Miriã: a hebreia que ajudou sua mãe Joquebede a salvar o bebê Moisés - Se Liga na Informação





Miriã: a hebreia que ajudou sua mãe Joquebede a salvar o bebê Moisés

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Por Eliseu Antonio Gomes

Míria  é uma personagem muito interessante , uma mulher retratada de modo destacado na Bíblia, alguém grandemente usada por Deus. Referências sobre ela: Êxodo 2:1-8; 15:20-21; Números 12:1-16.

Origem

Miriã em grego é Maria. Filha de Anrão e Joquebede e irmã de Arão e Moisés (Números 26.59). 

Moisés era o mais jovem dos irmãos. Sendo Miriã mais velha, era ela a responsável que vigiava o cesto do bebê Moisés em uma das margens do Nilo, quando ele foi colocado na água para ser levado pela correnteza com a intenção de que escapasse da morte, pois na época Faraó havia feito um decreto ordenando que toda criança hebreia do sexo masculino deveria ser morta.  (Êxodo 2.4).

Miriã ajuda sua mãe e salvar o caçula Moisés. (Êxodo 2.1-25)

No Antigo Testamento, a palavra "faraó" aparece como um título e também um nome próprio. O rei do Egito era considerado como um deus, tido como a encarnação do deus Horus, através do qual produzia as inundações anuais do Nilo e, portanto, visto como responsável pela fertilidade da terra. Era dito que ao ser coroado, se fazia deus-homem; ao morrer, fazia-se inteiramente deus, abandonando a condição de ser humano, e por este motivo deveria ser adorado nos templos dos mortos, as pirâmides. O faraó contemporâneo de Miriã, enquanto ainda menina, é apontado como sendo Seti I, este impôs aos hebreus trabalhos forçados e excessivos, e outras restrições, cuja finalidade era impedir o crescimento e o progresso dos hebreus entre os egípcios. Dele, a narrativa bíblica diz que não conheceu a José, governador hebreu que livrou os egípcios da fome antes que chegasse o tempo de grande seca (Êxodo 1.8).

Seti percebeu que o número de hebreus no Egito era grande, temeu a rebelião dos hebreus contra seu governo e por causa deste medo colocou em prática um desígnio mau contra o povo de Deus,
 extinguir todos os bebês de sexo masculino. Nesta época, Joquebede deu à luz a Moisés. Arão era três anos mais velhos que Moisés, não correu perigo de morrer porque o edito macabro entrou em vigor quando sua idade não se encaixa no plano de infanticídio (Êxodo 6.20; Nm 26.59).

Da perspectiva humana, Moisés não sobreviveria, mas Deus usou Joquebede e Miriã para que não morresse na fase de primeira infância pelas  mãos dos egípcios. Miriã agiu em obediência às orientações de sua mãe. A fé e a inteligência de Joquebede e a coragem de Miriã fizeram com que o edito de Faraó não tivesse efeito contra o futuro  Libertador de Israel. 

Moisés permaneceu escondido por três meses. Aparentemente, Miriã tinha idade o suficiente para oferecer os cuidados apropriados e a proteção que era exigida naquela situação crítica. Apesar de Miriã ser muito nova nessa época, ela era destemida e seguindo a orientação de sua mãe, levou o bebê dentro de um cesto e deixou-o  num lugar em que a princesa do Egito normalmente frequentava, próximo de juncos. Ali, posicionada de longe, estrategicamente, observou quando o pequenino e indefeso irmão foi encontrado pela filha de Faraó. Assim que o viu, a princesa  ficou encantada e decidiu que cuidaria dele como se fosse seu filho. E Miriã logo foi ter com ela usando as palavras certas para que procurasse uma mulher hebreia para ajudá-la a criá-lo. E assim foi feito (Números 26.59). 

Joquebede, pôde continuar a amamentar Moisés, foi possível a ela acompanhar seu crescimento, testemunhar sua privilegiada vida como se fosse um príncipe egípcio, viu como ele recebeu a melhor educação possível para um menino daquela época e ainda foi paga para que cuidasse do próprio filho.
Ela teve a oportunidade de semear em seu coração o fruto da fé que agrada ao Senhor, e assim posicioná-lo na fase adulta a proceder com o senso de justiça que o tornou líder do povo hebreu.

É digno de nota que o nome Moisés remete para sua origem, o significado hebraico é “tirado para fora” e o significado egípcio é “salvo da água”. 

Anos depois, Miriã juntou-se a Moisés e a Arão, quando houve a libertação do povo de Israel do Egito. Ramsés II e Menepta II são apontados por egiptólogos como o faraó que reinava quando os israelitas saíram do Egito.

O cântico

Aparentemente, Miriã possuía dotes musicais. Era ela quem dirigia as mulheres de Israel no cântico e na dança, para celebrar o livramento que Deus deu a Israel da escravidão do Egito,  após a passagem do mar Vermelho (Êxodo 15.20,21). Tal manifestação festiva dá nome ao livro "Êxodo". Junto com uma multidão de ex-escravos da nação mais poderosa da terra. Efusivamente, Miriã louvou a Deus porque havia escapado do regime opressor de Faraó. Os salmos 78 e 105 referem-se ao momento e os profetas neotestamentários relembraram os dias do êxodo com o mesmo objetivo de Miriã, manter a consciência avivada do povo quanto ao grande feito do Todo Poderosos em favor dos israelitas. 

Simbolicamente, o Egito representa ideologias que confrontam a vontade de Deus para o ser humano, na Bíblia o Egito raramente aparece como amigo de Israel.  A passagem dos judeus com os pés enxutos pelo Mar Vermelho, alude ao livramento triunfal do pecador da escravidão do pecado, rumo à liberdade. Os feitos poderosos, pelos quais este cântico rende graças a Deus, quando Miriã dançou alegremente, prefigura os feitos ainda mais poderosos pelos quais os remidos cantarão louvores a Deus pelas eras sem fim da eternidade. No porvir, um dos cânticos triunfais dos remidos chama-se "Cântico de Moisés e do Cordeiro (Apocalipse 15.3).

Profetisa

Miriã é a primeira personagem feminina citada na Bíblia como profetiza (Êxodo 15:20-21_, embora não exista nas Escrituras nenhum relato de Deus falando com Miriã ou dando-lhe qualquer revelação ou instrução para ser repassadas aos judeus. 

Infelizmente, aparentemente, Miriã deixou ser levada pela inveja, ao ver  a posição de destaque que seu irmão caçula havia alcançado. Este sentimento fez com que ela cometesse erros. como castigo, Deus permitiu que ficasse leprosa. Ao reivindicar a posição de profetiza em Números 12.2, em vez de confirmar sua reivindicação, foi repreendida severamente. Parece que foi ela quem deu origem à rebelião de Números 12.1 e 2, desde que seu nome vem primeiro em vez da ordem usual (seguindo o dos homens) como nos versos 4 e 5. 

Apesar do seu comportamento, Arão e Moisés fizeram intercessão, pelo clamor de seus irmãos Deus a curou; antes da doença chegar ao fim, ela desejou não ter pecado (Números 12.10).

O descanso

Miriã não conheceu a terra prometida, pois faleceu antes da travessia à Canaã. Parece haver um lapso de 38 anos entre os capítulos 19 e 20 de Números. Neste intervalo de tempo, Miriã, com aproximadamente 130 anos de idade, morreu e foi sepultada em Cades. Moisés e Arão , morreram todos no mesmo ano. Miriã em Cades (20.1); Arão, com cerca de 130 anos, no monte Hor (20.28) e Moisés, aos 120 anos de vida, no monte Nebo (Deuteronômio 32.50).

Conclusão

Miriã cometeu equívocos graves e acertos impactantes. Se observamos sua vida tendo como base de avaliação as páginas bíblicas onde estão os textos normativos à fé cristã, temos a oportunidade de crescermos espiritualmente como servos do Senhor Jesus Cristo. 


Comentário Bíblico Beacon. Gênesis a Deuteronômio. Volume Página 1. Edição 2012. Rio de Janeiro - RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD).
Principais Personagens Bíblicos. Forrest  L. Keener Volume 1. Lição 19: Miriã. Página 44. Web site Palavra Prudente.
Manual Bíblico Henry H. Halley. Edição 1994. Páginas 120 e 138. São Paulo. (Vida Nova).
Tesouros de Conhecimento Bíblico. Emílio Conde. Edição 1983. Página 279, Rio de Janeiro - RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD).

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