Salgueiro faz tributo a Xangô e a ícones da escola em desfile que misturou religião e justiça - Se Liga na Informação





Salgueiro faz tributo a Xangô e a ícones da escola em desfile que misturou religião e justiça

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Viviane Araújo foi rainha pelo 11º ano, Aílton Graça interpretou Papa e Eri Johnson foi elemento surpresa da comissão de frente. Fundador e integrantes importantes foram lembrados.



O Salgueiro recontou na Sapucaí a história de Xangô, mostrando o orixá como símbolo de religiões e da imparcialidade. A partir dessa associação, a escola da Zona Norte também falou sobre a justiça no Brasil, no fim do desfile.

O enredo também homenageou Júlio Machado (1939-2007). O Xangô do Salgueiro, como era chamado, desfilou por 39 anos na escola, sempre com o mesmo figurino
A comissão de frente mostrou os anjos da pedreira, com homens-pedra camuflados que brotavam de uma parede. Eri Johnson foi um elemento surpresa, em uma roda de samba de uma comunidade estilizada
Djalma Sabiá, único fundador vivo do Salgueiro e presidente de honra, veio em um tripé. Iracema Pinto, de 78 anos, morreu a caminho da Sapucaí, após sofrer um AVC. A presidente da ala dos destaques foi homenageada.

Em busca do décimo título e o primeiro desde 2009, a escola botou 3.500 componentes para defender um enredo que misturou justiça, religião e a história da escola.

A primeira das 30 alas deu destaque ao fogo, com uma dança feita para o orixá. Na sequência, o carro abra-alas destacou o mito da criação segundo a tradição iorubá, colocando religiões de origem africana em destaque.

Os ritmistas batucaram para Xangô, vestidos como oujubás, os sacerdotes do culto ao orixá. Ao lado da bateria furiosa, Viviane Araújo desfilou pela 11ª vez como rainha. Outro nome famoso do Salgueiro, Aílton Graça sambou representando um papa.

O vermelho dominou as alas seguintes, representando os raios do machado de Xangô, sua roupa e o início do culto a ele no Brasil, lembrado no carro Xangô de Pernambuco, com um cágado gigante e articulado.

Indo do vermelho para o dourado, o terceiro carro representou os santos católicos associados a Xangô, como São Jerônimo, São Judas Tadeu e São Pedro.

As baianas simbolizaram Iemanjá, fazendo lembrar o enredo "Bahia De Todos Os Deuses", que deu ao Salgueiro o título em 1969. A mesma temática dominou o quarto carro.

A corrupção tomou conta do desfile a partir da 34ª ala, com fantasias estampando dólares. Também apareceram ladrões mascarados, juízes pedindo ordem no tribunal e alguns "supremos ministros".

Para fechar, o último carro trouxe uma balança e a última ala foi formada por ativistas. O desfile terminou com uma grande passeata na luta por direitos e contra a discriminação.

Integrante do Salgueiro  — Foto: Rodrigo Gorosito/G1

Ala de São Judas Tadeu, do Salgueiro — Foto: Marcos Serra Lima/G1

Os portugueses nobres do império, em ala do Salgueiro — Foto: Marcos Serra Lima/G1

Detalhe do desfile do Salgueiro — Foto: Rodrigo Gorosito/G1

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