Escola Bíblica Dominical: Jesus é superior a Josué — O meio de entrar no repouso de Deus - Se Liga na Informação





Escola Bíblica Dominical: Jesus é superior a Josué — O meio de entrar no repouso de Deus

Compartilhar isso
TEXTO ÁUREO
“Procuremos, pois, entrar naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência” (Hb 4.11).

VERDADE PRÁTICA
O descanso provido por Josué foi terreno, temporário e incompleto; o descanso provido por Cristo é celestial, eterno e completo.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Hebreus 4.1-13.
1 — Temamos, pois, que, porventura, deixada a promessa de entrar no seu repouso, pareça que algum de vós fique para trás.
2 — Porque também a nós foram pregadas as boas-novas, como a eles, mas a palavra da pregação nada lhes ?aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram.
3 — Porque nós, os que temos crido, entramos no repouso, tal como disse: Assim, jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso; embora as suas obras estivessem acabadas desde a fundação do mundo.
4 — Porque, em certo lugar, disse assim do dia sétimo: E repousou Deus de todas as suas obras no sétimo dia.
5 — E outra vez neste lugar: Não entrarão no meu repouso.
6 — Visto, pois, que resta que alguns entrem nele e que aqueles a quem primeiro foram pregadas as boas-novas não entraram por causa da desobediência,
7 — determina, outra vez, um certo dia, Hoje, dizendo por Davi, muito tempo depois, como está dito: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração.
8 — Porque, se Josué lhes houvesse dado repouso, não falaria, depois disso, de outro dia.
9 — Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus.
10 — Porque aquele que entrou no seu repouso, ele próprio repousou de suas obras, como Deus das suas.
11 — Procuremos, pois, entrar naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência.
12 — Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.
13 — E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.

HINOS SUGERIDOS
47, 146 e 212 da Harpa Cristã.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
O texto de Hebreus 4 mostra o que a história de Josué representa para a Igreja de Cristo. Enquanto o ministério do sucessor de Moisés foi de caráter terreno, temporário e incompleto — primeiro porque Israel não conquistou toda a terra; depois, as guerras continuaram —, Jesus Cristo proveu um descanso celestial, eterno e completo. Na lição desta semana, é preciso fazer o contraste entre os ministérios de Jesus e Josué, conforme abaixo:

JOSUÉ ⇒ Terreno → Temporário → Incompleto
JESUS ⇒ Celestial → Eterno → Completo

Devido à popularização da teologia da prosperidade, bem como o aumento da “politização ideológica” dos movimentos evangélicos, é comum alguns cristãos virarem as costas para a dimensão celestial e eterna do ministério de Jesus, alegando que se dermos ênfase ao “céu” formaremos cristãos “escapistas”. O problema é que eles se esqueceram de combinar isso com o autor de Hebreus. A natureza celestial, eterna e esperançosa do ministério de Cristo é cristalina nas Escrituras! Por isso, embora a obra de Cristo tenha consequências presentes como uma antecipação das bênçãos futuras, claro que podemos vivê-las hoje, aqui e agora, não tenha receio de enfatizar a natureza do porvir da obra de Cristo, pois Ele nos prometeu a vivência da comunhão no Reino Celestial (Mt 26.28,29).

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO
A conquista de Canaã sob a liderança de Josué é retratada pelo autor da Carta aos Hebreus como um tipo da Canaã celestial. Deus havia prometido a conquista da terra a Moisés e Josué (Êx 3.8; Js 1.2,3). Mas ao longo da jornada do Êxodo muitos ficaram pelo caminho. A incredulidade e a desobediência, somadas à falta de ânimo, fizeram com que o povo não vivesse as promessas de Deus em sua plenitude. O mesmo processo estava se repetindo agora com os crentes da Nova Aliança e pelas mesmas razões. A única forma de voltar para a corrida e completar o percurso, entrando no descanso de Deus, era observando a sua Palavra.

PONTO CENTRAL
Enquanto Josué proporcionou um descanso terreno, temporário e incompleto para Israel, Jesus Cristo proveu um descanso celestial, eterno e completo para a Igreja.

I. JESUS PROVEU UMA MENSAGEM SUPERIOR A DE JOSUÉ

1. Uma mensagem que deve ser recebida pela fé.
O autor inicia sua argumentação com uma afirmação e uma declaração. Primeiramente ele afirma que as boas-novas foram pregadas a seus contemporâneos, assim como havia acontecido com os crentes dos dias de Josué (Hb 4.2). Tanto aqui como no versículo seis, o autor usa o verbo grego euangelizomai, que significa “evangelizar”, “pregar as boas-novas a alguém”. É a mesma raiz que dá origem à palavra “evangelho”. Em segundo lugar, o autor declara que “a palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram” (Hb 4.2). Muitos crentes do Antigo Pacto haviam ficado de fora da Terra Prometida porque não receberam a mensagem com fé, o que se poderia esperar então dos que receberam a mensagem em sua plenitude, mas não lhe deram crédito?

2. Uma mensagem que se fundamenta na obediência.
O autor passa a mostrar a razão de alguns não terem entrado no descanso de Deus: “Visto, pois, que resta que alguns entrem nele e que aqueles a quem primeiro foram pregadas as boas novas não entraram por causa da desobediência” (Hb 4.6). A desobediência (gr. apeitheia) é a manifestação ativa da incredulidade. Essa palavra ocorre seis vezes no texto original e foi usada pelo apóstolo Paulo para se referir aos “filhos da desobediência” (Ef 2.2). O crente, quando não crê, age da mesma forma do incrédulo. O autor de Hebreus usa essa palavra novamente no versículo 11, do mesmo capítulo, quando alerta o crente a não “cair no exemplo de desobediência”. A mensagem de Deus só tem proveito quando acompanhada pela obediência.

3. Uma mensagem que conduz à contrição.
A mensagem de Deus para ser recebida necessita encontrar corações receptivos, abertos: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração” (Hb 4.7b). O autor usa o termo sklerynô — traduzido como “duro”, “endurecido” — quatro vezes nesta carta. Esse termo deu origem a palavra portuguesa “esclerose”, “esclerosado”, isto é, “endurecido”, “enrijecido”. É a mesma palavra usada por Lucas em Atos 19.9 para dizer que os judeus se “mostraram endurecidos” e por essa razão rejeitaram a mensagem de Paulo. Aqui em Hebreus, como em outros lugares do Novo Testamento, é o homem, e não Deus, que endurece o seu próprio coração. Deus só endurece quem já está anteriormente endurecido (Rm 1.28,29). Para que a mensagem tenha efeito é preciso encontrar corações contritos.

SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor(a), o recebimento da Palavra com fé, o viver em obediência e o coração contrito e aberto à Palavra são os três aspectos do ouvinte da mensagem de Jesus que devem ser enfatizados neste primeiro tópico. Deixe claro que sem fé é impossível agradar a Deus; sem obediência à Palavra não há fundamento na vida cristã; sem coração contrito não há arrependimento.

II. JESUS PROVEU UM DESCANSO SUPERIOR AO DE JOSUÉ

1. Um descanso total.
Quando contrastamos o capítulo 11.23 com o 13.1 do livro de Josué surge uma pergunta: Josué conquistou ou não Canaã? Especialistas em línguas semíticas avaliam que Josué 11.23 refere-se a uma avaliação otimista das campanhas do líder do povo de Deus. Ora, o povo peregrino ansiava por vir chegar o dia de herdar a Terra Prometida. Nesse sentido, e como era comum à época, o exército de Josué estabeleceu a supremacia militar por sobre toda Canaã assim que chegou ao território, embora não tivesse pleno controle de cada cidade e vila, conforme deixa patente Josué 13.1. Logo, os capítulos 11 e 13 não são contraditórios, mas confirmam que o descanso dado por Josué ao antigo povo de Deus foi incompleto e parcial. Por outro lado, o que o autor de Hebreus está mostrando é que o descanso provido por Jesus foi completo, total. Nada ficou para ser conquistado.

2. Um descanso real.
A redação de Hebreus 4.8, diz: “Porque, se Josué lhes houvesse dado repouso, não falaria, depois disso, de outro dia”. A conquista de Canaã era apenas um tipo da qual a Canaã celestial é o antítipo. A conquista da Terra Prometida por Josué era apenas uma sombra da qual Jesus é a realidade. Quem proveu, de fato, um descanso para o povo de Deus foi Jesus, não Josué: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28).

3. Um descanso eterno.
Para o autor de Hebreus, o descanso provido por Josué não foi apenas incompleto e tipológico, ele foi também temporário: “Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus” (Hb 4.9). O descanso não é aqui! Embora desfrutemos das bênçãos do reino na era presente, todavia, o futuro aguarda a sua plenitude. A estrada é longa e ninguém pode se deixar fatigar pelo caminho. É preciso caminhar com dedicação e vigilância: “Procuremos, pois, entrar naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência” (Hb 4.11).

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“O repouso de Deus, no qual os crentes são convidados a entrar, é algo para o presente ou para o futuro? Certamente o repouso de Deus em seu sentido mais amplo aguarda a era por vir, mas há também um sentido presente de entrar pela fé, como é indicado pelo versículo 3: ‘porque nós, os que temos crido [tempo passado], entramos [tempo presente] no repouso’ (cf. a ênfase do tempo presente em 4.1,10,11). A fé torna possível, no presente, realidades que são futuras, invisíveis, ou celestiais (cf. 11.1).

Em 4.3-5, são enfatizados dois fatos importantes:

1) O repouso de Deus é uma realidade presente e completa (4.3c,4) e

2) Os israelitas não puderam entrar no repouso de Deus (4.3b,5b) por causa de sua incredulidade e desobediência (3.19; 4.6). Note que nosso autor cita Gênesis 2.2 em Hebreus 4.4 e se refere ao Salmos 95.11 (duas vezes) em Hebreus 4.3,5. Sua preocupação por seus leitores é que entrem no repouso de Deus agora pela fé e que não o percam para sempre, como fez a geração que peregrinou no deserto. A incredulidade fecha o coração para Deus e torna sua promessa sem efeito.

O que é o repouso de Deus? É um repouso baseado na conclusão de sua obra na criação (4.3c,4), do qual o sábado sagrado é um testemunho duradouro. Nossa participação em seu repouso é baseada na obra consumada de Cristo na cruz; o fato de Ele estar ‘assentado’ (que inclui o pensamento de repouso) à direita do Pai é o testemunho duradouro. O fato de Deus ter repousado não significa que Ele, por conseguinte, tenha estado ou esteja em um estado de ociosidade, mas apenas que não há nada a se acrescentar àquilo que Ele fez. Deus repousou após criar todas as coisas porque sua obra (de criar) foi terminada ‘desde a fundação do mundo’ (4.3c)” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. RJ: CPAD, 2004, pp.1563,64).

CONHEÇA MAIS

O Descanso

“A preocupação pastoral do autor se torna novamente evidente: ‘Que, porventura, deixada a promessa de entrar no seu repouso, pareça que algum de vós fique para trás’ (cf. 3.12,13; 4.11). Entrar no repouso de Deus não é algo que acontece automaticamente após a conversão a Cristo, da mesma maneira que Israel não entrou automaticamente em Canaã após a sua redenção do Egito. Como Bruce observa, os leitores ‘farão bem em temer a possibilidade de perder a grande bênção que nos está prometida, da mesma maneira que a geração de israelitas que morreu no deserto perdeu a Canaã terrestre, embora este fosse o objetivo que tinham diante de si quando saíram do Egito’”. Leia mais em Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, CPAD, pp.1563,64.

III. JESUS PROVEU UMA ORIENTAÇÃO SUPERIOR A DE JOSUÉ

1. Uma palavra viva.
Já vimos que o autor de Hebreus afirma que a geração do Êxodo ouviu as boas-novas da Palavra de Deus, mas não lhe deu ouvido. Novamente o povo de Deus estava diante de sua Palavra. Essa Palavra não foi anunciada por um anjo, Moisés nem tampouco por Josué, mas pelo próprio Filho de Deus — Jesus. Essa Palavra não mais se limita à letra, a Lei, porque ela é “viva” (Ez 37.3,4). Jesus afirmou que suas palavras “são espírito e vida” (Jo 6.63). Como devemos nos portar diante da Palavra Viva de Deus?

2. Uma palavra eficaz.
A Palavra de Deus é viva, ela produz vida. Mas além de viva, ela é eficaz. Produz resultados: “sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva e que permanece para sempre” (1Pe 1.23). O autor mostra que essa palavra é produtiva. O termo energes, traduzido como “eficaz”, é usado na Bíblia para se referir à atividade divina que produz resultados: “assim será a palavra que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia; antes fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei” (Is 55.11).

3. Uma palavra penetrante.
A Palavra de Deus é retratada como um instrumento vivo, eficaz e cortante, “mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4.12). A metáfora usada pelo autor é muito forte e serve para mostrar que a Palavra de Deus possui um grande poder de penetração. Ela não fica na superfície, mas vai até o centro do ser humano. Os israelitas falharam por não ouvir as palavras de Moisés e Josué, e os cristãos, por outro lado, deveriam ter mais prontidão para responder a essa Palavra.

SUBSÍDIO DIDÁTICO
Ao terminar a exposição deste tópico , e com o auxílio das seções objetivos específicos e sínteses dos tópicos, faça uma breve recapitulação dos assuntos abordados nesta aula. Não esqueça também de trabalhar com a classe as questões da seção Para Refletir.

CONCLUSÃO
A palavra chave desta lição é “descanso”. Todos nós nos fatigamos na caminhada da vida. O problema, portanto, não é se cansar, mas permitir que fatores diversos interrompam a nossa jornada de fé. Com os israelitas o desânimo veio como consequência da infidelidade, incredulidade e desobediência. As mesmas coisas podem acontecer conosco se não atentarmos para a santa, viva e eficaz Palavra de Deus. Nessa jornada temos como guia não um Moisés ou um Josué, mas Jesus, o autor e consumador da nossa fé.

PARA REFLETIR
A respeito de Jesus é superior a Josué — O meio de entrar no repouso de Deus, responda:

Qual a primeira afirmação do autor aos Hebreus?
Que as Boas-novas foram pregadas aos seus contemporâneos, assim como havia acontecido com os crentes dos dias de Josué (Hb 4.2).

O que é preciso para que a mensagem tenha efeito?
A mensagem de Deus para ser recebida necessita encontrar corações receptivos, abertos.

Segundo a lição, o que foi a conquista de Canaã?
A conquista da Terra Prometida por Josué era apenas uma sombra da qual Jesus é a realidade.

Para o autor de Hebreus, o que foi o descanso de Josué?
Para o autor de Hebreus, o descanso provido por Josué não foi apenas incompleto e tipológico, ele foi também temporário: “Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus” (Hb 4.9).

Se os israelitas falharam ao não ouvir as palavras de Moisés e Josué, qual o cuidado que os cristãos devem ter?
Os cristãos, por outro lado, deveriam ter mais prontidão para responder a essa Palavra.

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

Jesus é superior a Josué — O meio de entrar no repouso de Deus

O livro de Josué narra a conquista parcial da terra prometida, a terra de Canaã, sua distribuição e o estabelecimento do povo israelita nela. A narrativa do texto mostra batalhas sangrentas para conquistar a terra. Os cananeus não a entregariam gratuitamente. Entretanto, ao longo do livro é possível perceber que Deus honrou Israel, fazendo-o vencer os inimigos idólatras e obter a dádiva da terra prometida ao seu povo. Ali, começaria a se cumprir a promessa da Aliança de Deus com os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó.



Nesse contexto que a promessa de descanso, ou repouso, isto é, a promessa de conquistar e permanecer na terra prometida, que não foi plenamente realizada, foi cumprida por intermédio de Josué ao povo de Israel, mas unicamente numa perspectiva terrena, incompleta e finita. Aqui, o capítulo 4 de Hebreus faz o maior contraste com o “repouso” proposto no livro de Josué.

A Carta aos Hebreus mostra que “o repouso prometido por Deus não é somente o terrestre, mas também o celestial” (vv.7,8; cf.13.14). Para os crentes, resta ainda o repouso eterno no céu (Jo 14.1-3; cf. Hb 11.10,16). Entrar nesse repouso final significa o cessar do labor, dos sofrimentos e da perseguição, tão comuns em nossa vida nesta terra (cf. Ap 14.13); significa participar do repouso do próprio Deus e experimentar a eterna alegria, deleite, amor e comunhão com Deus e com os santos redimidos. Será um descanso sem fim (Ap 21.22)” (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, p.1905).





1º TRIMESTRE DE 2018  -LIÇÕES BÍBLICAS ADULTOS
Ebd Subsídio Conteúdo adicionais ; valorizeaebd.blogspot.com.br
COMENTÁRIO: DC. AILDO FERREIRA - IEADALPE – AD ITAPISSUMA - PE

LIÇÃO 4 : JESUS É SUPERIOR A JOSUÉ – O MEIO DE ENTRAR NO REPOUSO DE DEUS

INTRODUÇÃO

O final do capítulo 3 explica que os israelitas que se rebelaram contra Deus nunca entraram “no seu repouso” (referindo-se à Terra Prometida, mencionada em 3.18,19). Tendo mostrado que Jesus é superior ao grande líder Moisés, o autor passou para um outro grande líder israelita, Josué.  O servo de Deus Josué conduziu Israel para a Terra Prometida, contudo ele não proporcionou o verdadeiro “repouso” de Deus (veja 4.8). Alguém maior do que Josué realizou esta obra gloriosa. Josué recebeu a difícil tarefa de ser o sucessor de Moisés , conduzir  a nova geração a terra prometida, fazer as divisões das terras para cada tribo e coloca-lós nela. Foi o líder espiritual e militar do povo de Israel durante a conquista de Canaã, a Terra Prometida.  O Repouso prometido por Deus não só é o terrestre mas o celestial, só poderemos chegar lá se perseveramos na fé mediante  em Cristo Jesus.

 I. JESUS PROVEU UMA MENSAGEM SUPERIOR A DE JOSUÉ

Jesus é maior do que a lei que Moisés deu; Ele dá um repouso maior do que o repouso que Josué deu ao conquistar a Terra Prometida. O escritor prossegue para mostrar como Jesus também é maior do que qualquer um no sacerdócio judeu, uma outra parte importante da herança judaica. O nosso Sumo Sacerdote misericordioso e fiel, Jesus Cristo, tornou-se como nós a fim de morrer por nós, oferecendo o sacrifício definitivo pelo pecado.1,2. O prometido descanso continua à disposição.

A promessa de Deus não foi esgotada pela geração do deserto. Só o fracasso em permanecer firme na fé limita a entrada neste descanso. Esta é a aplicação direta das advertências contra a incredulidade nas declarações anteriores. A nós foram anunciadas as boas-novas parece uma declaração difícil por causa das traduções variantes, mas não é difícil de entender. A fé do crente exercitada em relação à promessa de Deus garante o descanso.

 Embora a geração seguinte de israelitas (depois daqueles que pecaram e morreram no deserto) tenha entrado e possuído a terra, isto era apenas uma sombra do “repouso” final que estava por vir. O povo judeu recusou o plano de Deus e rejeitou o seu Salvador; desta forma, a promessa de entrar no seu repouso ainda permanece - Deus tornou este repouso disponível aos cristãos. Visto que Deus tinha impedido que os israelitas rebeldes entrassem em seu “repouso”, a promessa está aberta para aqueles que permanecerem obedientes a Ele. 

A promessa não foi cumprida, mas também não foi revogada. Porém, os cristãos podem aprender com o erro trágico dos israelitas. O escritor de Hebreus advertiu os leitores de como seria grave desviarem-se de Cristo, dizendo: Temamos, pois, que porventura...pareça que algum de vós fique para trás.
Assim como Deus rejeitou os israelitas rebeldes com base na incredulidade que demonstraram (Hb 3.19), Ele rejeitará aqueles que se desviarem de Cristo, que se recusarem a crer nele, ou que se recusarem a segui-lo.

(Hb 4.2) Os judeus do Antigo Testamento receberam a mensagem de Deus no grande livramento do Egito e na aliança dada a Moisés, no Monte Sinai. Estes crentes do Novo Testamento receberam estas Boas Novas do lugar de repouso de Deus na pessoa de Jesus Cristo, através de sua morte na cruz e de sua ressurreição (Rm 10.9). Os judeus tanto da era do Antigo Testamento como da era do Novo Testamento tinham recebido um comunicado de Deus (Hb 1.1). 

 II. JESUS PROVEU UM DESCANSO SUPERIOR AO DE JOSUÉ 

Porque aquele que entrou no seu repouso, ele próprio repousou de suas obras; como Deus das suas.
O tempo passado empregado aqui na expressão “repousou” tem trazido grande dificuldade para os intérpretes, que pensam referir-se a Cristo o pronome “ele”. Outros intérpretes, porém, vêem nestas palavras o repouso do crente, pois todo o contexto da passagem em foco não alude à pessoa de Jesus uma vez se quer em todo o texto de (H3.7-19; 4.1-9). O pronome “ele”, aqui mencionado, parece na verdade fazer alusão ao cristão entrando no descanso divino, seja pela vida, seja pela morte, ou pelo arrebatamento da Igreja. No contexto de Apocalipse 14.13 fica talvez confirmado o significado deste pensamento, quando diz: “Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam”.

A humanidade não perdeu a sua chance de salvação com o fracasso de Israel, mas o escritor outra vez advertiu seus leitores a não endurecerem os seus corações A frase “determina, outra vez, um certo dia” significa que o tempo de repouso chegará, e de fato já chegou, porque o tempo é hoje. Na época em que o Salmo 95 foi escrito (e ele foi parcialmente citado neste versículo), ninguém tinha entrado no repouso completo de Deus. Muitos judeus podem ter acreditado que já haviam recebido o repouso de Deus, por habitarem na terra de Canaã.

Mas o escritor argumenta que isto não pode ser assim. Josué e os israelitas estabeleceram-se em Canaã e realmente alcançaram períodos de paz e prosperidade. Contudo, se este tivesse sido o repouso prometido de Deus, não falaria, depois disso, de outro dia de repouso. Em outras palavras, não teria havido nenhuma necessidade desta renovação da promessa registrada aqui, do salmo escrito por Davi. Se Deus pretendesse ter apenas um reino terreno, Ele não teria prometido um “outro dia”. Portanto, o repouso não estava na terra, mas no Reino eterno de Deus.

Por que este repouso era tão importante para os leitores desta carta? Os leitores, que eram cristãos de origem judaica, tinham duas razões importantes para aguardar ansiosamente pelo repouso. 
(1) A história judaica estava repleta de peregrinações e tumultos políticos. Descansar finalmente nas promessas plenas e cumpridas de Deus seria uma grande consolação.
(2) Os cristãos no século I freqüentemente se deparavam com privações e dificuldades, com a animosidade dos agentes de Satanás, e com a tarefa de Aqueles que se converteram da fé judaica ao cristianismo freqüentemente incorriam na ira de outros judeus (enfrentando a excomunhão) e de suas famílias (sendo repudiados). Entrar no repouso de Deus que foi prometido é uma grande promessa - ali a luta cessará, e a dor desaparecerá.

Contudo, este repouso permanece somente para o povo de Deus. Embora o povo judeu, a quem foi oferecido originalmente o repouso, o tivesse recusado, o plano de Deus não poderia ser frustrado; Deus o ofereceu a outros - tanto judeus como gentios que crêem em Jesus Cristo como Salvador. (Este ensino é similar à parábola de Jesus da grande ceia, registrada em Lucas 14.15-24.)

(Hb 4.10) O autor mostrou que o repouso permanece para o povo de Deus - os cristãos (4.6,9). Este repouso permanece, e as pessoas encontrarão repouso de suas obras. Este “repouso de suas obras” começa agora, ou os crentes têm que esperar pelo céu? Alguns sugerem que ele começa depois da morte, citando 'Apocalipse 14.13. Muito provavelmente, porém, os crentes experimentam o repouso de Deus nesta vida presente, mas o receberão completamente e plenamente depois da morte, quando chegarem ao céu. As “obras” das quais os crentes podem repousar não significam inatividade. Afinal, os crentes têm muito trabalho a fazer neste mundo, a fim de divulgar o Reino de Deus.

 O termo “obras”, portanto, pode se referir a cessar de tentar trabalhar para a salvação. Muitos destes leitores judeus haviam sido criados sob o sistema farisaico de leis rígidas e da guarda de ordenanças. Estes cristãos de origem judaica podiam repousar destas obras, confiando na obra que o Senhor Jesus Cristo fez. 
(Hb 4.11) Esta declaração é um paradoxo intencional; Procuremos, pois, entrar naquele repouso. Precisamos nos esforçar para obter o que é  nosso por promessa, mas que ainda não é nosso por experiência. A boa terra foi prometida aos filhos de Israel, mas só seria deles quando eles a possuíssem. Todos os crentes devem desenvolver diligentemente a sua fé, procurando obedecer a Jesus dia a dia, aproximando-se de Deus através de experiências na vida (Fp 2.12). Todos os dias, o povo de Deus está fazendo uma escolha, aproximar-se de Deus ou afastar-se dele. 

Entretanto, a mensagem aqui é uma advertência às pessoas que se mostrassem preguiçosas em sua vida espiritual. A preguiça pode fazer com que uma pessoa caia na desobediência, e qualquer pessoa que desobedecer a Deus cairá. As pressões de hoje tornam fácil ignorar ou esquecer as lições do passado. Mas o autor aconselha os leitores a se lembrarem das lições que os israelitas aprenderam a respeito de Deus, para que evitem repetir os erros dos israelitas.
Deus sabe se fazemos ou não todos os esforços possíveis (4.11), e se temos ou não verdadeiramente chegado à fé em Cristo; não há criatura alguma encoberta diante dele. Podemos enganar a nós mesmos ou a outros cristãos no tocante à nossa vida espiritual, mas não podemos enganar a Deus. Ele sabe quem nós realmente somos porque a Palavra de Deus é viva e eficaz. A Palavra de Deus não pode ser desprezada nem desobedecida. (Salmos 95.11).

 E importante observar que as três cláusulas são coerentes e significativas, somente quando interpretadas à luz não somente do contexto imediato mas do como
texto de todo o salmo da qual a citação foi tirada. Além do mais, para entender a idéia, é necessário sugerir que o verbo do presente do indicativo da cláusula principal, nós [...]entramos no... (eiserchometha) deveria ter uma construção futura: “entraremos no” .

Quem? Os que temos crido (aoristo) entraremos no repouso. Nós que confessamos ser cristãos, tendo aceitado Cristo por meio da fé verdadeira, somos qualificados para entrar no repouso que resta para o “povo de Deus” (v. 9), desde que não percamos nossa qualificação ao endurecer os nossos corações. Porque, de acordo com o decreto divino, eles (os resistentes teimosos, os apóstatas) não entrarão no meu repouso . 
Este ultimato, de que os crentes entrarão e os que rejeitam não entrarão, é verdadeiro, embora as suas obras estivessem acabadas desde a fundação do mundo. Como explica o versículo seguinte, meu repouso está relacionado com a cessação das obras criativas de Deus. A referência, deste ponto até a conclusão destas obras, implica que Deus desde o princípio desejou compartilhar seu repouso com o seu povo; mas eles não podem entrar sem a obediência da fé, e enquanto não obedecerem, estão excluídos, não importa quanto tempo Deus tem esperado.

Os israelitas que se rebelaram aprenderam da maneira mais difícil que, quando Deus fala, eles devem ouvir. Ir contra Deus significa encarar o juízo e a morte. 
Ao abandonar o caminho que conduz à salvação, não atentando para a promessa de um dia entrar no “repouso” eterno, o cristão incorre precisamente no mesmo exemplo de desobediência — tanto em sua conduta como em seu destino — da nação de Israel, em sua caminhada pelo deserto. Jesus entrou nesse descanso; Ele se encontra ali à mão direita de Deus, no Santo dos Santos, esperando-nos (Hb 6.20).

A advertência do escritor sagrado, aqui, é quanto à desobediência da geração do deserto. Eles pensavam que, tendo desobedecido com freqüência, e tendo abandonado o caminho da fé, a despeito de tudo, finalmente Deus haveria de introduzi-los triunfalmente na Terra Prometida, sem qualquer esforço da parte deles. No entanto, esqueceram-se de que Deus é o Senhor, ao que Ele pergunta aos seus filhos: “O filho honrará o pai, e o servo, ao seu senhor; e, se eu sou Pai, onde está a minha honra? E, se eu sou Senhor, onde está o meu temor? — diz o Senhor dos Exércitos a vós...” (Ml 1.6). Portanto, o caminho que nos leva a Deus é o da obediência; fora dele, não há como se aproximar do Senhor.
 III. JESUS PROVEU UMA ORIENTAÇÃO SUPERIOR A DE JOSUÉ

As qualidades e as atividades atribuídas à Palavra — viva, eficaz, cortante, penetrante e discemidora — Que a Palavra é viva demonstra que reflete o caráter verdadeiro do próprio Deus, a fonte de toda a vida. Este tipo de vida é cheio de energia para realizar sua finalidade declarada. Esta qualidade viva é particularmente apropriada à idéia da Palavra, especialmente quando é aplicada ao registro da revelação, porque a noção poderia facilmente degenerar num código morto, conforme indubitavelmente a Lei tinha se tomado para muitos judeus. Mas uma revelação que é viva tem aplicação constante às mentes dos endereçados. Quando Jesus declarou que as palavras que Ele falava eram espírito e vida (Jo 6.63), era esta parte vivificante da Sua revelação que estava sendo enfatizada. A segunda característica, eficaz ou “ativa” (energês), serve para sublinhar a mesma idéia. 

A comparação entre a Palavra de Deus e uma espada é achada também em Efésios 6.17 e volta a ocorrer em Apocalipse 1.16, onde a idéia de uma espada de dois gumes é usada para descrever a natureza das palavras que procedem da boca do Filho de Deus glorificado. É achada, ademais, em Isaías 49.2 e Sabedoria 7.22. A referência em Efésios está num contexto da armadura espiritual, e é especificamente aplicada ao ataque contra as forças do mal. Aqui, porém, a ênfase recai sobre o caráter penetrante da Palavra, que é expresso na descrição comparativa: mais cortante. É a capacidade de penetração da espada de dois gumes que impressionou o autor mais fortemente. 

Esta palavra divina não está somente viva, mas é eficaz, ativa em convencer, examinar e descobrir. Como uma espada de dois gumes, a mensagem do evangelho penetra de tal forma no ouvinte que alma e espírito são divididos; nosso eu espiritual é separado do nosso eu alma. Podemos ser religiosos — mas não salvos. Podemos ser sensíveis ao homem, mas insensíveis para com Deus. Uma pessoa pode ser culta e atenta na mente e corpo, mas atrofiada e dormente no espírito.
Este poder cortante e penetrante divide juntas e medulas, uma sugestão figurada, possivelmente, indicando que o evangelho nos encontra não só no nível da personalidade, mas no nível do nosso eu invisível. E na medula que doenças do sangue se alojam muito antes que o mecanismo do corpo seja visivelmente afetado. As pessoas caminham eretas, no entanto seus ossos podem estar doentes por dentro, como uma árvore que está em pé até que uma tempestade violenta a derruba até o chão, revelando seu cerne apodrecido. E nessa auto-revelação, o evangelho discerne os pensamentos e intenções do coração.

A seguinte descrição elucida este aspecto penetrante da Palavra. Penetra até ao ponto de dividir alma e espírito chama atenção especial à ação divisora da Palavra de Deus, mas qual é o sentido pretendido aqui? 
Embora tenha sido sugerido que a divisão é entre a alma (psychê) e o espírito (pneuma), parece melhor supor que a penetração é tanto dentro da alma bem como do espírito, sua ação ressalta a verdadeira natureza dos dois. Neste caso, a Palavra seria vista penetrando na pessoa como um todo, tanto alma quanto espírito. Se a primeira interpretação for adotada, significará que a penetração era tão eficiente que chegava à linha divisória, notoriamente obscura, entre a alma e o espírito. Tanto a palavra para “penetrar” (diikneomai) quanto a para “dividir” (merismos) são peculiares a este escritor, no Novo Testamento.

 O uso neotestamentário de pneuma focaliza o aspecto espiritual do homem, sua vida em relação a Deus, ao passo que psychê refere-se à vida do homem independentemente da sua experiência espiritual, sua vida em relação a si mesmo, às suas emoções e ao seu pensamento. Há uma forte antítese entre os dois na teologia de Paulo.
Quando a atividade divisora é estendida a juntas e medulas e pensamentos e propósitos, fica claro mais uma vez que a idéia de eficiência está em mente. 

CONCLUSÃO
Quando Josué — que é uma figura de Cristo — introduziu o povo na Terra Prometida, a nação começou a desfrutar um tipo de descanso, ainda que terreno. Mas o escritor sagrado nos mostra aqui que este era apenas uma figura daquele descanso que Deus deseja dar ao seu povo, o qual é encontrado em Cristo por meio da vida eterna. Em Apocalipse 6.9-11, João nos confirma isso dizendo: “... vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? E a cada um foram dadas uma comprida veste branca e foi-lhes dito que repousassem ainda por um pouco de tempo...” Evidentemente, qualquer repouso dedicado ao cristão, no sentido religioso, seja ele na vida ou na morte, somente será encontrado em Cristo. Ele é “o Senhor do sábado” — portanto, é “o Senhor do repouso”.
Qualquer repouso ou bem-estar alcançado pelo homem é apenas temporário e não permanente. Mas em Cristo e através dele o homem pode alcançar o repouso eterno, quando se tornar um morador da cidade celestial, a Nova Jerusalém. 

“Josué foi símbolo de Cristo em muitas ações de sua vida: 
Nos milagres que operou ou que foram efetuados por causa dele; nos combates em que lutou, nas vitórias que obteve; na salvação de Raabe e sua família; no recebimento dos gibeonitas que vieram a ele submissos e na condução dos filhos de Israel à terra de Canaã, a qual foi dividida por sortes. Porém, embora os tivesse feito entrar na terra de descanso, no descanso simbólico, onde tiveram repouso, por algum tempo livres de seus inimigos, contudo ele não lhes conferiu o verdadeiro descanso espiritual” (John Gill).

 OBRAS CONSULTADA
Comentário Bíblico Hebreus CPAD, págs. 129-131.
Comentário Bíblico Belcon  Hebreus e Apocalipse CPAD.
Serie Cultura Bíblica comentários aos Hebreus.
Comentário Bíblico Pentecostal. Volume 1. 1ª Edição. RJ: CPAD

DC. AILDO FERREIRA           
IEADALPE - AD ITAPISSUMA - PE









LIÇÃO 04 - JESUS É SUPERIOR A JOSUÉ - O MEIO DE ENTRAR NO REPOUSO DE DEUS





TEXTO ÁUREO
"Procuremos, pois, entrar naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência." (Hb 4.11)



VERDADE PRÁTICA
O descanso provido por Josué foi terreno, temporário e incompleto; o descanso provido por Cristo é celestial, eterno e completo.






Hebreus 4.1-13

1 - Temamos, pois, que, porventura, deixada a promessa de entrar no seu repouso, pareça que algum de vós fique para trás.
2 - Porque também a nós foram pregadas as boas-novas, como a eles, mas a palavra da pregação nada lhes   ?aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram.
3 - Porque nós, os que temos crido, entramos no repouso, tal como disse: Assim, jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso; embora as suas obras estivessem acabadas desde a fundação do mundo.
4 - Porque, em certo lugar, disse assim do dia sétimo: E repousou Deus de todas as suas obras no sétimo dia.
5 - E outra vez neste lugar: Não entrarão no meu repouso.
6 - Visto, pois, que resta que alguns entrem nele e que aqueles a quem primeiro foram pregadas as boas-novas não entraram por causa da desobediência,
7 - determina, outra vez, um certo dia, Hoje, dizendo por Davi, muito tempo depois, como está dito: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração.
8 - Porque, se Josué lhes houvesse dado repouso, não falaria, depois disso, de outro dia.
9 - Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus.
10 - Porque aquele que entrou no seu repouso, ele próprio repousou de suas obras, como Deus das suas.
11 - Procuremos, pois, entrar naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência.
12 - Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.
13 - E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.






INTRODUÇÃO




A conquista de Canaã sob a liderança de Josué é retratada pelo autor da Carta aos Hebreus como um tipo da Canaã celestial. Deus havia prometido a conquista da terra a Moisés e Josué (Êx 3.8Js 1.2,3). Mas ao longo da jornada do Êxodo muitos ficaram pelo caminho. A incredulidade e a desobediência, somadas à falta de ânimo, fizeram com que o povo não vivesse as promessas de Deus em sua plenitude. O mesmo processo estava se repetindo agora com os crentes da Nova Aliança e pelas mesmas razões. A única forma de voltar para a corrida e completar o percurso, entrando no descanso de Deus, era observando a sua Palavra.










I - JESUS PROVEU UMA MENSAGEM SUPERIOR A DE JOSUÉ


1. Uma mensagem que deve ser recebida pela fé. O autor inicia sua argumentação com uma afirmação e uma declaração. Primeiramente ele afirma que as boas-novas foram pregadas a seus contemporâneos, assim como havia acontecido com os crentes dos dias de Josué (Hb 4.2). Tanto aqui como no versículo seis, o autor usa o verbo grego euangelizomai, que significa "evangelizar", "pregar as boas-novas a alguém". É a mesma raiz que dá origem à palavra "evangelho". Em segundo lugar, o autor declara que "a palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram" (Hb 4.2). Muitos crentes do Antigo Pacto haviam ficado de fora da Terra Prometida porque não receberam a mensagem com fé, o que se poderia esperar então dos que receberam a mensagem em sua plenitude, mas não lhe deram crédito?




2. Uma mensagem que se fundamenta na obediência. O autor passa a mostrar a razão de alguns não terem entrado no descanso de Deus: "Visto, pois, que resta que alguns entrem nele e que aqueles a quem primeiro foram pregadas as boas novas não entraram por causa da desobediência" (Hb 4.6). A desobediência (gr. apeitheia) é a manifestação ativa da incredulidade. Essa palavra ocorre seis vezes no texto original e foi usada pelo apóstolo Paulo para se referir aos "filhos da desobediência" (Ef 2.2). O crente, quando não crê, age da mesma forma do incrédulo. O autor de Hebreus usa essa palavra novamente no versículo 11, do mesmo capítulo, quando alerta o crente a não "cair no exemplo de desobediência". A mensagem de Deus só tem proveito quando acompanhada pela obediência.



3. Uma mensagem que conduz à contrição. A mensagem de Deus para ser recebida necessita encontrar corações receptivos, abertos: "Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração" (Hb 4.7b). O autor usa o termo sklerynô - traduzido como "duro", "endurecido" - quatro vezes nesta carta. Esse termo deu origem a palavra portuguesa "esclerose", "esclerosado", isto é, "endurecido", "enrijecido". É a mesma palavra usada por Lucas em Atos 19.9 para dizer que os judeus se "mostraram endurecidos" e por essa razão rejeitaram a mensagem de Paulo. Aqui em Hebreus, como em outros lugares do Novo Testamento, é o homem, e não Deus, que endurece o seu próprio coração. Deus só endurece quem já está anteriormente endurecido (Rm 1.28,29). Para que a mensagem tenha efeito é preciso encontrar corações contritos.




SÍNTESE DO TÓPICO I
A mensagem de Jesus deve ser percebida pela fé, praticada com obediência e recebida em contrição pessoal.







II - JESUS PROVEU UM DESCANSO SUPERIOR AO DE JOSUÉ




1. Um descanso total. Quando contrastamos o capítulo 11.23 com o 13.1 do livro de Josué surge uma pergunta: Josué conquistou ou não Canaã? Especialistas em línguas semíticas avaliam que Josué 11.23 refere-se a uma avaliação otimista das campanhas do líder do povo de Deus. Ora, o povo peregrino ansiava por vir chegar o dia de herdar a Terra Prometida. Nesse sentido, e como era comum à época, o exército de Josué estabeleceu a supremacia militar por sobre toda Canaã assim que chegou ao território, embora não tivesse pleno controle de cada cidade e vila, conforme deixa patente Josué 13.1. Logo, os capítulos 11 e 13 não são contraditórios, mas confirmam que o descanso dado por Josué ao antigo povo de Deus foi incompleto e parcial. Por outro lado, o que o autor de Hebreus está mostrando é que o descanso provido por Jesus foi completo, total. Nada ficou para ser conquistado.




2. Um descanso real. A redação de Hebreus 4.8, diz: "Porque, se Josué lhes houvesse dado repouso, não falaria, depois disso, de outro dia". A conquista de Canaã era apenas um tipo da qual a Canaã celestial é o antítipo. A conquista da Terra Prometida por Josué era apenas uma sombra da qual Jesus é a realidade. Quem proveu, de fato, um descanso para o povo de Deus foi Jesus, não Josué: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei" (Mt 11.28).




3. Um descanso eterno. Para o autor de Hebreus, o descanso provido por Josué não foi apenas incompleto e tipológico, ele foi também temporário: "Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus" (Hb 4.9). O descanso não é aqui! Embora desfrutemos das bênçãos do reino na era presente, todavia, o futuro aguarda a sua plenitude. A estrada é longa e ninguém pode se deixar fatigar pelo caminho. É preciso caminhar com dedicação e vigilância: "Procuremos, pois, entrar naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência" (Hb 4.11).




SÍNTESE DO TÓPICO II
O descanso que Jesus proveu para o seu povo é completo, real e eterno.








III - JESUS PROVEU UMA ORIENTAÇÃO SUPERIOR A DE JOSUÉ


1. Uma palavra viva. Já vimos que o autor de Hebreus afirma que a geração do Êxodo ouviu as boas-novas da Palavra de Deus, mas não lhe deu ouvido. Novamente o povo de Deus estava diante de sua Palavra. Essa Palavra não foi anunciada por um anjo, Moisés nem tampouco por Josué, mas pelo próprio Filho de Deus - Jesus. Essa Palavra não mais se limita à letra, a Lei, porque ela é "viva" (Ez 37.3,4). Jesus afirmou que suas palavras "são espírito e vida" (Jo 6.63). Como devemos nos portar diante da Palavra Viva de Deus?






2. Uma palavra eficaz. A Palavra de Deus é viva, ela produz vida. Mas além de viva, ela é eficaz. Produz resultados: "sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva e que permanece para sempre" (1 Pe 1.23). O autor mostra que essa palavra é produtiva. O termo energes, traduzido como "eficaz", é usado na Bíblia para se referir à atividade divina que produz resultados: "assim será a palavra que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia; antes fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei" (Is 55.11).




3. Uma palavra penetrante. A Palavra de Deus é retratada como um instrumento vivo, eficaz e cortante, "mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração" (Hb 4.12). A metáfora usada pelo autor é muito forte e serve para mostrar que a Palavra de Deus possui um grande poder de penetração. Ela não fica na superfície, mas vai até o centro do ser humano. Os israelitas falharam por não ouvir as palavras de Moisés e Josué, e os cristãos, por outro lado, deveriam ter mais prontidão para responder a essa Palavra.




SÍNTESE DO TÓPICO III
A orientação de Jesus foi manifesta por meio de uma Palavra viva, eficaz e penetrante.






CONCLUSÃO


A palavra chave desta lição é "descanso". Todos nós nos fatigamos na caminhada da vida. O problema, portanto, não é se cansar, mas permitir que fatores diversos interrompam a nossa jornada de fé. Com os israelitas o desânimo veio como consequência da infidelidade, incredulidade e desobediência. As mesmas coisas podem acontecer conosco se não atentarmos para a santa, viva e eficaz Palavra de Deus. Nessa jornada temos como guia não um Moisés ou um Josué, mas Jesus, o autor e consumador da nossa fé.















------------------------------------------------
Referências
Revista Lições Bíblicas. A SUPREMACIA DE CRISTOFé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus. Lição 04 – Jesus é superior a Josué – O meio de entrar no repouso de Deus. I – Jesus proveu uma mensagem superior a de Josué. 1. Uma mensagem que deve ser recebida pela fé. 2. Uma mensagem que se fundamenta na obediência. 3. Uma mensagem que conduz à contrição. II – Jesus Proveu um descanso superior ao de Josué. 1. Um descanso total. 2. Um descanso real. 3. Um descanso eterno. III – Jesus proveu uma orientação superior a de Josué. 1. Uma palavra viva. 2. Uma palavra eficaz.  3. Uma palavra penetrante. Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 1° Trimestre de 2018.

Elaboração dos slides: Ismael Pereira de Oliveira. Pastor na Igreja Assembleia de Deus, Convenção CIADSETA, matrícula número 3749-12. Inscrito na CGADB, número do registro 76248. Contatos para agenda: 63 - 984070979 (Oi) e 63 – 981264038 (Tim), pregação e ensino.




Resumo Apresentado pelo Comentarista das Revistas Lições Bíblicas Adultos da CPAD, pastor José Gonçalves.










Aula ministrada pelo Dr. Ev. Caramuru Afonso Francisco 
 Acesse (www.portalebd.org.br)










Aula ministrada pelos professores da EBP EM FOCO











Aula ministrada pelo professor Fábio Segantin









Aula ministrada pelo professor Jeferson Bastista










Aula ministrada pelos professores da Assembléia de Deus em Londrina











Aula ministrada pelo professor Alberto Alves da Fonseca











Aula ministrada pelo professor Pr. Edvaldo Bueno (Igreja AD ministério Belém em Paulínia/SP)











Aula ministrada pelo professor Marcio Mainardes










Aula ministrada pelo professor Gabriel Raso











Aula ministrada pelo pastor Raimundo Campos










Aula ministrada pelo presbítero Mauro Lúcio









Aula ministrada pelo professor Lucas Neto










Aula ministrada pelos professores da IEADPE










Aula ministrada pelo presbítero Janderson Nascimento










Aula ministrada pelo professor Roberto Cardoso









Aula ministrada pelo professor Sandro Moraes












Aula ministrada pelo professor da EBD Asa Norte










Aula ministrada pelo professor Rosileudo Lima









Aula ministrada pelo professor Agnaldo Betti








SE VOCÊ QUER AJUDAR ESSA OBRA, ENTÃO CLIQUE NO ANÚNCIO ABAIXO! 

Nenhum comentário:

Postar um comentário