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Escola Bíblica Dominical: A Encarnação

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"Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade" - João 1.14



A ENCARNAÇÃO DE JESUS

As Escrituras testemunham que um dia quando a chegou para Deus a “plenitude do tempo” (Gl. 4: 4) Ele enviou Seu Filho Jesus Cristo ao mundo e aqui Ele nasceu e viveu. A este fato dá-se o nome de “encarnação”, que significa “na carne”, e aplica-se a Cristo porque a Bíblia diz que Ele se “encarnou” (Jo. 1:14; também Rm. 1:3; 8:3). Os dias de Jesus entre os homens foram os “dias de sua carne” (Hb. 5:7). Vale salientar que este ato de Deus em mandar Seu Filho ao mundo não foi um mero capricho, havia uma tremenda necessidade para que isso acontecesse, assim, a encarnação e a necessidade da mesma serão os assuntos aprofundados nesta lição. Prepare-se e mãos à obra.

I- A ENCARNAÇÃO DE CRISTO; A NOVIDADE DE DEUS E A CERTEZA DE SUA PALAVRA.

A encarnação de Cristo se deu no tempo exato de acordo com o que Deus havia planejado. Aliás, toda a vida de Jesus ocorreu debaixo do plano de Deus, tudo o que aconteceu com Ele foi na hora certa (Jo. 2:4; 7: 6, 8, 30; 8: 20; 12: 23; 13:1; 17: 1), e conforme a vontade divina (At. 2: 22-23; 4: 27-28). A expressão usada pelo apóstolo Paulo em Gl. 4: 4 traduzida por “plenitude do tempo” é a expressão grega: plêrôma e significa “completo, cheio”. Com a encarnação de Cristo Deus mostra que o tempo que Ele havia determinado havia chegado, se completado, e agora Ele estaria inaugurando uma nova ordem, um tempo novo. E a chegada desse novo tempo anuncia.

a) Nada no universo poderia produzir algo novo. A era antiga havia chegado ao seu final. Nenhuma religião ou filosofia existente poderia proporcionar a redenção que o mundo precisava. Nenhuma civilização, por mais avançada que fosse, poderia levar o homem à sua plenitude, só Jesus Cristo (At. 4: 10-12). Na encarnação de Cristo Deus estava fazendo um novo começo e mostrando a falência das tentativas humanas. Cristo traz o vinho novo (Jo. 2: 1-11); o mandamento novo (Jo.13: 34); quem está em Cristo é novo (2Co. 5: 17; Ef. 2: 15; 4: 24); a aliança de Cristo é nova (Lc. 22:20); a obra de Cristo é nova (Ap. 2: 17; 5:9; 21: 1-2, 5). Paulo considerava tudo como nada diante dos tesouros da sabedoria que estavam em Cristo (1Co. 1: 24, 30; Fp. 3: 4-8; Cl. 2:3). Cristo é o centro de tudo (Ef. 1: 3-10; Cl. 1: 13-20).
b)As profecias a respeito do Messias foram cumpridas. O Rei da história estava chegando. Quando João Batista começou em sua pregação a anunciar o Messias sabia de quem falava (Mt. 3:1-3,11). O Cristo encarnado era o cumprimento das Escrituras (Mt. 1:22-23; 2:15, 23; 4: 12-17). As palavras ditas por Deus pela boca de seus profetas foram confirmadas com o nascimento do Messias, porque as palavras de Deus não são pronunciadas em vão e são sempre verdadeiras. Ele é o único Deus que anuncia o fato e o faz se cumprir (Is. 41: 21-29; 42: 8-9; 46: 9-10; 48: 3).

II- O VERBO SE FEZ CARNE.

O fato da encarnação mostra algumas verdades ao cristão, verdades estas que precisamos memorizar, pois dizem respeito diretamente ao conteúdo de nossa crença. Assim vamos aprender mais com a encarnação. Observe com atenção.
a) Mostra a eternidade de Cristo. Cristo ter se encarnado revela que Ele era pré-existente. Ele vivia em outro lugar antes de vir ao mundo. João antes de dizer que Ele se encarnou afirma que Ele já existia desde a eternidade e foi o Criador de tudo o que existe (Jo. 1:1-3). A vida de Jesus não começa no ventre de Maria e o próprio Cristo confirma isto (Jo. 8: 38, 42, 58; 17: 5), e também Paulo (Fp. 2:5-7). Ele é eterno.
b)Mostra ao mundo quem é Deus. O homem jamais viu Deus, por isso Cristo aqui revelou o caráter de Deus (Jo. 1: 18). Os atos e palavras de Jesus foram os mesmos do Pai (Jo. 5:19, 30; 8: 19, 28-29). Quem quisesse conhecer a Deus O veria em Jesus (Jo. 14:7-10), pois Ele era a expressão exata do Ser de Deus (Hb. 1:1-3).
c) Mostra o supremo amor de Cristo. O ato da encarnação por parte de Cristo não foi uma obrigação, mas foi uma obra voluntária. Ele veio a terra para ser o sacrifício perfeito porque quis, Ele “SE” esvaziou. Não deixou de ser Deus, nem perdeu Seus poderes como este ato, mas se fez pobre para que fôssemos ricos (2Co. 8:9). Tudo em Sua vida foi voluntário, até sua morte (Mc. 10: 45; Jo. 6: 51; 10: 15, 17-18). Todo Seu ministério foi motivado por amor, foi por amor que Ele mesmo sabendo tudo o que ia acontecer consigo, aqui desceu e viveu Sua missão amando até o fim (Jo. 13:1).

III- PORQUE O VERBO SE FEZ CARNE.
A descida do filho de Deus a este mundo, para assumir uma vida física e tornar-se homem teve um sublime propósito, não foi uma ação banal sem significado. Cristo se encarnou devido a situação humana. Observe os porquês da encarnação de Cristo e entenda esta necessidade.

a) O ser humano nasce morto em pecado. Todos nascem em pecado, e assim em débito com Deus (Rm. 3: 23; 5:12; Ef. 2: 1-3), merecendo com isso o castigo pelo pecado, que é a morte o pagamento desta divida (Rm. 6: 23ª).
b) Não se pode ser salvo cumprindo rituais religiosos. Seus esforços pessoais de nada valem. Paulo passou boa parte de sua vida ensinando que a salvação não poderia ser alcançada cumprindo-se regras religiosas como a Lei de Moisés, por exemplo (Rm. 4; Gl. 3-4). Por ter uma natureza pecaminosa (carnal) o ser humano não atinge as exigências de Deus (Rm. 7: 12-24; 8:7-8).
c) Não se pode ser salvo praticando boas obras. Obras de pessoas pecadoras, mortas espiritualmente, são mortas também (Is. 64: 6). Só a graça de Deus proporciona a salvação (Ef. 2:8-10), e esta graça veio com a encarnação de Cristo (Jo. 1: 17-18).
d) O ser humano precisa de justiça. A encarnação foi o meio de Deus proporcionar ao ser humano a justiça que ele não tinha. Paulo em Rm. 3: 21-26 explica que no tempo da graça (de Cristo) se manifestou a justiça de Deus. Esta justiça os profetas do Antigo Testamento já anunciavam, e agora ela havia chegado não para os que cumpriam a Lei, ou praticavam boas obras, mas para os que tinham fé em Jesus Cristo. Ele se encarnou para ser a propiciação pelos pecados. Pagou a pena de morte que o homem devia a Lei por não tê-la cumprido, mas ressuscitou porque era sem pecado. A justiça que Ele ganhou sendo justo não serve para Ele, porque Ele já é santo, mas é depositada (imputada) para todo aquele que tem fé nEle, que aceita o Seu sacrifício como substituto na cruz.
e) O grande amor de Deus. Ao final de tudo a encarnação de Cristo para morrer como inocente no lugar de criaturas pecadoras demonstra o grande amor de Deus. Este foi o motivo maior pelo qual Ele enviou Cristo ao mundo (Jo. 3:16; Rm. 8: 39; 1Jo. 4: 19). Foi apenas por amor que Deus veio a terra em Cristo e se fez Emanuel (Deus conosco) (Mt. 1:23).
f) A suprema importância de acreditar na encarnação. Assim, a salvação só foi realizada porque Cristo veio em carne (Ef. 2:15: Cl. 1:22; 1Pd. 3: 18; 4:1). O caminho à presença de Deus foi aberto pela Sua carne (Hb. 10:22), daí toda a importância de se acreditar na encarnação de Cristo (1Jo. 4:2-3; 2Jo. 7). Foi por se encarnar que Ele pôde ser o Mediador entre Deus e os homens (1Tm. 2:5), o segundo Adão, cabeça de uma nova raça salva para servir a Deus (Rm. 5: 15-19; 1Co. 15: 21-22, 47).

CONCLUSÃO

A encarnação de Cristo é o maior evento da história humana, o dia em que o divino se uniu ao humano com o propósito de salvar. Com o ato da encarnação Deus mostrou que os sistemas humanos estavam e estão falidos, filosofia ou religião não podem fazer nada pelo ser humano. Deus mostrou que todo tipo de obra ou ritual religioso que o homem cumpra é inoperante para salvá-lo, e só Ele poderia mudar a situação. Isso prova que Deus não é impassível a condição humana, mas está sempre pronto a agir para mudar o quadro, para que suas criaturas o amem, sirvam e sejam salvas. Deus está sempre pronto a abençoar, e deu Seu único Filho para isso (Rm. 5: 8), e se fez assim não nos dará também muitas outras coisas (Rm. 8: 32)?João Calvino escreveu sobre Cristo:
“Ele tomou como seu o que era nosso, para que, o que era seu nos pertencesse; e desta maneira ser junto conosco Filho de Deus e Filho do Homem. Aqui está plantada a certeza de nossa herança do reino dos céus; em que nos adotou como irmãos seus, porque se somos irmãos, segue-se que juntamente com Ele somos herdeiros” (Institutas, II, 17.2).
Só nos resta dizer: “ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre” (Ap. 5: 13).

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