãos: E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com
eles o Senhor e confirmando a palavra com sinais que se seguiram (Mc 16.20)!
Jesus, o Servo, mesmo tendo consumado a Sua obra (Mc 15.37; Jo 19.30), ainda
coopera com Seus discípulos e confirma o seu trabalho com sinais sobrenaturais.
3.1.
Temos a certeza da Sua presença
O texto de Marcos 16.19,20 encontra paralelo em Mateus 28.20: E eis que
eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Ambos os
evangelistas afirmaram a contínua presença do Senhor na vida dos Seus servos.
Não seria possível cumprir nossa missão espiritual, lutar contra as
hostes espirituais da maldade, que se opõem ao evangelho (Ef 6.12), sem a
presença sublime de Cristo em nós. Nesta missão, podemos estar certos de que
não estaremos sós; a Igreja não foi deixada sozinha no seu extenso e cansativo
caminho histórico: o soberano Emanuel acompanha, sustenta e encoraja os Seus
discípulos.
Se o Servo mostrou aos nossos primeiros irmãos o caminho a ser
percorrido; hoje, o Senhor ressuscitado dá-nos a força necessária para nele
caminharmos. Há de se destacar, no entanto, que a presença de Cristo entre nós
(e em nós) não é sinônimo de ausência de adversidades, mas, sim, uma garantia
de que as atravessaremos ao Seu lado (Jo 16.33).
3.2.
Temos a autoridade que há em Seu Nome
Os sinais milagrosos descritos por Marcos (16.17,18) procedem da fonte
de onde emana todo o poder e autoridade.
Jesus disse: [...] em meu nome (Mc 16.17). Esta declaração simples
revela-nos que o cristão age por Cristo — como quem recebeu uma procuração para
exercer determinados poderes.
A Igreja, como procuradora de Cristo na terra, tem toda a autoridade
para agir dentro dos limites legais conferidos nesta procuração, tendo, assim,
jurisdição (direito ou autoridade para editar e aplicar leis) em nome Daquele
que a concedeu — na obra de salvação (At 4.12); no batismo (Mt 28.19; At 8.16);
na adoração (Mt 18.20; 1 Co 1.10); nas boas obras (Mc 9.41); na luta contra o
mal (Mc 16.17; Lc 10.17); na pregação (Lc 24.47; At 8.12); nas curas (Mc 16.18;
At 3.6,16; Tg 5.14-16); na oração (Jo 14.13-15; 15.16; 16.23-26); no louvor (Ef
5.20; Hb 13.15); e em todas as coisas (Cl 3.17). Contudo, aqueles que usam o
nome de Jesus de maneira ilegal receberão sua condenação pelo feito ilícito (Mt
7.21-23).
4.
O SERVO FOI EXALTADO
O Servo sofredor consumou a Sua obra; Seu sacrifício foi aceito
definitivamente. Assim, da mesma forma sobrenatural como entrou no mundo, Ele
subiu aos céus (Mc 16.19).
Ao ser recebido nos céus e assentar-se à direita de Deus, o Salvador foi
entronizado e exaltado sobremaneira. Seu Nome foi posto acima de todo nome (Fp
2.7-11); todo o poder Lhe foi conferido e, um dia, Ele voltará para buscar Sua
Noiva — a ascensão, aliás, além de confirmar a exaltação de Cristo, atesta a
promessa de Seu retorno: da mesma maneira como subiu aos céus, um dia, Ele
voltará (Mt 28.18-20; At 1.10,11).
O Evangelho de Marcos e a Carta aos Filipenses harmonizam-se ao
apresentar Jesus como o Servo que concluiu Sua obra e foi, por fim, exaltado:
CONCLUSÃO
Marcos encerra sua narrativa enfatizando que Cristo começou e terminou
Sua obra como Servo.
As palavras de Warren W. Wiersbe devem levar-nos à reflexão: “Nada há de
mais apropriado do que o Evangelho do Servo terminar com uma referência ao
trabalho (Mc 16.20) — da mesma forma como é apropriado Mateus, o Evangelho do
Rei, terminar com uma referência à grande autoridade do Senhor. Por meio do Seu
Espírito Santo, o Senhor deseja ainda trabalhar em nós (Fp 2.12,13), conosco
(Mc 16.20) e por nós (Rm 8.28)”.
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