Escola Bíblica Dominical: O Conhecimento de Deus que Conduz ao Crescimento Espiritual - Se Liga na Informação





Escola Bíblica Dominical: O Conhecimento de Deus que Conduz ao Crescimento Espiritual

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TEXTO DO DIA
“Graça e paz vos sejam multiplicadas, pelo conhecimento de Deus e de Jesus, nosso Senhor.” (2 Pe 1.2) 


SÍNTESE
A fé no Senhor Jesus Cristo e o conhecimento dEle, que levam ao crescimento espiritual,impulsionam os crentes a fazerem a diferença no mundo e perseverem até o final.

INTERAÇÃO Daremos início ao estudo da Segunda Epístola do apóstolo Pedro. Ao passo que a Primeira foi uma Carta de encorajamento aos cristãos que estavam sofrendo, esta Segunda concentra-se nos problemas internos da igreja, especialmente nos falsos mestres que estavam fazendo com que alguns crentes duvidassem da sua fé e se afastassem do cristianismo. Portanto, são textos que se complementam. Assim como a Primeira, a Segunda Carta petrina tem uma mensagem vigorosa para a Igreja em tempos pós-modernos, ao reafirmar as verdades centrais do cristianismo e combater os impostores e mercadores da fé. Imersos numa cultura que descrê da verdade e numa época em que grande parte do segmento cristão afirma não reconhecer a ortodoxia bíblica, o texto que passaremos a examinar defende, entre outras doutrinas essenciais, a autoridade das Escrituras, a divindade de Cristo, a supremacia da fé e a volta de Jesus. Portanto, temos muito o que aprender com esta carta!

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA Prezado(a) professor(a), esta aula é a oportunidade perfeita para conversar com os seus alunos sobre o andamento da lição e o aproveitamento das aulas anteriores. O que eles aprenderam com a Primeira Epístola de Pedro? Quais lições podem ser aplicadas à vida deles? O que não ficou claro nas aulas passadas? A Primeira Epístola realmente tem uma mensagem para os nossos dias? O que acham que irão aprender nesta Segunda Epístola? Lembre-se que é papel do educador avaliar continuamente o nível de aprendizado e envolvimento dos seus alunos.

TEXTO BÍBLICO 
2 Pedro 1.2-11 2 graça e paz vos sejam multiplicadas, pelo conhecimento de Deus e de Jesus, nosso Senhor.
3 Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou por sua glória e virtude,
4 pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que, pela concupiscência, há no mundo,
5 e vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude, a ciência,
6 e à ciência, a temperança, e à temperança, a paciência, e à paciência, a piedade,
7 e à piedade, o amor fraternal, e ao amor fraternal, a caridade.
8 Porque, se em vós houver e aumentarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.
9 Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados.
10 Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis.
11 Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no Reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo

INTRODUÇÃO Nesta lição, começaremos o estudo da segunda Carta de Pedro, documento no qual o apóstolo adverte sobre os perigos das heresias e dos falsos mestres da época. Por esse motivo, esta epístola é caracterizada pelo forte conteúdo doutrinário, com a intenção de levar os leitores ao verdadeiro conhecimento de Deus e ao crescimento espiritual por intermédio do exercício da fé. Pela sua experiência, o homem que já fora impetuoso e autoconfiante, sabia da importância de o crente amadurecer espiritualmente, em direção a uma vida abundante e piedosa.

I – A SUPREMA IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO DE DEUS 
1. Refutando o gnosticismo.
Em sua Segunda Epístola, Pedro dá ênfase especial ao conhecimento de Deus. Naquele contexto, como o gnosticismo havia distorcido o significado do saber, introduzindo sérias heresias no meio cristão, era necessário um ensino cuidadoso e fundamentado para refutar a filosofia gnóstica. Entre outras coisas, os gnósticos acreditavam possuir um conhecimento de origem mística (gnose). Para eles, a salvação vinha por meio do conhecimento, basicamente pela capacidade intelectual e pelo autoconhecimento.

2. O conhecimento de Deus.
Contrapondo tais heresias, Pedro diz que a graça e a paz são multiplicadas pelo conhecimento (gr. epignosis) de Deus e de Jesus Cristo, nosso Senhor. No grego, a palavra empregada para conhecimento é gnosis, mas aqui o apóstolo acrescenta o prefixo epi, que significa completo, claro, pessoal. Ou seja, na perspectiva bíblica o conhecimento divino não é algo abstrato ou baseado nalgum tipo de esoterismo, e sim o resultado do relacionamento íntimo com Deus (Jo 17.3). Este conhecimento também não significa possuir muita informação teológica na cabeça e pouca devoção no coração. Afinal, como disse certo autor cristão, ”é possível saber muita coisa sobre Deus sem conhecê-lo muito”. Tal ocorre quando se pretende compreender as coisas espirituais de maneira puramente racionalista. A boa teologia cristã, salutar a todo crente, compreende conhecer ao Senhor de modo relacional e experiencial, expresso por meio da piedade. Para o crente pentecostal, principalmente, conhecer a Deus é mais que uma questão de intelecto, é uma questão de profunda experiência existencial e espiritual.

3. Conhecimento para a vida e piedade.
Pedro faz no verso 3 uma declaração que realça a divindade e a autoridade de Cristo, quando sublinha que o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e à piedade. Jesus graciosamente nos fornece absolutamente tudo o que necessitamos para a salvação e uma vida de santidade. Sua autoridade não está confinada à devoção religiosa, mas abrange todos os aspectos da vida. Não tinha o apóstolo qualquer dúvida sobre isso, pois ele fora testemunha do poder de Cristo sobre a natureza (Mt 14.22-29), e tinha ouvido do Mestre ressuscitado que todo o poder lhe havia sido entregue (Mt 28.18,19).

II – A VOCAÇÃO CELESTIAL E AS PRECIOSAS PROMESSAS 

1. Chamados por Deus.
Todas as bênçãos espirituais são alcançadas mediante o conhecimento íntimo daquEle que nos chamou. Conhecer a Deus não é privilégio exclusivo de alguns poucos escolhidos. A divina chamada para a salvação e para a vida santa é para todos. Deus não escolheu uma classe privilegiada de homens e mulheres, pois sua graça salvadora se estende a todos e a cada um dos homens (Jo 1.29; 3.16; Rm 5.15-19). Pedro ressalta a dupla característica da vocação divina. A glória ressalta a nobreza do Ser de Deus; a virtude, sua excelência ética e moral. Segundo Lawrence Richards: “Não recebemos poder para sermos bem-sucedidos nos negócios, nem para nos tornarmos populares. Recebemos poder para vivermos vidas devotas. Se você e eu nos concentrarmos em viver vidas devotas, descobriremos que temos poder abundante” (Comentário Devocional da Bíblia).

2. Grandíssimas e preciosas promessas.
Deus não nos deixa desamparados e sem direcionamento na longa caminhada cristã. Ele nos deu tudo para a vida e piedade, e também grandíssimas e preciosas promessas (v.4), as quais expressam o seu amoroso e fiel compromisso. Os dois atributos refletem a grandiosidade daquEle que promete e o valor inestimável para os destinatários. Deus alicerça a nossa fé e fortalece a nossa esperança por meio delas (Hb 10.23). Aliás, as promessas são o combustível para a esperança do cristão. Não é reconfortante saber, por exemplo, que temos a promessa da vida eterna (1 Jo 2.25) e para sempre estaremos com o Senhor (cf. Ap 21,22)? Mas as promessas do Evangelho não dizem respeito somente aos eventos escatológicos; elas também se referem às bênçãos espirituais decorrente da nova vida em Cristo, principalmente a participação da natureza divina. Isso não significa que nos transformamos em pequenas divindades, mas que nos tornamos novas criaturas, regeneradas e santificadas, que têm comunhão e refletem o caráter moral de Deus. Enquanto os falsos profetas prometem uma falsa liberdade que aprisiona o homem aos desejos da carne, o Evangelho genuíno liberta e nos livra da corrupção

3. A fidelidade de Deus à sua Palavra.
Podemos confiar na palavra empenhada de Deus, pois temos a firme convicção de que ela não volta vazia, antes fará aquilo que lhe apraz e prosperará naquilo para que foi enviada (Is 55.11). Ele mesmo diz o Amém à sua própria promessa! Todavia, é preciso sabedoria para interpretarmos as promessas bíblicas. Além de tomarmos cuidado para não lermos as Escrituras como uma “caixinha de promessas”, selecionando as partes que nos convém, devemos ter a cautela de verificar quem são os destinatários das promessas. Isso porque, ao longo do Antigo e do Novo Testamento, encontramos promessas gerais e individuais; promessas que foram direcionadas a Israel e para a Igreja.

III – A FÉ CRESCENTE E FRUTÍFERA 

1. Crescer requer diligência.
Embora a vida cristã seja o resultado da graça de Deus, não somos isentados da nossa responsabilidade humana. Assim como uma planta precisa ser regada e adubada para crescer e dar frutos, a vida cristã requer disciplina e empenho permanente, cooperando com o Senhor (Fp 2.12,13). Sem dúvida, a fé é a raiz primária da vida cristã (Hb 11.1). Ela expressa uma firme convicção em Deus e na sua provisão. Dada a sua importância, o escritor da Carta aos Hebreus diz que “sem fé é impossível agradar-lhe, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam” (Hb 11.6). Contudo, Pedro deixa entrever que a fé não é o único ingrediente da espiritualidade cristã. “Acrescentai à vossa fé” significa tomar abundantes providências, esforçando para agregar virtudes. Afinal, a fé sem as obras é morta, escreveu Tiago em sua carta (Tg 2.26). Assim, para ser vigorosa, a árvore da vida cristã precisa ser acrescida com galhos que vão brotando do seu tronco.

2. Desenvolvendo as virtudes cristãs.
O que devemos acrescentar à fé? Primeiro, a virtude. No grego, arete podia significar excelência, bondade ou até mesmo bravura. Arete é um princípio espiritual e ético, aplicável a qualquer aspecto de nossas vidas. Numa cultura que valoriza a busca do sucesso, o cristão é exortado a perseguir a excelência. Depois, prossegue Pedro, adicione ciência, isto é, o conhecimento de Deus. Na sequência, temperança (domínio próprio), paciência (perseverança), piedade (humilde devoção), amor fraternal (fraternidade) e, por fim, caridade. O clímax, portanto, da vida cristã é o amor ágape, o amor perfeito de Deus.

3. Deixando de ser estéril.
Na medida em que desenvolve tais virtudes e cresce espiritualmente o cristão deixa de ser estéril e inútil. A espiritualidade abundante e rica extrapola o simples ato de crer, resultando em bons frutos e maturidade. Enquanto isso, o crente que não se alimenta da Palavra e não desenvolve hábitos e disciplinas espirituais saudáveis, é carente e estagnado.

Segundo o texto (v. 9), esse tipo de crente é espiritualmente cego e mentalmente esquecido. A cegueira espiritual, ou pelo menos a deficiência visual, impossibilita que enxerguem ao longe, algo típico daqueles que perderam a capacidade de ver pelos olhos da fé. O esquecimento faz com que estes crentes percam a memória daquilo que Deus fez em suas vidas, conduzindo-os ao retrocesso.

4. Fazendo firme a vocação.
Diante das consequências trágicas que uma fé nominal e improdutiva pode acarretar, o escritor bíblico insta aos destinatários da carta a aumentarem os seus cuidados: “[…] procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis” (v.10). Esta recomendação mostra de modo inconfundível que, em termos bíblicos, a eleição não é uma ação incondicional da parte de Deus, sem qualquer responsabilidade do homem. Nossa eleição é assegurada enquanto nos mantemos fiéis ao Senhor e à sua Palavra. Em outras palavras, enquanto estivermos em Cristo, e assim o fazendo, temos entrada garantida no reino de Deus (v.11). Eis porque todos somos exortados a perseverar até o fim: “aquele que perseverar até ao fim será salvo” (Mt 24.13).

SUBSÍDIO 1 
“Reconhecendo as Promessas de Deus
Para podermos depositar nossa fé nas promessas de Deus é necessário, primeiramente, sabermos o que é e o que não é uma promessa de Deus na Bíblia. Obviamente, se aplicarmos como promessa um versículo que, de fato, não é nenhuma promessa, então nossa fé estará deslocada e ficaremos desiludidos quando não virmos os resultados que esperamos. Entretanto, não ficaremos desapontados com a Palavra de Deus se a interpretarmos corretamente (2 Tm 2.15) e aplicarmos apenas os versículos que se constituem em promessa para nós hoje. […] Vejamos algumas observações baseadas em muitos anos de estudo da Palavra de Deus: Promessas feitas a indivíduos específicos não foram formuladas com a intenção de ser válidas para todos os crentes. Um exemplo disso é Gênesis 12.2. Essa promessa foi feita apenas a Abraão, e não aos crentes em geral. Portanto, os crentes de hoje não devem considerá-la como uma promessa bíblica dirigida a eles […]. Quando encontramos promessas na Bíblia, é bom fazermos duas perguntas: A quem esta promessa está sendo feita? O contexto indica que ela é uma promessa que eu posso aplicar pessoalmente, ou ela foi feita apenas a um indivíduo em particular? […]” (RHODES, R. Livro Completo das Promessas Bíblicas. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp. 19,20). 
SUBSÍDIO 2 
“Devido à maravilhosa dádiva de Deus, a salvação prometida, os crentes devem colocar toda a diligência para aplicar os benefícios das promessas, para viver a vida de acordo com um padrão de elevada moral. Embora Cristo dê o poder e a natureza divina, os crentes devem usar este poder, fazendo todo o esforço para se afastar dos seus desejos pecaminosos e procurar ativamente as qualidades que Pedro descreveu abaixo (além de outras, como o fruto do Espírito, mencionado em Gálatas 5.22,23). A medida que os cristãos se esforçam, eles continuam se tornando cada vez mais semelhantes a Cristo. Os crentes devem usar o poder de Deus e cada grama de determinação para produzir as oito características mencionadas. A fé é, naturalmente, a primeira característica, pois sem ela os cristãos não são diferentes dos pagãos no mundo ao seu redor. A fé a que Pedro se referia é a fé em Cristo, a fé que os coloca na família de Deus. Embora as pessoas possam ter algumas das características a seguir por sua própria natureza, elas não terão valor na eternidade se não estiverem baseadas na fé. Mas os cristãos não devem ficar satisfeitos somente com a fé. Pedro sabia, como Tiago, que a fé sem as obras é morta. Os crentes têm trabalho a fazer. A sua fé devia produzir uma vida de virtude” (Comentário do Novo Testamento de Aplicação Pessoal, Vol. 1.ed. 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 744).

ESTANTE DO PROFESSOR 
CARVALHO, César Moisés. Pentecostalismo e Pós-modernidade: Quando a Experiência Sobrepõe-se à Teologia. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017

CONCLUSÃO
Como foi possível aprender nesta lição, o conhecimento de Deus não é algo abstrato e teórico, nem fruto de algum tipo de misticismo; é o resultado do nosso relacionamento íntimo e experiencial com Ele. Todavia, este conhecimento precisa aumentar continuamente, por isso somos instados a conhecer e a prosseguir conhecendo ao Senhor (Os 6.3). Na medida em que crescemos na fé, desenvolvemos virtudes de uma vida cristã genuína e frutífera.

HORA DA REVISÃO 

1. De acordo com a lição, em que acreditam os gnósticos? 
Acreditavam possuir um conhecimento de origem mística (Gnose). Para eles, a salvação vinha por meio do conhecimento, basicamente pela capacidade intelectual e pelo autoconhecimento.

2. Conforme estudado, o que é conhecer a Deus para o crente pentecostal? 
Conhecer a Deus é mais que uma questão de intelecto, é um questão de profunda experiência existencial e espiritual.

3. Para quem é a chamada para a salvação e para a vida santa? 
A divina chamada para a salvação e para a vida santa é para todos. Deus não escolheu uma classe privilegiada de homens e mulheres de sorte que sua graça salvadora se estende a todos e a cada um dos homens (Jo 1.29; 3.16; Rm 5.15-19; 1 Tm 2.1-6; Tt 2.9; 1 Jo 2.2).

4. O que significa a expressão “Acrescentai à vossa fé…”? 
Significa tomar abundantes providências, esforçando para agregar virtudes

5. O que mostra a recomendação de Pedro ao dizer: “[…] procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis” (v.10)?
Mostra de modo inconfundível que em termos bíblicos a eleição não é uma ação incondicional da parte de Deus, sem qualquer responsabilidade do homem. Nossa eleição é assegurada enquanto nos mantemos fiéis ao Senhor e à sua Palavra. Em outras palavras, enquanto estivermos em Cristo, e assim o fazendo, temos entrada garantida no reino de Deus (v.11). 

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