Escola Bíblica Dominical - Lição 9: Lucas, o Filho do Homem escatológico - Se Liga na Informação





Escola Bíblica Dominical - Lição 9: Lucas, o Filho do Homem escatológico

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LEITURA SEMANAL

SEG | Lc 19.10 O Filho do Homem veio para salvar.
TER | Lc 6.5 O Filho do Homem é Senhor do sábado.
QUA | Lc 9.22 A rejeição do Filho do Homem.
QUI | Lc 22.69 O Filho do Homem sentará a direita de Deus.
SEX | Lc 9.44 O Filho do Homem será entregue aos homens.
SÁB | Lc 1.32 Jesus será o Filho do Altíssimo.

TEXTO BÍBLICO BÁSICO - Lucas 17.22-30

22- E disse aos discípulos: Dias virão em que desejareis ver um dos dias do Filho do Homem e não o vereis.

23- E dir-vos-ão: Ei-lo aqui! Ou: Ei-lo ali! Não vades, nem os sigais,

24- porque, como o relâmpago ilumina desde uma extremidade inferior do céu até à outra extremidade, assim será também o Filho do Homem no seu dia.

25- Mas primeiro convém que ele padeça muito e seja reprovado por esta geração.

26 - E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do Homem.

27 - Comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e consumiu a todos.

28 - Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam.

29- Mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre, consumindo a todos.

30- Assim será no dia em que o Filho do Homem se há de manifestar.

 

TEXTO ÁUREO

E então verão vir o Filho do homem numa nuvem, com poder e grande glória. Lucas 21:27)

 

Palavra introdutória

Lucas, além de descrever a humanidade do Filho do Homem, também registrou em seus escritos declarações a respeito do Filho do Homem messiânico — profetizado no Antigo Testamento — e do Filho do Homem escatológico — anunciado triunfante no Apocalipse. O evangelista fez essa ponte com muita habilidade, evidenciando que Jesus, repetidas vezes, utilizou tal designação para referir-se a Si mesmo (LC 6.5; 9.44; 11.30; 12.40; 17.26; 19.10; 22.22 etc.). Em Lucas 17.24 e em 21.27, por exemplo, parece claro que o Messias lançou mão da expressão (Filho do Homem) para descrever Seu caráter e missão descritos no Antigo Testamento: eis que vinha nas nuvens do céu um como o Filho do Homem [...] o seu domínio é um domínio eterno [...] (Dn 7.13,14). Ao identificar-se como Filho do Homem — Aquele a quem foi dado o domínio sobre todas as nações da terra —, Cristo expôs Seu divino caráter messiânico e a certeza de que, mesmo diante da aparente vitória de Seus inimigos e da suposta fragilidade de Seus seguidores, Ele haveria de triunfar no fim. Com isso, Jesus trouxe um enriquecido e novo conceito à expressão, que, até então, havida sido usada apenas no Antigo Testamento: o Filho do Homem, que se humilhou para ser um autêntico ser humano, é, ao mesmo tempo, o Eterno vitorioso (Mt 24.30).

 

1. JESUS DECLAROU SER O FILHO DO HOMEM

Nos quatro Evangelhos, Jesus utilizou mais de oitenta vezes a expressão "Filho do Homem" em autorreferência. Em Lucas, grande parte das vezes, tal designação está atrelada às declarações que Ele fez a respeito de Sua morte, ressurreição e segunda vinda (LC 11.30; 18.31; 22.22). Isto faz com que, do ponto de vista teológico, este seja um dos títulos mais importantes atribuídos a Cristo em Seu ministério terreno.

A seguir, destacamos algumas razões para Jesus ter usado, com frequência, essa qualificação: para anunciar o advento do Messias — Jesus estava consciente de Sua missão; deste modo, ao declarar-se Filho do Homem, Ele anunciava que o Prometido já se achava entre o povo (LC 19.10); para identificar-se com a humanidade e suas necessidades (LC 7.34; 9.58); para indicar Sua obra expiatória (LC 18.31-33); para revelar Sua completa vitória como Redentor (LC 24.6-8); para apontar o Seu senhorio universal — como Filho do Homem, tornou-se Juiz de todos homens (LC 12.4-10; 21.36).

 

1.1.         A origem da expressão Filho do Homem

 A expressão Filho do homem tem origem no Antigo Testamento. No hebraico (ben-'ãdãm; p. ex.: Nm 23.19a; SI 144.3), a ideia é a de alguém que pertence à raça adâmica; no aramaico (bar'énãS; p. ex.: Dn 7.13) e no grego (Huios tou anthrõpou; p. ex.: LC 5.24), a ideia é a de alguém que pertence à raça humana.

Em muitas passagens, essa unidade lexical foi utilizada para, tão somente, enfatizar as limitações da natureza humana; olhando em seu contexto idiomático, no entanto, poderia significar, simplesmente, homem — isto fica patente, por exemplo, nos seguintes versos: Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa (Nm 23.19a). SENHOR, que é o homem, para que o conheças, e o filho do homem, para que o estimes (SI 144.3)?

No Novo Testamento, tradicionalmente, tal designação (Filho do Homem) remete à humilde humanidade de Jesus, em contraste com a Sua divindade.

 

2.       O FILHO DO HOMEM NAS ESCRITURAS

O livro em que encontramos a maior incidência da expressão (Filho do Homem), no Antigo Testamento, é Ezequiel (mais de 90 ocorrências) — sempre destacando a natureza humana do profeta que está sendo usado por Deus —; porém também a encontramos em outros tomos, tais como: Números (23.19), Jó (25.6; 35.8), Salmo (8.4; 80.17; 144.3), Isaías (51.12; 56.2) e Daniel(7.13), dentre outros. No Novo Testamento (versão ARC), o termo aparece em Mateus (32 vezes), Marcos (14 vezes), Lucas (26 vezes), João (12 vezes), Atos e Hebreus (uma vez em cada livro) e Apocalipse (duas vezes). Nas Escrituras, pode-se classificar a expressão Filho do Homem (em referência direta a Jesus) em três categorias distintas: (1) em Daniel, Ele é profetizado; (2) nos Evangelhos, Ele está a serviço dos homens, morre e ressuscita; e (3) em Apocalipse, Ele é glorificado e governa.

 

2.1. Em Daniel

Em Daniel 7.13,14, temos a mais significativa ocorrência da expressão "Filho do Homem" no Antigo Testamento: Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele. E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino, o único que não será destruído. Em um sentido mais amplo e profundo, nesses versos está em foco a figura do Messias prometido sendo contemplado em Sua glória vindoura.

Observe, no texto de Daniel (cap. 7): ao Filho do Homem é dada uma glória que só a Deus pode ser atribuída (Dn 7.14); significa dizer, então, que este não pode ser um homem comum; há uma previsão de juízo das nações (Dn 7.10,26) na volta do Filho do Homem (conf. Mt 25.31-46; Ap 19.11-21; 20.1-15); Jesus e o Pai eterno são pessoas distintas — enquanto o Filho do Homem é Jesus; o ancião de dias (Dn 7.9, 13,22) é Deus-Pai, Aquele que habita a eternidade (Is 57.15); o Filho do Homem recebendo o Reino (Dn 7.14) — conforme está escrito: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre (Ap 11.15h).

 

2.2. Nos Evangelhos

A revelação do Filho do Homem, nos Evangelhos, pode ser separada em dois tempos distintos: antes e depois do evento ocorrido em Cesareia de Filipe (LC 9.18-22; Mt 16.13-23; Mc 8.27-33; Jo 6.66-69). O reconhecimento e a confissão de Pedro a respeito de Jesus naquela cidade marcam um ponto de mudança em Seu ministério, com uma nova direção na autorrevelação de Cristo aos Seus discípulos:

antes de Cesareia de Filipe, o Messias só dizia a respeito de Si mesmo que era o Filho do Homem terreno (LC 5.24); depois do evento de Cesareia de Filipe, são inseridas em Suas mensagens duas novas observações: o Filho do Homem deveria ser rejeitado por alguns, sofrer e morrer; porém, ao terceiro dia, ressuscitaria (LC 9.22,44) e, posteriormente, viria como o Filho do Homem escatológico para julgar e governar no Reino de Deus (LC 22.29,30,67-69).

O fato de o Filho do Homem estar no meio dos sete castiçais (Ap 1.13) revela-nos: Sua presença na Igreja; Sua proteção à Igreja; Sua orientação e supervisão constantes.

 

2.3. No Apocalipse

João, no Livro de Apocalipse, mostra-nos o Filho do Homem como Mediador da Sua Igreja: e, no meio dos sete castiçais, um semelhante ao Filho do Homem, vestido até aos pés de uma veste comprida e cingido pelo peito com um cinto de ouro (Ap 1.13). As vestes, nesse texto, remetem às vestes sacerdotais do Antigo Testamento (Êx 28.429), e os sete castiçais representam as sete igrejas da Ásia (Ap 1.20).

Ambos os elementos, juntos, aludem ao Filho do Homem, o Sumo sacerdote da Igreja que está nos céus perante Deus (Hb 4.14-16).

2.3.1. Mediador e Juiz

Em Apocalipse 14.14 — E olhei, e eis uma nuvem branca e, assentado sobre a nuvem, um semelhante ao Filho do Homem, que tinha sobre a cabeça uma coroa de ouro e, na mão, uma foice aguda —, três elementos reafirmam que o Filho do Homem é o Mediador da Igreja e, também, o Juiz de toda a humanidade. São eles: nuvem branca — revela a pureza de Sua justiça; coroa de ouro — aponta para Sua majestade; foice aguda — revela que a vida de todos os homens está em Suas mãos.

3 - A VOLTA DO FILHO DO HOMEM

Jesus sempre alertou Seus discípulos e ouvintes sobre a necessidade de estarem preparados para Sua segunda vinda (Mt 25.13). A fim de ressaltar a gravidade desse alerta, Jesus usou duas gerações como referência: a de Noé (LC 17.26,27) e a de Ló (LC 17.28,29) — a primeira foi destruída pelas águas do Diluvio (Gn 7.22); a segunda, pelo fogo que desceu dos céus sobre Sodoma e Gomorra (Gn 19.24-29). Apesar de não ser possível precisar quando se dará este Dia, Sua volta é certa (LC 12.40).

 

3.1 Será em um momento de displicência espiritual.

 Ao comparar a Sua segunda vinda com os dias de Ló (Gn 19.1-29) e de Noé (Gn 6—7), o Filho do Homem chama a atenção para duas gerações que não atentaram para as oportunidades de salvação. Os contemporâneos de Noé e Ló envolviam-se com suas necessidades terrenas e esqueciamse das espirituais (LC 17.27,28) — não por outra razão, a mulher de Ló, momentaneamente, pareceu obedecer à ordem divina, para, em seguida, virar-se em direção a Sodoma e Gomorra, chamando para si o juízo imediato dos Céus. Seu corpo saiu da cidade, mas seu coração ainda estava preso às coisas que lá estavam (Gn 19.26). Jesus usou o mesmo tom de advertência para descrever o Seu retorno como Filho do Homem vitorioso: a humanidade estará envolvida com suas demandas momentâneas e terrenas; porém, com o coração completamente displicente para o Reino dos céus (LC 17.30).

 

3.2 Será célere

O Filho do Homem comparou Sua Segunda vinda a um relâmpago que ilumina os céus, ou seja, a um fenômeno que acontece de maneira inesperada e repentina (LC 17.24; Mt 24.27). Em outras palavras, significa dizer que não haverá tempo para o adequado preparo, devido à celeridade com que os eventos sucederão.

Merece destaque, neste tópico, a observância às zonas horárias do planeta: o Filho do Homem afirmou (e Lucas registrou) que a segunda vinda se dará, para uns, durante a noite — naquela noite, estarão dois numa cama (LC 17.34) e, para outros, durante o dia — duas estarão juntas, moendo dois estarão no campo (Lc 17.35,36). Isto deve fazer-nos lembrar da necessidade de vigilância diuturna e do devido preparo espiritual.

Com o avanço tecnológico, foi possível documentar, com câmeras ultrassensíveis, detalhes da formação de um raio que atingiu o solo à impressionante velocidade de 1980Km/s. Essa velocidade é suficiente para cruzar, em menos de um segundo, os 1962Km que separam as cidades de SãoPaulo (SP) e Salvador (BA).

 

3.3. Será gloriosa

O Filho do Homem, no Grande Dia, virá com poder e grande glória (LC 21.27), acompanhado por miríades de anjos, para resgatar Sua Igreja (1 Ts 4.16,17). Em Sua segunda vinda, todos os Seus atributos — poder, sabedoria, santidade, amor etc. — resplandecerão, com fulgor, diante dos homens.

Há de se destacar, no entanto, as duas facetas desse evento escatológico — ambas apresentam-se em agudo contraste: os que preferirem desfrutar os prazeres efêmeros deste mundo amargarão a perdição eterna; os que dedicarem sua vida ao serviço do Reino, todavia, desfrutarão o galardão que lhes está reservado (Mt 25.34; 1 Pe 1.4; Rm 8.17).

 

CONCLUSÃO

A Igreja não pode ignorar a volta do Filho do Homem. A cada segundo que passa, aproxima-se o dia em que com Ele estaremos na eternidade: essa certeza precisa alimentar a nossa fé e encher-nos de esperança.

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