Escola Bíblica Dominical: O Espírito Santo e a Armadura de Deus - Se Liga na Informação





Escola Bíblica Dominical: O Espírito Santo e a Armadura de Deus

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TEXTO BÍBLICO BÁSICO

 Efésios 6.10-20 10

10 - No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder.
11 - Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo;
12 - porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.
13 - Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes.
14 - Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça,
15 - e calçados os pés na preparação do evangelho da ;
 16 - tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno.
17 - Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus,
 18 - orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos
19 - e por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra com confiança, para fazer notório o mistério do evangelho,
20 - pelo qual sou embaixador em cadeias; para que possa falar dele livremente, como me convém falar.


TEXTO ÁUREO
Porque se revestiu de justiça, como de uma couraça, e pôs o elmo da salvação na sua cabeça, e tomou vestes de vingança por vestidura, e cobriu-se de zelo, como de um manto.
Isaías 59.17

SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2* feira - 1 João 2.18-27 A promessa que Deus nos fez
3* feira — 2 Coríntios 10.1-18 As armas com as quais lutamos
4 *feira - Romanos 3.21-26 A justificação do homem
5* feira - Hebreus 4.1-13 A Palavra de Deus penetra nosso coração
6* feira - Mateus 4.1-11 Jesus usou a Palavra para resistir ao diabo
 Sábado - 1 Pedro 5.1-11 Devemos estar alertas e vigilantes

OBJETIVOS

 Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
• Identificar as armas espirituais que constituem a armadura de Deus;
• saber como proceder diante dos embates espirituais no cotidiano da vida cristã;
• vencer os ataques de Satanás pelo revestimento da armadura de Deus.

 ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS

 Caro professor, a seleção e o preparo do conteúdo são atividades que exigem muito empenho do professor. É necessário que ele não só conheça bem o assunto, como também conheça o grupo de alunos ao qual vai ministrar. Ademais, são imprescindíveis ao professor qualidades como: bom manejo de classe, segurança, atualização, liderança e sistematização. Porém, sem conhecer o conteúdo com profundidade, estas qualidades não serão suficientes para livrar o educador da decepção.

Alguns professores da Escola Dominical vivem reclamando do pouco tempo para desenvolver todos os pontos da lição da revista. Contudo, o problema está no erro ou na falta de planejamento do conteúdo em relação ao tempo disponível. Cinquenta minutos são mais do que suficientes para ministração de uma aula na Escola Dominical. Os que não conseguem fazer dentro deste tempo também não conseguirão com um tempo maior (Extraído de: CHAVES, G. V. Educação Cristã —Uma Jornada Para Toda Vida. Rio de Janeiro: Central Gospel, 2012, p. 143).
Boa aula!

COMENTÁRIO

 Palavra introdutória

Cristo está em mim, e eu estou nele. Essa verdade está no cerne da vida cristã. Quando vestimos toda a armadura de Deus, colocamos a totalidade da identidade eu em Cristo, Cristo em mim. O apóstolo Paulo admoestou: Fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder (Ef 6.10). Todas as peças da armadura espiritual, de ataque ou defesa, derivam desse versículo. Nós, obviamente, não colocamos peças reais de armadura, nem adotamos ideias ou atividades para nossa vida.

Quando vestimos toda a armadura de Deus (Ef 6.10-20), colocamos a natureza de Cristo Jesus e Sua identidade, concordamos totalmente com Seu domínio sobre nós e vestimo-nos espiritualmente da cabeça aos pés, por dentro e por fora, com a Sua presença e com o Seu poder. Essas virtudes não são sinais do nosso poder ou da nossa autoridade espirituais. Em vez disso, são um reconhecimento do poder e da autoridade de Cristo. Essas peças da armadura não têm a ver conosco ou com o que podemos fazer para nos proteger. Não! Elas têm a ver com Jesus e o Seu poder. Colocar toda a armadura de Deus tem a ver com estar em Cristo e ser revestido com o Espírito Santo (MALAFAIA, Central Gospel, 2008, p. 198).

1                       1 .   A ARMADURA É INDISPENSÁVEL

O tema batalha espiritual é habitual na vida do cristão, afinal, o inimigo de nossa alma está, constantemente, buscando oportunidades para nos desviar dos caminhos de Deus (1 Pe 5.8). Então, como podemos resistir às investidas do diabo?

Estudaremos, nesta lição, a chave para a vitória nas batalhas espirituais: as armas que compõem a armadura de Deus. O cristão deve conhecer e manusear adequadamente essas armas fornecidas pelo Espírito Santo, pois se constituem em condição imprescindível para a vitória no embate espiritual do seu cotidiano.

A presença majestosa do Espírito Santo em cada cristão traz inesgotável suprimento de vigor físico, mental e, também, moral para a efetiva resistência ao mal (Hb 13.20,21). O segredo, nesse caso, é permanecer sob a influência e domínio de Deus (Tg 4.7; Ef 6.13).

 Ao aludir ao legionário do exército romano, Paulo apresenta as seis poderosas armas que formam uma armadura espiritual para o soldado cristão enfrentar o império das trevas.

1.1.         Cinto da verdade
Paulo utiliza elementos da armadura militar para ilustrar o revestimento espiritual necessário ao cristão. O primeiro elemento da armadura espiritual é a verdade (fidelidade, lealdade, integridade), o item corresponde ao cinto que prendia todas as demais peças ao corpo do soldado. É uma citação da profecia messiânica de Isaías, ao dizer que a verdade será o cinto usado pelo Salvador (Is 11.5b).

A verdade é considerada fundamental por Paulo (Ef 4.15), porque um cristão desonesto não pode esperar resistir ao pai da mentira, o diabo (Jo 8.44). A verdade em questão aqui também é a integridade, demonstrada por meio da autenticidade e da honestidade (2 Co 8.21; Fp 4.8).

1.2. Couraça da justiça

Na armadura, a couraça era urna peça de proteção dos órgãos vitais e da parte superior do abdômen. A aplicação dessa peça à justiça (ou retidão) aponta para o ato de Deus em tornar-nos retos, perdoados, em Cristo, por causa da nossa frágil condição espiritual (Is 64.6; Rm 3.23). O Espírito Santo é quem nos reveste com a couraça quando nos convence da justiça que Jesus cumpriu em si mesmo ao morrer na cruz (Jo 16.8,10).

2                 2 .    A ARMADURA É FUNDAMENTAL


 Devemos buscar o revestimento da armadura de Deus, também, para levar a Sua Palavra aos perdidos. Paulo relata que, além de estarmos preparados para resistir às investidas do diabo, precisamos da armadura para anunciar o evangelho aos que não o conhecem.


A evangelização do mundo é uma das prioridades apresentadas pelo Espírito Santo à Igreja. Por meio dessa ação, apresentamos o plano da salvação (Jo 3.16) e o executor do plano da redenção, aquele que produz a regeneração do pecador (Jo 3.3-8; Tt 3.5; Hb 9.14).

2.1. Calçados os pés do evangelho da paz

 Os soldados romanos calçavam sandálias reforçadas para percorrer longas distâncias. No grosso solado, havia grandes travas que firmavam seus pés no chão (como as chuteiras de travas usadas no futebol de campo). O apóstolo Paulo descreve o ato de calçar os pés, aplicando-o ao processo de evangelização.


Portanto, os cristãos devem calçar as sandálias do evangelho a fim de cumprir a grande comissão (Mt 28.19,20), pregando, em todos os lugares, a boa nova da reconciliação, que é Cristo Jesus (Mq 5.5; Ef 2.14).

Quando os cristãos assumem o compromisso de avançar, com o propósito firme de realizar missões, promove-se, no mundo, a paz real (Is 52.7). Lembremo-nos sempre de que anunciar o evangelho não é uma opção para o cristão, mas uma obrigação (1 Co 9.16)!

 2.2. Escudo da fé

O escudo era (retangular, feito de madeira e recoberto de couro) usado pelo soldado romano e consistia em uma arma de proteção grande o suficiente para proteger todo o corpo do soldado das flechas incendiárias lançadas pelos arqueiros do exército inimigo.

Essa vivida descrição tem uma relação bem próxima com o papel protetor da fé (SI 5.12). Dúvidas e questionamentos sobre a vontade de Deus deixam o cristão vulnerável aos ataques do inimigo (Mt 14.31; Tg 1.6; Jd 1.21,22). Satanás aproveita tais brechas para enfraquecer os cristãos e levá-los à apostasia (2 Ts 2.3), sugerindo propostas pecaminosas que se alastram como o fogo em madeira e resultam no esfriamento espiritual do indivíduo.

Mas, o apóstolo Paulo reafirma o poder do Senhor em guardar os Seus e em edificá-los na fé (Jd 1.20). Além disso, Jesus também promete galardoar os fiéis (Hb 11.6), pois Ele tem prazer quando eles lhe dirigem sua confiança (Jo 5.46; 17.20). Nesse sentido, fé é sinônimo de entrega total: o coração, o pensamento, a vida, enfim, tudo o que somos, temos e fazemos (Pv 3.5; Mt 10.37,38).

3                  3 .    A ARMADURA É CONVINCENTE

Para manter-se íntegro em sua caminhada, o cristão precisa estar convicto da sua salvação, pois ela o mantém focado na maior recompensa que alguém pode receber: estar ao lado de Jesus no céu Qo 14.3).

Além disso, o cristão deve usar a melhor arma de persuasão que existe, a Palavra de Deus. Quando uma pessoa é alcançada pela Palavra, o Espírito Santo age em seu coração, atingindo uma profundidade inimaginável: a sua alma.

3.1. Capacete da salvação

 O capacete protege o cristão da degradação do pecado. A fonte paulina é o profeta Isaías, que descreve o Messias que traz o elmo da salvação na sua cabeça (Is 59.17). Confirma-se, assim, que a salvação é uma dádiva graciosa de Deus. O cristão deve sempre tê-la em sua mente, meditando sobre seu significado e sobre o grande privilégio de ter seu nome escrito no livro da vida (Ef 2.8; 4.7).

O capacete da salvação constitui-se em uma peça fundamental da armadura, uma vez que protege a cabeça do soldado durante os combates (Ef 6.17). Na guerra, golpes na cabeça são, quase sempre, fatais. Psicologicamente, também, muitas batalhas são ganhas e outras perdidas na mente (Rm 8.6). Por isso, tanto a cabeça como o cérebro precisam de proteção (Fp 4.8).

3.2. Espada do Espírito

A espada é a única arma de ataque na descrição paulina da armadura de Deus. Todas as demais possuem natureza defensiva. A Palavra de Deus como a espada do Espírito significa que o Espírito Santo:
• toma a Palavra eficaz, ativa e vigorosa na vida do cristão ao 6.63);
 • sonda os pensamentos e propósitos do coração humano (Hb 4.12);
• interpreta a Palavra de Deus, ensinando-nos Seus estatutos ao 14.26);
• determina a conduta ética e moral a ser praticada pelos homens (Rm 8.5-9).

A cada cristão, foi dado o poder de Deus para lutar e vencer pela observância de Sua Palavra. Na lógica divina, obediência é sinônimo de vitória (1 Sm 15.22).

Á tentação (provocação, incitação ao erro), devemos responder com a Palavra de Deus, como o fez Jesus ao ser tentado no deserto. Por três vezes, o Mestre valeu--se da Palavra de Deus para vencer Satanás, dizendo-lhe: Está escrito (Mt 4.4,7,10). A Palavra de Deus nos conduz à santificação (Hb 12.14), à perfeita adoração (Hb 13.15) e a não colocarmos nossa esperança na incerteza das riquezas (1 Tm 6.17).

4                     4 .    A ARMADURA É UMA IMAGEM DE JESUS

 Em certo sentido, a armadura de Deus é uma imagem de Jesus Cristo. Ele é a Verdade (Jo 14.6); Ele é nossa justiça (2 Co 5.21) e nossa paz (Ef 2.14). Nossa fé s6 é possível por causa da Sua fidelidade (GI 2.20); Ele é a nossa salvação (Lc 2.30) e é a Palavra de Deus ()o 1.1,14). Isso significa que, quando aceitamos a Cristo, também recebemos a armadura.



 Paulo disse aos romanos como fazer uso da armadura (Rm 13.11-14): despertar (Rm 13.11), deixar o pecado (as obras das trevas) e revestir-se das armas da luz (Rm 13.12). Fazemos isso revestindo-nos do Senhor Jesus Cristo (Rm 13.14). Pela fé, colocamos a armadura e cremos que Deus dará a vitória.

No momento da salvação, vestimos a armadura de uma vez por todas. No entanto, devemos nos apropriar dela a cada dia. Quando o rei Davi tirou sua armadura e voltou para seu palácio, colocou-se em mais perigo do que se estivesse no campo de batalha (2 Sm 11). Nunca estamos fora do alcance dos ardis de Satanás, de modo que jamais devemos ficar sem a armadura completa de Deus (WIERSBE, Geográfica, 2007b, p. 77).

CONCLUSÃO

 Precisamos nos revestir com a armadura de Deus (Ef 6.13-17), afinal, somos a Igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade (1 Tm 3.15). O Senhor tem convocado cada cristão para defender, como Seus soldados, os valores do Reino (Mc 8.38).

Para isso, não podemos ficar apenas no conhecimento das armas espirituais. Devemos usá-las, a fim de que possamos lutar, resistir e, por fim, vencer a guerra contra o diabo, seus demônios e contra o pecado que tão de perto nos rodeia cotidianamente (Hb 12.1). Nós somos combatentes espirituais e precisamos estar equipados para a batalha, como o soldado romano usado na ilustração paulina sobre os elementos que compunham a armadura espiritual. A salvação, a justiça, o evangelho, a Palavra, a fé e a paz são poderosas armas de combate. Você está preparado para resistir às ciladas do diabo? Revista-se da armadura e fique pronto para a peleja.

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1.       Por que o escudo da fé nos ajuda a apagar as setas inflamadas do Maligno (Ef 6.16)
R.: Com o escudo da fé, neutralizamos os ataques flamejantes que o inimigo nos lança, ou seja, conseguimos eliminar as investidas do inimigo e prevalecer sobre ele.

                                                                  Lições da Palavra de Deus PROFESSOR 61











A Esta intimamente ligada ao Espírito Santo. Ele não , somente produz dentro coração do coração do pecador a fé salvadora, mas leva o cristão a cultivar a fé como elemento do fruto Espírito (GI 5.22). A fé é um assunto muito abrangente nas Escrituras Sagradas e na vida crista. Veja algumas dimensões:
• A prova da fé (1 Pe 1.7)
• O gozo da fé (1 Pe 1.8)
• A visão da fé (Hb 11)
• A mensagem da fé (Rm 10.8)
• A certeza da fé (1 Pe 1.5)
 • A obediência da fé (Rm 1.5)
• O naufrágio na fé (1 Tm 1.19)

A fé como fruto do Espírito (GI 5.22) é aquela por meio da qual a pessoa expressa confiança total em Jesus Cristo. Por essa razão, o termo grego traduzido por fidelidade (ARA) parece ser o mais exato nesse caso. É esse elemento do fruto do Espírito que faz o servo bom e fiel (Mt 25.21,23; veja também 1 Co 4.17; Ef 6.21), e faz a diferença entre o fiel e o infiel, como os servos na parábola dos talentos (Mt 25.14-30),

                               Fé salvadora -9 Fruto do Espírito



ORAR NO ESPÍRITO

A pequena epístola de Judas apresenta uma grande expres-são relacionada com a oração, ou seja, orar no Espírito: Vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo (jd 1.20). Quando alguém ora em Espírito, ele o faz mediante uma entrega total, uma renúncia completa e uma piedade abundante. Orar no Espírito significa alcançar uma dimensão que se eleva além das paixões e fragilidades humanas, permitindo ao cristão descansar nos braços do Senhor.

 PODER ESPIRITUAL

Spurgeon declarou que "o poder é uma prerrogativa exclusiva de Deus e somente de Deus. Essa prerrogativa exclusiva de Deus encontra-se em cada uma das três pessoas a gloriosa Trindade". O Pai tem poder, pois por Sua Palavra foram „dos os céus e a terra e tudo que neles existe; por Sua Palavra todas as coisas são sustentadas e cumprem o seu destino (veja Hb 11.3)
 O Filho tem poder igual ao do Pai. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez ()o 1.3). E o Espírito Santo tem poder igual. É esse poder que Ele concede aos seguidores de Cristo ( Jo 20.22,23; 2 Co 10.4). Não se trata de uma forma de autoritarismo, mas de autoridade concedida por Deus (Mt 20.25,26; 23.8,10; 2 Co 10.4,5; 1 Pe 5.3).

 No que diz respeito à natureza, é função do Espírito Santo dar vida a todas as criaturas animadas do planeta: Envias o teu Espírito, e são criados (SI 104.30). Na verdade, o Espírito Santo não só concede, mas também sustenta toda vida humana e animal (Jó 34.14,15).

A Bíblia declara que o poder pertence a Deus, e Jesus prometeu aos Seus seguidores o revestimento de poder do Espírito Santo (SI 62.11; Lc 24.49; At 1.8); poder que implica virtude, coragem e ousadia e manifesta-se em várias dimensões: poder para testificar (At 1.8; 4.13-20; 17.2); poder para operar sinais e maravilhas (At 3.8,9; 4.29,30; 5.15,16); poder para sofrer, como aconteceu com Estêvão, Pedro, João, Paulo, Tiago e outros (At 7.57-60; 16.16-40 etc.); poder para ganhar almas (At 2.41; 4.4; 17.4); poder para confirmar a Palavra (Rm 15.18; Hb 2.4); poder Para conhecer os mistérios de Deus (1 10 2.26,27).

Esse poder foi usado plenamente pela Igreja primitiva e resulta do batismo com o Espírito Santo ( At 1:8). O Espírito concedeu a Jesus uma plena unção, para realização de seu Ministério terreno (At 10.38). Concedeu fé a Estevão para pregar com Ousadia (At 7). Concedeu dons a Paulo, de tal maneira que o seu ministério foi plenamente confirmado por operação de maravilhas (At 19.11,12). Concedeu autoridade a Pedro e João, de modo que eles não temeram a fúria das autoridades romanas (AI 3). Concedeu notável ousadia aos cristãos em períodos de aflição (At 4.31). Concedeu pleno sucesso a Filipe, no grande ministério evangelístico que resultou na evangelização de Samaría (At 8.1-25). Concedeu sábia e firme direção à Igreja primitiva para que ela executasse um audacioso plano missionário (At 13). Deus atua segundo esse poder (Ef 3.20). Quanto mais o utilizamos, mais nos aproximamos da plenitude de Deus (Ef 5.18). Mas todo poder ou autoridade espiritual deve ser exercido em harmonia com a Palavra de Deus e sob a direção do Espírito Santo.
Revestimento de poder
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REVESTIMENTO DE PODER

 O poder espiritual que a Igreja tem recebido e utilizado durante os 20 séculos de sua história faz parte da provisão do Espírito Santo. Jesus prometeu aos discípulos um revestimento de poder: Eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revesti-dos de poder (Lc 24.49). Esse poder se manifestou inicialmente na forma do batismo com o Espírito Santo, como preconizara o Mestre: Recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra (At 1.8).

O anjo Gabriel associou o poder à pessoa do Espírito Santo: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus (Lc 1.35). Foi com esse poder que Jesus realizou o Seu ministério terreno e alcançou imensa notoriedade: Pela virtude do Espírito, voltou Jesus para a Galiléia, e a sua fama correu por todas as terras em derredor (Lc 4.14).

Todos os sinais, prodígios, milagres e maravilhas efetuados pelos apóstolos no período da Igreja primitiva refletiam esse maravilhoso poder do Espírito Santo, pois tudo acontecia pelo poder dos sinais e prodígios, na virtude do Espírito de Deus:  Pelo poder dos sinais e prodígios, e pela virtude do Espírito de Deus; de maneira que desde Jerusalém, e arredores, até ao Ilírico, tenho pregado o evangelho de Jesus Cristo. (Rm 15.19).
                   
                    Poder espiritual


                                        FONTE : Dicionário do E.Santo - GEZIEL GOMES




                                  Resultado de imagem para A Armadura Completa de Deus



A Armadura Completa de Deus
Título original: The Whole Armor of God Por J. C. Philpot (1802-1869)

"Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, tendo feito tudo, permanecer firmes." (Efésios 6:13). Todo filho de Deus é um verdadeiro soldado. No exército cristão, não há cama de penas, nem soldados virtuais. Todos são combatentes reais. Os seus inimigos não são reais? Carne e sangue não são reais? O mundo não é real? E Satanás não é real? Um verdadeiro diabo? E se seus inimigos são reais, o conflito com seus inimigos deve ser real também. "Toda batalha do guerreiro", lemos, "é com roupas ensanguentadas". E tal é "o bom combate da fé". Não é uma luta que seja uma farsa, mas uma batalha de corpo a corpo, em que as feridas são infligidas, sangue derramado, e vida, de acordo com nossos sentimentos, muitas vezes em jogo.

Mas, como seremos capazes de lutar nesta grande batalha, e assim resistir aos inimigos da salvação de nossa alma, e sair mais do que vencedores? Fracos e indefesos como somos, sem uma arma de bom temperamento e força suficientes por causa do pecado, somos como os filhos de Israel, "tornados nus para a sua vergonha entre os seus inimigos" (Êx 32:25), e devemos cair derrotados. Temos algumas armas melhores do que o nosso próprio arsenal pode fornecer. Deus, que conhece a força de nossos inimigos, que conhece a fraqueza de nossa carne tem, portanto fornecido o armamento celestial por meio do qual, e somente por ele, podemos fazer uma posição eficaz.

 Dessa armadura celestial o apóstolo fala no texto, onde, dirigindo-se a seus irmãos cristãos, diz; "Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, tendo feito tudo, permanecer de pé."

Ele aqui, torna imperativo que eles não tomem partes, mas "toda a armadura de Deus", assegurando-lhes que é indispensável para sua segurança; que só vestindo toda a armadura podem "resistir no dia mau", quando todos os poderes da terra e do inferno estão dispostos contra eles, e que mesmo assim, quando tiverem a força daquela armadura celestial ou vencerem tudo, não devem retirá-la porque ainda vão precisar dela para permanecer firmes.

Ao abrir as palavras do nosso texto, procurarei, com a bênção de Deus,

I.    Primeiro, descrever a armadura celestial; suas várias peças e acessórios, indispensáveis ao soldado cristão.

 II. Em segundo lugar, mostrar como essa armadura celestial é tomada, vestida e usada. I. Uma descrição da armadura celestial; suas várias peças e acessórios indispensáveis ao soldado cristão. Para fazer justiça ao nosso texto será necessário que eu tome, uma por uma, estas várias peças da armadura celestial, pois diz; "Portanto, tomai toda a armadura de Deus". Se eu, como combatente estou sem uma parte desta armadura, corro o risco da derrota; e se eu, como ministro, ao abrir este texto omitir uma, estarei sendo muito infiel em negligenciar uma parte que pode ser para nossa defesa espiritual. Como cristão, então, e como ministro devo tomar o todo, sendo todas as partes igualmente indispensáveis.

1        1 .    A primeira parte da armadura celestial de que o apóstolo fala é, o cinturão - "Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade." Os lombos, ou parte inferior das costas é o assento de força, bem como de atividade e movimento. Nenhum peso muito pesado pode ser levantado por um homem, e nenhum trabalho duro pode ser executado, a menos que ele seja forte. O profeta, portanto diz; "Fortalecei vossos lombos, fortalecei poderosamente a vossa força" (Naum 2: 1). Do hipopótamo, lemos, "Sua força está em seus lombos" (Jó 40:16). Esses lombos são a sede da atividade e da força, e precisam ser guardados por uma peça da armadura celestial, para que Satanás não faça um ataque mortal ali. Se ele conseguir um golpe em nossos lombos desprotegidos, paralisará todos os movimentos. Um golpe aqui, de modo a alcançar a espinha dorsal, prostrará certamente. "Fere os lombos dos que se levantam contra ele e o odeiam, para que nunca mais se levantem." (Deut 33:11). Precisamos, portanto, ter nossos lombos cingidos com uma peça de armadura celestial que deve efetivamente protegê-los desses golpes paralisantes.


Este cinto celestial é a "Verdade". Que verdade? Por "verdade" aqui, podemos entender, eu acho, duas coisas: Primeiro, a sinceridade geralmente cristã; "Verdade", como fala o salmista, "nas partes interiores" - Salmo 51: 6. A retidão do coração está na base de toda a verdadeira profissão cristã. Se um homem não tem sinceridade interior, ele nada tem. Nossos lombos, portanto, ou a sede da força e da atividade, precisam, nesse sentido, de serem apertados com o que o apóstolo chama de "simplicidade e sinceridade divina" (2 Cor 1:12). Se houver insinceridade em nossa profissão; ó que vantagem é dada a Satanás! Um golpe de sua mão contra nossa profissão, quando não há consciência de sinceridade, deve ser fatal. Ele feriu a Judas, a Saul e a Aitofel, e não mais se levantaram. Contra esses golpes fatais, precisamos de um cinturão de verdade, para ser sincero diante de Deus, ter a verdade em nossas partes interiores, e, pelo ensinamento do Espírito Santo, sermos retos em nossa profissão cristã. "Eu era reto diante dEle, e me mantinha longe da minha iniquidade."

Mas podemos observar ainda, que os antigos usavam vestes soltas, e como muitas vezes estavam impedindo seus movimentos em seu caminho, eles as mantinham apertadas ao redor de seu corpo por um cinto, portanto, somos continuamente impedidos pelo vestido frouxo da incredulidade. "O o pecado que tão facilmente nos acomete", como o apóstolo chama, aludindo a ele como uma roupa pesada, se agarra aos membros e impede todos os movimentos livres. Mas, quando os lombos estão repletos de sinceridade e verdade, ele os sustenta com atividade e força.

 Mas, em segundo lugar, a palavra "verdade" também é usada num sentido mais particular e restrito para significar a verdade cristã, "a verdade como está em Jesus". Um homem pode estar sinceramente errado. Você acha que não há sinceridade, senão a que Deus implanta? Não são muitos papistas sinceros? Muitos islamitas sinceros? Muitos destituídos de graça, e amargamente opostos à obra do Espírito, não são sinceros? Sim, certamente. Não espiritualmente, mas naturalmente sinceros. Veja as multidões de pessoas que este dia vão à igreja onde a verdade não é pregada; devemos fazer uma ampla varredura com todos eles, e dizer, que são todos hipócritas e desonestos, que estão fazendo isso para serem vistos pelos homens? Não ouso dizer isso. A sinceridade cristã é uma coisa; a sinceridade natural outra. Não foi Saulo de Tarso sincero? E os marinheiros que jogaram Jonas ao mar, não foram também?

 Mas, a própria sinceridade espiritual em conflitos mortais com o pecado e Satanás, não é suficiente sem um conhecimento da "verdade como está em Jesus". Os jovens convertidos são espiritualmente sinceros, mas quão incapazes de lutar nesta grande batalha! A verdade então, como revelada no evangelho da graça de Deus deve ser o fundamento de nossa força espiritual. Não podemos lutar contra Satanás com mentiras. Se lutamos contra ele, deve ser com a verdade.

 A verdade do evangelho revelada à alma e aplicada ao coração, e à consciência pelo Espírito Santo, deve ser o cinturão para fortalecer e guardar os lombos no dia da batalha.

2       2 .     Passamos a considerar a segunda peça da armadura cristã, "a couraça da justiça". Agora, como os lombos são a sede da atividade e da força, assim o peito é o assento do coração, a fonte do sangue que impulsiona através de cada artéria e dos pulmões, que alternadamente inspiram e expiram o ar vital do céu. Estas são duas partes vitais. Precisamos, portanto, de ter este duplo assento de vida especialmente seguro.

Espiritualmente visto, o CORAÇÃO pode representar duas coisas; em primeiro lugar a consciência, e em segundo lugar os afetos.

Agora todas estas partes vitais, a sede peculiar da vida e do sentimento, o domínio especial da religião do coração precisam ser cobertas com um peitoral celestial, pois se Satanás pudesse perfurar qualquer um desses, esse golpe seria fatal.

Mas quantas vezes ele aponta seu golpe contra o coração, como a sede da CONSCIÊNCIA! E se pudesse, por meio de golpes mortíferos naquele ponto sensível, mergulharia a alma no desespero! Se ele estivesse completamente desprotegido, lançaria dardo após dardo, e atiraria seta após seta na consciência, até que a fizesse sangrar até a morte. Precisamos então, ter a consciência guardada por uma peça da armadura celestial. Isto é fornecido pelo "peitoral da justiça"; não a nossa própria, mas a justiça imputada de Cristo.

Deixe que Satanás ataque o peitoral, se ele quiser. Ele não poderia perfurá-lo quando usado pelo capitão de nossa salvação, embora no deserto e no jardim, ele o empurrou severamente, como o Senhor diz; "Com força me impeliste para me fazeres cair, mas o Senhor me ajudou." (Salmo 118: 13). Deixe-o atacar agora como contra o peitoral usado pelo soldado. É o mesmo que golpear contra uma parede de sílica, contra um peitoral de aço. Se esse peitoral estiver bem ajustado, deixe que ele acuse, deixe-o tentar desesperar e diga: seus pecados são muito grandes para serem perdoados, você tem recuado além de toda esperança de recuperação, você não tem religião real; seu começo estava errado, o meio estava errado, e o fim será errado; você é apenas um hipócrita que morrerá em desespero, porque não há temor de Deus em seu coração. Estes são alguns dos "dardos ardentes" de Satanás contra a consciência. Se colocarmos a nossa própria justiça para nos proteger destes golpes, esta é apenas um peitoral de vime que o primeiro dardo ardente vai colocar em chamas, ou o menor golpe a atravessará. Precisamos de uma couraça de aço, não de vime, como nossos próprios dedos podem criar, mas a justiça de Cristo imputada, como Deer diz justamente;
 Justiça em você enraizada,
Pode aparecer para tomar sua parte;
Mas que a justiça imputada,
 Seja o peitoral do seu coração.
E as nossas Afeições também, porque o coração não é apenas o assento da consciência, mas o assento dos afetos. Que dardos ardentes Satanás pode jogar em nossas afeições! Que luxúria pode acender através do olhar! Que amor ao mundo, que desejo de ganho ganancioso, que imaginação sensual pode acender em uma chama! Mesmo as ternas afeições que adoçam o amargo cálice da vida; as relações sociais de marido e mulher, pai e filho, como ele pode distorcer até mesmo isto, e perverter em idolatria os laços mais sagrados!

O amor excessivo de Davi por Absalão quase lhe custou seu trono e sua vida. Eli amou seus filhos até que os arruinou, e trouxe uma maldição sobre sua casa.

Ainda mais, as afeições celestiais em si; os desejos puros, o amor celestial da própria implantação de Deus precisam ser guardados. Somente estas afeições da couraça da justiça de Cristo podem nos guardar e preservar puros, santos e ternos, para que a chama sagrada possa sempre ser queimada sobre o altar de um coração quebrantado.

 Mas o peito é também o assento dos PULMÕES, esse órgão importante da vida, pelo qual alternadamente inspiramos e expiramos o sopro do céu. Isso pode representar, num sentido espiritual;

1. A inspiração, ou respiração do Espírito de Deus, pelo qual nós atraímos o sopro do céu, "Vem dos quatro ventos, ó Espírito" (Eze 37: 9). 2. A expiração destes desejos celestiais pelos quais a alma se derrama diante de Deus, em busca de seu favor e presença.

Esta inspiração e expiração, essas entradas e saídas de vida divina precisam ser cobertas pela couraça da justiça, pois em breve, Satanás lançaria um dardo pelos pulmões para parar toda inspiração do favor de Deus, e toda expiração de desejo, gratidão ou louvor. Mas, nossa própria justiça... que defesa pobre ela é! Ela pode proteger o lugar vital dessas operações celestes? Mas, quando a couraça inexpugnável da justiça imputada de Cristo é recebida pelas mãos de Deus, encaixada no seio e firmemente entrelaçada; a consciência, as afeições e a vida de Deus estão todas protegidas como por uma armadura impenetrável.

3.      Mas, passemos aos pés. "Seus PÉS calçados com a preparação do evangelho da paz." Há uma armadura para as pernas e os pés, pois estes também podem ser atacados pelo Príncipe das trevas. Os pés têm que pisar frequentemente em caminhos poeirentos e pedregosos, e andar entre espinhos e laços. Na guerra antiga, os pés descobertos podiam ser feridos por uma arma chamada catapulta, que lançava bolas com três pontas de ferro, e se espalhavam no chão.

Por "os pés", podemos compreender espiritualmente nossa caminhada e conversa. Contra isto, Satanás pode ter um impulso terrível. Ele aponta para qualquer lugar não protegido; às vezes nos lombos, a sede da força e da atividade; às vezes no coração e nos pulmões, a consciência, os afetos e a vida de Deus; às vezes nos pés, a caminhada, a conduta e a conversa.

Aqui está uma de nossas maiores tentações; oremos para que Satanás não nos entrelace em nada vergonhoso, inconsistente ou impróprio! Ó como parecemos andar em meio a armadilhas e tentações! E como Satanás está apontando golpes mortíferos em nossas pernas e pés, para feri-los e derrubar-nos. Precisamos então, de calçados que alcancem metade das pernas, a fim de protegê-los desses ataques mortíferos de Satanás. E o que Deus providenciou?

"A preparação do evangelho da paz". Há algo muito doce e expressivo, embora talvez à primeira vista, obscuro, na palavra "preparação". Parece-me transmitir a ideia de que o "evangelho da paz" está preparado para os pés e as pernas. Não é um sapato de couro solto que pode ser chutado e ligado, não um chinelo velho e frágil, mas uma bota apertada, firme, forte - "Seus sapatos serão de ferro e bronze". Isso se encaixa estreita e firmemente ao redor da perna, e é "a preparação do evangelho"; a perna e o pé preparados para o evangelho e o evangelho preparado para a perna e o pé.


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 Assim, o apóstolo não nos envia para o Sinai para obter um sapato daquela montanha de fogo, nem para o ferreiro de Moisés e Aarão, para que eles possam forjar uma peça de armadura a fim de proteger e guardar nossa vida, caminhar e conversar. Mas, ele nos envia ao evangelho, "a preparação do evangelho da paz"; não a lei da guerra, mas o evangelho da paz. Aqui estará firme. Estar em paz com Deus através deste evangelho dá apoio firmemente.

Para ser calçado corretamente, o pé não deve estar nem na bota apertada da lei, nem no chinelo solto de "nossa própria obediência", mas no firme e ainda flexível, forte, mas suave, leve e ainda impenetrável sapato do evangelho.

 E observe, é "o evangelho da paz", não de disputas e brigas. Obtenha apenas uma doce sensação de paz em seu coração para que o evangelho da paz atinja a sua alma, e você encontrará uma peça de armadura que guardará a vida, a conduta e a conversa, e será sua melhor preservação neste deserto das investidas de Satanás em sua caminhada diária.

4. Para tornar a armadura completa, antes de passar para o escudo, vou em seguida tomar em ordem "o CAPACETE da salvação", que é para cobrir a cabeça. A cabeça, podemos considerar, como a sede de duas coisas especiais;

1. De energia, atividade, autoridade, movimento.

2. Compreensão e sabedoria. Agora, Satanás aponta seus golpes mortais em nossa cabeça, às vezes para destruir e paralisar toda energia e movimento, toda vida e sentimento nas coisas de Deus, e às vezes, para confundir nosso entendimento nos empurra para algum erro ou nos atrai para alguma heresia. Quão impressionante é um golpe na cabeça, quando desprotegida por qualquer defesa! Toda energia e movimento cessam. Assim na graça. Se a nossa cabeça não fosse guardada, como seríamos atordoados e paralisados pelos golpes de Satanás! E podemos observar que há uma relação íntima entre a consciência e a energia; já que é o mesmo órgão, o cérebro, que apreende, comunica influência a cada músculo. Se Satanás pode confundir nossa mente, então como ele paralisa todos os mecanismos do movimento!

 Sua mente, às vezes, não foi tristemente tentada por doutrinas erradas? Quando você já ouviu falar de algum erro mortal, não houve algo nele que parecia agarrar sua mente e compreensão carnal, de modo que parecia quase verdade? Agora, aqui está Satanás confundindo a mente, impressionante e desconcertantemente com seus erros plausíveis. Que grande necessidade, temos de uma peça de armadura para guardar a cabeça. E nós a temos provida por Deus; "o capacete da salvação".

Mas, por que o "capacete da salvação" é tão apropriado para a cabeça? Porque toda a verdade contém nela a salvação, e todo o erro envolve nele a condenação. Não há erros insignificantes. Todos os erros, examinados à raiz, são fatais. Satanás nunca se preocupa em introduzir um erro sem importância; seus golpes estão na cabeça. Se você examinar cada erro que surgir no exterior, verá que ele está sempre voltado para Cristo, para negar Sua divindade, Sua verdadeira filiação, a eficácia de Seu sangue, a imputação de Sua justiça, a verdade de Sua graça, o poder de Sua ressurreição; ou de alguma forma para destruir o crescimento na salvação completa, através da Pessoa, trabalho e sangue de Jesus.

Como Satanás, então, aponta esses golpes mortais em nossa cabeça para confundir nosso julgamento! Precisamos de uma peça de armadura para protegê-la, que é aqui chamada de "capacete da salvação".

Um filho de Deus se torna muito terno com a verdade. Separar-se da verdade é separar-se da vida; abraçar o erro é abraçar a morte; e quanto mais vive em comunhão com Cristo, mais valorizará "a verdade como está em Jesus". Nunca desista da verdade. Se você desistir da verdade, o que há então para salvar sua alma? Mas "o capacete da salvação" deve ser colocado e usado; e ele é usado quando a salvação é posta como está na Pessoa do Filho de Deus. Salvação pela graça. O que, senão isso somente pode proteger a cabeça no dia da batalha? Mantenhaa firmemente apoiada ao redor de suas têmporas. O legalismo e a autojustiça, a heresia e o erro irão atacar, mas nada poderão fazer contra você com o capacete da salvação.

5. A próxima peça da armadura que eu tomarei é "o ESCUDO da fé". Vimos o corpo guardado por todos os lados, exceto, como cria Bunyan, que "não há armadura para as costas". De qualquer forma, vimos o corpo guardado na frente, pois é uma batalha frontal; um cara a cara, mão a mão, pé a pé, ombro a ombro. Vimos os lombos, as pernas, os pés, o peito e a cabeça protegidos, mas pode haver talvez alguma parte não protegida. Temos de lutar com um inimigo muito hábil, que vigia todos os movimentos e todos os lugares sem guarda, para dar um golpe mortal. Precisamos então, de uma peça de armadura defensiva a mais, que nos tempos antigos era muito útil; o escudo, de modo que, olhando por todos os lados onde os dardos voarem, possamos opor-nos num instante.

Este escudo é "o escudo da fé". Quão necessário é isso! O que somos, onde estamos, como podemos lutar por um único momento, quando a incredulidade parece ganhar poder e prevalência?

Desfalecemos, afundamos, não temos forças para levantar um dedo, quando a incredulidade e a infidelidade funcionam tão poderosamente em nossa mente carnal. Como precisamos do escudo da fé; da fé no exercício vívido, para que possa ser contra Satanás, venha de qualquer lugar que ele possa vir, empurrando de qualquer lado que ele quiser!

Este escudo de fé é "acima de tudo" ou "sobre tudo", de modo a proteger qualquer parte que não esteja protegida, e a guardar todas as porções desprotegidas. Mas, uma razão é especialmente mencionada, "assim poderemos apagar todos os dardos de fogo do maligno."

Os antigos estavam acostumados a empregar "dardos ardentes", isto é, flechas com suas pontas acesas, que eram atiradas contra seus inimigos. Como isso representa belamente os dardos de fogo de Satanás! Suas injeções blasfemas e obscenas usadas para incendiaram a mente carnal! Como as flechas ardentes usadas pelos antigos, onde quer que furassem, seria incendiado. Mas, mesmo com toda a nossa força, nós não podemos resistir a esses ardentes dardos do diabo, essas infelizes sugestões blasfemas, essas terríveis injeções que este Príncipe das trevas atira na mente carnal. Precisamos da armadura celestial e do escudo da fé, para não dar crédito às mentiras de Satanás, porém quando vierem os dardos ardentes, devemos segurar o escudo, para que elas possam gastar toda a sua força nisso, e essas mentiras não possam incendiar. Nossa mente carnal é muito inflamável, o dardo menos ardente pode colocá-la em chamas, mas não é assim com o escudo da fé, que é feito de materiais que podem neutralizar todos os dardos ardentes.

Quando acreditamos que nosso interesse salvador no Filho de Deus, que nosso nome está no livro da vida, que Deus é nosso Pai, Cristo nosso Irmão, o Espírito Santo nosso Amigo e Mestre; quando podemos acreditar que tudo o que Satanás diz é mentira, que todas essas imaginações são apenas seus artifícios, que todas essas obras baixas são de sua fabricação, que todos esses pensamentos vis são por sua sugestão, e não tomá-los como nossos próprios quando podemos assim sustentar "o escudo da fé"; eles caem, eles não alcançam a alma; não encontram materiais que possam inflamar. Eles caem extintos pelo "escudo da fé". Mas, comece a duvidar, a temer e afundar, acreditando em tudo o que Satanás sugere; caia em seus raciocínios carnais, para ouvir suas sugestões infiéis e dar lugar a seus pensamentos vis, e toda a mente carnal é imediatamente incendiada. Como precisamos profundamente do escudo da fé para "apagar os dardos de fogo do maligno!"

6. Agora, as peças que eu até agora considerei são peças de armadura defensiva. Mas passo a uma peça, e apenas uma, de armadura ofensiva, a ESPADA, porque nesta batalha não temos meramente de receber golpes e nos defender deles, mas temos de manter a ofensiva, bem como a defensiva; temos de empurrar Satanás, bem como ser empurrado por ele; lutar com ele, assim como ele luta conosco. E qual é a nossa arma? Apenas uma. Mas, ó, quão eficaz ela é, sendo aqui chamada de "Espada do Espírito!

" Esta é a única peça de armadura ofensiva fornecida, e ainda sobre o último que estamos apetrechados. Quão aptos estamos para encontrar Satanás sobre o próprio terreno de Satanás!

Ele apresenta argumentos, e nós contraargumentamos; ele tenta, e somos seduzidos por suas tentações; ele fala, e nós escutamos; ele coloca o laço, e nós colocamos um pé para ser laçado. Se tentarmos lutar, é muitas vezes por alguma espada de nossa própria forja, não a “verdadeira lâmina de Jerusalém”, não a espada do arsenal celestial. Resoluções, promessas, lágrimas, reconhecimentos, confissões; tudo isso não passa de armas de origem terrena.

Quão lento, quão incapaz somos para tomar a única verdadeira arma, "a espada do Espírito, que é a palavra de Deus!" Que exemplo o abençoado Senhor nos deixou quando foi tentado. Três vezes Satanás trouxe suas tentações para derrotar Jesus, e três vezes Jesus enfrentou-o com a espada do Espírito, "Está escrito, está escrito, está escrito". Ele não usou nenhuma outra arma; e essa arma fez Satanás fugir.

 Ora, "a espada do Espírito" é "a palavra de Deus". Mas, só podemos usar esta espada até onde ela é aberta ao nosso entendimento, aplicada ao nosso coração, selada em nossa consciência, e a fé é dada para firmá-la. Uma promessa, um preceito, um convite, uma advertência, uma admoestação, uma verdade; não importa qual parte da palavra de Deus é adequada ao nosso estado e caso; ela só se torna "a espada do Espírito" pela fé, e é a única arma eficaz para derrotar Satanás. Através das tentações de Satanás, a alma às vezes parece estar pronta para afundar no desespero. É quase como se ele tivesse obtido a vitória, tão rapidamente atirando seus dardos ardentes; seta sobre seta, sugestão sobre sugestão.

Bem, como você pode ficar? Você não tem força em si mesmo; nunca teve nenhuma; e o pouco que você teve em Cristo, ou pensou que tinha, parece ter ido. Apenas neste momento crítico, alguma promessa parece cair em sua alma, apropriada para o seu caso; ela é usada como "a espada do Espírito"; e por isso o inimigo é espancado de volta.

Ou, Satanás está tentando você a algum pecado, e pintando diante de sua mente carnal algum prazer ou lucro a ser conquistado por comprometê-lo. Aqui está você, vacilante, e de pé à beira de uma queda. Neste momento crítico, o Senhor deixa cair algum preceito, admoestação ou advertência; a palavra vem com poder à sua alma. Aqui está "a espada do Espírito, a palavra de Deus"; por isso a tentação é derrotada, e Satanás rechaçado.

Oh, sem "a espada do Espírito" somos, por assim dizer, apenas um alvo para as flechas de Satanás! Mas, quando, além da armadura defensiva que o repele, há a arma ofensiva, "a espada do Espírito", que empurra, e o fere, ele é obrigado a bater em retirada até que ache ocasião oportuna para retornar a atacar.

 II. Então vem a receita celestial; como tomar, vestir e usar essa armadura corretamente. "Orando sempre com toda a oração e súplica no Espírito, vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos".

É pela fé, como veremos agora, que a armadura celestial é recebida, vestida e usada, mas é principalmente pela "oração da fé", pois crendo na oração a armadura é tomada; pela oração contínua "orando sem cessar. "Guardados pela oração espiritual" suplicando no Espírito. Se não orarmos continuamente no Espírito, os membros, por assim dizer, se encolherão e a armadura cairá.

Os cavaleiros antigos se exercitavam todos os dias com toda a sua armadura, ou não podiam suportá-la, nem usariam suas armas com destreza e força. Assim, o guerreiro cristão, com oração e súplica, deve "exercitar-se para a piedade". Sem "orar sempre com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança", a sentinela não ficará de pé na armadura, guardando e vigiando, e o seu próprio peso os esmagará.

Mas é "orando no Espírito". Não orações altas, longas, formais, nem repetições vãs, mas como Judas fala, "orando no Espírito Santo", pela ajuda e intercessão do Espírito; e "sempre"; em todas as estações, em todos os tempos, em todos os lugares, em toda parte, e sempre que o Espírito da graça e da súplica for derramado.

Mais uma vez, deve ser "toda a oração", isto é, todos os tipos de oração; oração pública, oração particular, oração mental, oração clamando, oração gemendo, oração chorosa, oração meditativa; oração fraca, oração forte; oração de necessidade, oração de importunidade; oração de distância e oração de proximidade; a oração do cobrador de impostos, do leproso e do proscrito, bem como a oração do crente, da esperança e do amor.

Com a oração, deve-se juntar a "súplica", isto é, suplicar ao Senhor, chorando a seus pés, implorando para que Ele apareça, dobrando os joelhos e derramando a alma em seu seio. A isso deve somar-se "vigiando nisso". Para observar a resposta; esperando a manifestação do Senhor "mais do que aqueles que esperam pela manhã".

E isso, "com toda a perseverança", nunca desistir, não negar nada, implorar ao Senhor uma e outra vez, e lutar com Ele até que pareça abençoar, visitar e brilhar sobre a alma.

 Oh, como esta receita celestial mantém cada parte da armadura brilhante, bem como o soldado ativo e especialista em seu uso! A armadura de fato, como sendo do céu, não fica nem maçante nem enferrujada; somos nós que ficamos lentos em seu uso. Mas, pela nossa apreensão, fé e oração torna-se mais brilhante.

Como, por exemplo, "a oração de fé" ilumina o cinturão da verdade, e o faz brilhar!

Como ela lustra o peitoral, e faz com que se encaixe firmemente ao redor do peito!

Como faz o capacete brilhar no sol! Como rebate cada golpe com o escudo!

E como aguça "a espada do Espírito", dá-lhe um polimento mais brilhante, e fortalece o braço para empunhá-la com renovada atividade e vigor!

Ó este é o segredo de toda a verdadeira vitória! Tudo deve estar bem, quando estamos em espírito de oração, meditação, observação; e tudo está doente, quando esta receita celestial é negligenciada, quando as mãos caem, os joelhos desmaiam, e a oração parece morta e imóvel em nós.

Que haja na alma um espírito permanente de oração, e a vitória será certa. Satanás tem pouco poder contra a alma que tem um espírito permanente de oração, e está "vigiando nisso com toda perseverança". Mas, sem este espírito de oração, somos uma presa de todas as suas tentações, e não podemos tomar, vestir, nem usar a única armadura contra elas.

Tal é, portanto a armadura que Deus providenciou, e tal é a maneira pela qual ela deve ser tomada, vestida e usada; tomada pela fé, vestida pela oração e manuseada com a perseverança, pois ela nunca deve ser retirada até que a morte a destrua. E, você pode confiar nisso, que Deus não teria fornecido uma armadura como esta, tão completa, a menos que houvesse uma batalha real para ser travada.

Os guerreiros cristãos não são soldados chineses antigos, que usavam armadura de papelão, pintada para parecer ferro, mas sua armadura é de aço real; portanto como Deus forneceu uma armadura como esta, é claro que eles não têm nenhum inimigo insignificante para lutar.

 Agora o grande estratagema de Satanás é esconder sua força. Ele é como um general hábil, que não mostra todo o seu exército, mas os esconde atrás de sebes, paredes e árvores, e os mantém nas trincheiras, para que o inimigo não veja toda a sua força. Satanás nunca é tão poderoso como quando pensamos menos de seu poder; e nunca é tão bem sucedido como quando atira em nós por trás da trincheira.

O apóstolo diz; "Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as ciladas do diabo". É a sua arte diabólica e sutileza que temos tanto a temer. Deixe de lado uma peça da armadura, e você é imediatamente abatido.

O texto fala de "dia mau", ou seja, um dia de perigo, de alarme; um dia em que o Príncipe do Mal está planejando, um dia mau, escuro e sombrio para nós, a menos que tenhamos a armadura celestial, e saibamos usá-la.

 "Revesti-vos", diz o apóstolo "tomai toda a armadura de Deus". Há uma colocação dela sobre nós. Não é como o nosso "Arsenal da Torre", onde armas, pistolas e outras armas militares estão penduradas em círculos ornamentais para serem vistos como um espetáculo, mas deve ser tomado, para ser colocado, para ser recebido das mãos de Deus, e apertado por seus próprios dedos.

 Já mostrei como a oração e a vigilância são necessárias para a colocação da armadura celestial. Mas, posso ainda acrescentar que é pela fé que colocamos em cada peça; se não temos fé, não temos sinceridade cristã, nem conhecimento espiritual da verdade, portanto, "os lombos não se esgotam com a verdade".

Se não temos fé, não temos nenhuma couraça da justiça de Cristo, pois isso só é colocado pela fé.

 Se não temos fé, não temos defesa para os nossos pés, porque é pela fé que nós andamos, portanto os pés não são "calçados com a preparação do evangelho da paz". Se não temos fé, não temos capacete, porque a "salvação" é alcançada pela fé. Se não temos fé, não podemos ter "o escudo da fé"; isso é evidente. Se não temos fé, não podemos usar "a espada do Espírito", que é atuante apenas pela fé. Se não temos fé, não temos oração verdadeira, pois é "a oração da fé" que é eficaz com Deus. Pela fé, portanto cada peça da armadura celestial é posta; e pela fé, a fé viva, cada parte dela é usada.

Que pessoas estranhas nós somos! Capazes de lutar um dia, e fugir no próximo; resistindo a  Satanás neste momento, e dando lugar a ele em outro momento. Como isso deve ser contabilizado?

Porque neste momento temos fé; no próximo, parecemos ter nenhuma. A fé é para a alma, o que uma engrenagem principal é para o relógio. Se a engrenagem principal está quebrada, ou faltando, qual é o valor do relógio? Assim, a fé é a fonte principal da alma. Não havendo fé, não há movimento interior. Deve haver fé na alma para que as mãos se movam de acordo com a vontade de Deus.

Quanto à fé, não precisamos apenas vestir, mas usar e manejar esta armadura celestial, para "resistir no dia mau, e tendo feito tudo, permanecer inabaláveis". Que inundação de luz isto faz, sendo lançado sobre o caminho de um cristão, que está em maior perigo após a vitória!

Bunyan tem maravilhosamente tocado sobre isso, onde representa o Cristão tropeçando e caindo imediatamente, depois que tinha alcançado uma vitória sobre o inimigo. Quando você tiver, na força de Cristo, vencido uma tentação, estará à beira de outra e o próprio orgulho que eleva seu coração por ter ganhado uma batalha, só abre caminho para cair no próximo encontro.

Que estranha guerra! A máxima de Paulo não serviria para o duque de Wellington; "Quando sou fraco, então sou forte." Isso não o faria ir à batalha. Nós nunca somos tão fracos como quando, em nós mesmos somos fortes; e nunca somos tão fortes como quando em nós mesmos somos fracos.

 Deixe-me pensar que estou seguro, e eu caio; deixe-me temer cair, e estou seguro. Ó mistérios da vida cristã! O paradoxo da guerra celestial! E, com a mais profunda sabedoria o apóstolo disse "Tomai para vós toda a armadura de Deus". Não deixe uma única peça de fora; sua vida está em jogo, não se esqueça de uma fivela, não deixe solto um único fecho; "Para que possais resistir no dia mau".

Há um dia mau vindo, um dia de tentação, uma hora de provação; um dia mau, quando as nuvens se acumulam negras, a atmosfera se esparrama com a escuridão, e o inimigo surge em toda a sua força. Naquele "dia mau", a hora da tentação, quem pode suportar? Ninguém exceto aquele que tem "toda a armadura de Deus".

Bem, o dia mau passa, o céu se dissipa, as nuvens se rompem, o sol nasce e seus brilhantes raios de luz olham para a armadura do guerreiro. Está ileso, ela efetivamente o protegeu; os dardos ardentes caíram apagados a seus pés. Ele está a salvo agora?

Quando se ganha uma batalha, a paz será proclamada e mantida pelo resto da vida?

Não é assim na guerra celestial. "Tendo feito tudo", ou, "vencido tudo", e obtido a vitória, então vem a dificuldade.

 Ora, é como se houvesse maior perigo depois da vitória do que antes, porque quando a batalha foi travada e o inimigo fugiu, então estamos dispostos a deixar de lado a armadura celestial. Podemos dizer, "nós temos lutado e vencido, vamos desfrutar a vitória, obter nosso despojo, pendurar a armadura, e ter um descanso tranquilo para nos refrescar." Mas Satanás nunca dorme, nunca descansa, nem cansa, portanto quando o guerreiro cristão colocou a  armadura de lado, e disse "Agora me deixe dormir, eu ganhei a vitória!", esse é o momento para o seu insuspeitado adversário pegá-lo de surpresa e apontar para ele um golpe mortal, O apóstolo diz, "Tendo feito tudo, ou vencer tudo, permanecer firme."

 Ó, nunca devemos deixar de lado a armadura celestial! E é uma misericórdia, que se temos uma peça, temos todas. Deus não nos envia para a batalha meio armados. Aquele que providenciou uma, forneceu tudo.

Que isto também seja lembrado e encorajado; que o Senhor ao escolher os recrutas, não escolhe como os sargentos do nosso exército, os fortes, ativos, robustos, vigorosos e saudáveis. Ele admite pessoas estranhas em seu regimento; aqueles a quem nenhum médico do exército admitiria - o alto, o coxo, cego, aleijado, asmático, o doente no coração; Ele os alista em seu regimento celestial, e os torna todos "restaurados" com um toque de seu dedo, os veste com sua armadura celestial, os envia para a batalha e luta por eles como "o Senhor dos exércitos".

 Assim, fracos em si mesmos são fortes em Cristo, e no poder de sua força. E cada soldado, eventualmente ganhará o dia, ganhará o prêmio, e sairá mais do que vencedor por meio dAquele que o amou e se entregou por ele.

Traduzido, Adaptado e Editado por Silvio Dutra Jan/2017

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                                           O ESPÍRITO SANTO EM EFÉSIOS



por Thomas Bentley, Malásia

Lucas, pelo Espírito de Deus, registra no livro de Atos três incidentes relevantes quando três classes diferentes de pessoas receberam o Espírito Santo de Deus. Estes foram: judeus (cap. 2), samaritanos (cap. 8), e gentios (cap. 10). Entretanto, quando Paulo chegou a Éfeso, ele encontrou doze homens que haviam sido batizados com o batismo de João, e que não tinham conhecimento da vinda do Espírito Santo, como suas palavras mostram: “Nem sequer ouvimos que o Espírito Santo é dado” (At 19:2, VB). O v. 6 acrescenta: “E impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam”. 
Portanto, não deixa de ser significativo que, mais tarde, quando Paulo se comunicou com a igreja em Éfeso, ele fizesse, pelo Espírito Santo, doze referências claras ao Espírito Santo, que serão o nosso assunto daqui para frente.

O ministério mediador do Espírito de Deus
Em relação ao propósito divino (1:13) Nesta passagem de tanta importância divina, aprendemos sobre a conclusão, pelo Espírito, da obra da Trindade mediadora, na qual temos o propósito do Pai (vs. 2-6), a aquisição do Filho (v. 7), e a presença do prometido Espírito Santo (vs. 13-14). Se a minha salvação depende somente da escolha soberana de Deus, então, que necessidade tenho eu de crer? Paulo certamente não está confundindo o assunto, antes, por inspiração divina, está confirmando o meu imenso privilégio de ter ouvido
o Evangelho, seguido pela reação necessária de crer, momento no qual eu fui selado com o Espírito Santo da promessa. 

Em relação à provisão divina (1:17)

A misericórdia enriquecedora do nosso Deus está registrada para nosso bem e encorajamento espiritual, como podemos ver na dádiva feita a nós do “Espírito de sabedoria e de revelação”, por quem somos capazes de compreender o propósito da provisão divina. Assim nós temos esclarecimento (v. 18a), encorajamento (v. 18b), enriquecimento (v. 18c), e eficiência (v. 19) divinos. Se uma alma nunca crê, essa bênção nunca será sua, pois Seu poder é “sobre nós, os que cremos”.

Em relação à presença divina (2:18-22)

O ministério enriquecedor do Espírito de Deus é muito valorizado quando reconhecemos que o nosso conhecimento do Pai é, em primeiro lugar, o resultado da obra do Senhor Jesus tanto para judeus quanto para gentios salvos pela graça, e que o bendito acesso que valorizamos como um dos nossos maiores privilégios é conhecido pelo poder do Espírito. 
Nós não somente temos esse privilégio como também, no v. 19, reconhecemos com prazer inexpressível que nós, como gentios, não somos mais “estrangeiros nem forasteiros”, mas “concidadãos dos santos, e da família de Deus”. Mas ainda há mais pela frente, pois ao ponderarmos sobre a obra contínua da graça, vemos que não fomos somente trazidos ao Pai: mas também o Pai, como nosso Deus, foi trazido a nós, como afirma o v. 22: “No qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito”.

Em relação ao preceito divino (3:5; 6:17)

A própria natureza desta dispensação da graça excede em muito a compreensão natural. As pessoas ao nosso redor, sem Cristo, nada sabem do caráter da época em que vivemos, e não compreendem que há pessoas vivas que são nascidas de Deus e que pertencem a Deus. Aqui em Efésios 3:5, a Palavra de revelação, para a dispensação presente, é comunicada pelo Espírito de Deus. Poucos são, nos nossos dias, os que aceitam a absoluta autoridade da revelação divina, mas Paulo certamente deixa claro que essa grande e rica comunicação de Deus, tendo em vista a bênção dos Seus, é dada “pelo Espírito aos Seus santos apóstolos e profetas”. A maior farsa da atualidade é a alegação de que o Espírito de Deus continua a se comunicar através de revelação divina. É importante que os santos estudem cada palavra, em qualquer passagem das Escrituras Sagradas. Ao fazer isso em Efésios 6:17, será esclarecedor descobrir que o termo traduzido “palavra” é rhema, e não é a palavra geralmente usada, logos. Desta distinção aprendemos que a palavra divinamente entregue é sempre apropriada e apta para a ocasião. 

Em relação ao poder divino (3:16; 5:18)

O parágrafo em que se encontra o nosso assunto (3:14-19) registra a segunda oração de Paulo pelos santos em Éfeso: a sua oração pelos santos é que o Pai lhes conceda serem fortalecidos pelo Espírito no homem interior, para que Cristo possa habitar em seus corações. Aqui temos um ponto muito animador com relação à presença do Espírito em nós. É Ele que nos dá o poder para oferecermos uma morada ao Salvador. Lembramos, com tristeza, que quando Ele veio à Terra pela primeira vez “não havia lugar para eles na estalagem” (Lc 2:7). Mas quando Ele falou com Zaqueu, Suas palavras foram maravilhosas: “Porque hoje Me convém pousar em tua casa”. É somente pelo poder do Espírito Santo que habita em nós que podemos oferecer ao Salvador uma morada.
Em 5:18 somos capacitados pelo Espírito a viver com louvor abundante subindo continuamente dos nossos corações a Cristo. Cada um de nós entende plenamente as consequências da primeira parte deste versículo, pois muitas vezes já nos encontramos com pessoas dominadas por outro tipo de espírito, e testemunhamos as consequências disso. 
Mas simplesmente estar cheio do Espírito nos permite oferecer louvor abundante ao nosso bendito Senhor com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor no nosso coração.

Em relação ao privilégio divino (4:3, 30) 

Vendo essa exortação direta e tão necessária, é muito reconfortante saber que nós não precisamos criar esta unidade. Ela já existe como resultado da soberania divina, portanto é a nossa obrigação corresponder e manter aquilo que já existe, e isso pelo poder e auxílio do próprio Espírito Santo.
Já fomos exortados, no v. 3, a manter a unidade, e agora, no v. 30, temos um mandamento relacionado com sensitividade, que nos ensina a não entristecer o Espírito Santo. De acordo com o relato de Isaías, até mesmo o povo de Deus, no passado, fez exatamente isto (63:10).
Tal ação desagradaria profundamente a Deus, e justificaria retribuição divina em castigo severo.

Em relação a provisão divina (4:4; 6:18)

O lugar que o Espírito Santo ocupa em I Coríntios 12 é semelhante ao da passagem agora diante de nós, já que ambas anunciam a concessão de dons para a edificação do corpo de Cristo, localmente em Coríntios, mas num contexto dispensacional em Efésios. Assim, o Espírito está constantemente provendo para o nosso crescimento espiritual com recursos que são divinamente inesgotáveis. O Espírito de Deus não somente concede o dom, como também supre abundantemente o poder, a graça e a habilidade pelos quais o dom opera. Qual é o poder pelo qual um servo de Deus, trabalhando como evangelista, encontra auxílio, fruto e bênção? É somente pelo poder e graça do Espírito de Deus que capacita. Assim também com o ensinador, o ancião, ou em qualquer outro serviço prestado, nenhuma bênção será provada ou gozada sem o poder e capacitação do Espírito.
Se o termo “pregação” descreve o serviço que consideramos no parágrafo anterior, podemos dizer que a palavra “oração” engloba o exercício em Efésios 6:18, que é promovido somente pelo Espírito. O v. 18 traz um uso simples, mas instrutivo, do que chamaremos uma “pequena” palavra. É pequena porque é composta de somente quatro letras, mas sua abrangência é vasta, como, na realidade, “toda” sempre é. Repare: “toda a oração” — a prática do nosso exercício; “todo o tempo” — a perpetuidade do nosso exercício; “toda a perseverança” — a perseverança do nosso exercício; “todos os santos” — as pessoas do nosso exercício. 

A importância prática e pessoal do Espírito de Deus 

Sempre fazemos questão de evitar mera repetição, entretanto, é um exercício encorajador visualizar estas doze referências à Pessoa e obra do Espírito Santo de uma maneira pessoal, que trará a plenitude e graça do Espírito de Deus para dentro das nossas vidas diárias, de forma prática e efetiva.

Minha herança e certeza (1:13)

Nada traz mais certeza para alguém que acaba de receber uma herança inesperada, do que ter todos os detalhes oficializados num documento legal. Ele pode ouvir isso da boca de alguém, mas nada traz mais certeza do que ter a prova confirmada por um carimbo oficial. Cada crente no Senhor Jesus tem a mesma garantia confortadora de tudo que temos em relação à nossa herança espiritual eterna. Isso é gloriosamente confirmado pelo fato que fomos “selados pelo Espírito Santo da promessa”. 
Refletir sobre as palavras de Paulo aos Coríntios (II Co 1:22; 5:5) confirma a garantia que ele dá aos santos em Éfeso, e a todos os que têm depositado a sua total confiança no Senhor Jesus Cristo como Salvador. Embora seja um fato, é também inacreditável, que muitos propagam a possibilidade (como eles dizem) que “uma pessoa pode ser salva hoje, e perdida amanhã”! O Deus que nos salvou e abençoou com uma certeza tão bendita acrescenta: “… o Qual é o penhor da nossa herança, para [até a] redenção da possessão adquirida, para louvor da Sua glória”. 
Vale a pena considerar o significado da palavra “penhor” (arrhabon), pois não somente confirma a segurança da questão, como também indica, de forma significativa, a continuidade da bênção que o nosso Deus em graça nos tem concedido.

Minha instrução e apreensão (1:17)

Falando de um ponto de vista natural, se eu fosse o escritor dessa expressão valiosa, teria colocado o tema da revelação em primeiro lugar, e depois a sabedoria, mas quão esclarecedor é reconhecer que a ordem que Deus segue se aplica à atuação da Sua obra de graça em nossos corações. Assim, o tema diante de nós é rico e real, ao sermos enriquecidos e depois esclarecidos. No momento quando confiamos no Senhor Jesus, agimos em obediência ao Evangelho. Entretanto, havia muito acerca do nosso novo estado que não apreciávamos, mas fomos divinamente capacitados a compreender plenamente a causa e a direção da nossa mudança. No v. 18 Paulo está confirmando a revelação do nosso esclarecimento (compare Ed 9:8, a sua recuperação — Sl 13:3, a sua realidade — Sl 19:8, a sua retidão — Pv 29:13, os seus recursos — I Sm 14:17-28, a sua reposição). Em seguida temos algo para encorajar (“para que saibais qual seja a esperança da Sua vocação”), algo para enriquecer (“e quais as riquezas da glória da Sua herança”), e algo para energizar (“e qual a sobre-excelente grandeza do Seu poder”). 

Minha introdução e acesso (2:18) 

Que realidade bendita Paulo expressa no v. 14, quando ele usa a simples palavra “um”: “… o Qual de ambos os povos fez um”. É sempre bom ter certeza que entendemos as palavras simples e a estrutura gramatical empregada pelo Espírito. A palavra “um” aqui é neutra* quanto ao gênero, deixando perfeitamente claro que Paulo está enfatizando que as duas posições são uma, o que revela claramente que os de Israel que confiaram em Cristo, juntamente com os cristãos gentios, ocupam uma mesma posição diante de Deus. Olhemos agora para a mesma palavra nos vs. 15-16 (“um novo homem”; “um corpo”). Aqui está no gênero masculino, logo os povos são um. Isso nos traz ao nosso privilégio, que ao nos aproximarmos da presença e Pessoa do nosso Deus e Pai, fazemo-lo no poder e ajuda do “um” Espírito que formou a unidade acima mencionada.

Minha edificação e consciência (2:22)

Mais uma vez estamos diante de outro aspecto da nossa posição e privilégio comuns. Nunca devemos ignorar o fato que Paulo está falando da Igreja dispensacional, da qual fazemos parte por meio da graça divina. Paulo começa com “no Qual”, que certamente se refere à Pessoa mencionada nos vs. 20-21 — “Jesus Cristo” e “Senhor”. As próximas palavras, “também vós”, referem-se ao povo. Que privilégio isso revela quando meditamos na graça de Deus que nos coloca nesta associação. 
Depois seguem as palavras “juntamente sois edificados”, indicando o processo. A estrutura é incontestável, a unanimidade é indisputável e a unidade é imutável. Mas ainda tem mais: Paulo, pelo Espírito, revela o propósito: “para morada de Deus”. Ficamos abismados ao pensar que o nosso Deus tenha escolhido tal morada. Finalmente, o poder para essa verdade é “em Espírito”. Se esse ato bondoso de Deus, em plano e propósito, tivesse sido deixado para nós como Seu povo, é óbvio que devido à nossa fraqueza humana nunca teria se concretizado. É isso que suscita o nosso louvor e adoração da Sua soberana graça e poder, demonstrada no e pelo Espírito de Deus.

Minha inclusão e associação (3:5)

Antes de tudo, Paulo relata que lhe foi concedido por Deus compreender a verdade do mistério por revelação divina, como ele afirma no v. 3. Isso deu ao apóstolo uma noção clara do propósito divino, como ele confirma nas palavras do v. 4: “… podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo”. No v. 5 ele confirma que não foi o único a receber esta verdade, pois ele acrescenta: “… como agora tem sido revelado pelo Espírito aos santos apóstolos e profetas”. Continuando, no v. 6, aprendemos que, no propósito divino, somos “coerdeiros”, “de um mesmo corpo”, e “participantes da promessa em Cristo pelo evangelho”. 
Nada pode ser comparado com o nosso privilégio, mas que a nossa sincera intenção seja viver de acordo com aquilo que o propósito de Deus, por graça divina, nos apresentou. A plenitude disso enche os nossos corações de gratidão e confiança, condenando claramente qualquer reivindicação de uma nova revelação, o que definitivamente tornaria esta passagem incompleta.

Minha intimidade e atividade (3:16)

Uma característica bem instrutiva da maioria das epístolas de Paulo é a menção que ele faz do seu exercício em oração por aqueles para quem está escrevendo. Já observamos sua oração no cap. 1, que tem  a ver com questões de posição; mas na passagem diante de nós (vs. 14-19) a ocupação de Paulo tem a ver com coisas práticas. Isso é manifestado de forma maravilhosa no uso quíntuplo das palavras simples mas instrutivas, “para que”. A primeira indica o seu desejo pelo nosso enriquecimento: “para que … vos conceda”. A seguir vem a nossa energização:
“para que… sejais corroborados com poder pelo Seu Espírito no homem interior”. Pode haver algo de que mais necessitamos, hoje, do que ver este pedido de Paulo plenamente realizado nas nossas vidas pelo poder do Espírito Santo de Deus? É uma verdade, mas ainda há mais, pois Paulo faz um pedido relacionado ao nosso privilégio: “para que Cristo habite pela fé em vossos corações”. Isso nos faz lembrar as palavras de Cristo a Zaqueu: “Hoje Me convém pousar em tua casa”. 
Ter o Senhor tão próximo já é precioso, mas será que é uma coisa constante? O próximo uso dessas palavras significativas é: “a fim de que [para que], estando arraigados e fundados em amor”, e aqui podemos empregar acertadamente as palavras esfera de atuação como sendo descritivas do exercício de Paulo. Nada enriquece mais a alma do que andar diariamente consciente do valor, da riqueza e da adoração que o Seu amor promove. Chegamos agora à última: “para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus”, que nos permite compreender a nossa expansão espiritual, que não é somente para os anos de vida, mas para toda a eternidade.

Meu envolvimento e apreciação (4:3)

A preservação das coisas que são essencialmente divinas está segura, pois são divinamente protegidas pelo poder de Deus, e podemos ter certeza que se alguém ou alguma coisa tentar fazer algo para contaminar ou destruir, o resultado será um juízo inevitável. No entanto neste versículo, ao usar as palavras “esforçando-vos diligentemente” (VB), o apóstolo se dirige aos santos e os convoca a estar sempre vigilantes. 
Qual é o assunto na mente do apóstolo? “Guardar a unidade do Espírito”. Isso nos preservará como povo de Deus, fazendo-nos desistir de introduzir qualquer coisa que seja contrária ao princípio e à prática divina. É a nossa maior responsabilidade manter aquilo que o nosso Deus, em graça, nos tem revelado. Deve ser óbvio a todos que, onde houve desobediência resoluta desta ordem celeste, o resultado triste foi a destruição da Verdade e a divisão do testemunho. Este comportamento tem, muitas vezes, perturbado a harmonia dos santos, e por isso é que há a necessidade de desejar graça para cumprir a exigência clara do Espírito para manter a unidade “pelo vínculo da paz”. 


Meus interesses e aceitação (4:4)

O fato que o Espírito Santo, como em I Coríntios 12:4-11, ocupa tal lugar em termos da Trindade, nos assegura da Sua Divindade e autoridade, que deve ser constantemente e efetivamente reconhecida, em todo aspecto do nosso serviço, ao usarmos o dom concedido por Ele. No decorrer do nosso estudo da Bíblia devemos seguir o princípio de interpretação de que a verdade da Palavra nunca seja comprometida, do contrário a verdade fica nublada e o ensino das Escrituras confuso. Amados no Senhor, permitam-me enfatizar esta obra do Espírito Santo, pois muitos, hoje em dia, escolhem desconsiderar fidelidade à Palavra. O Espírito nos ajuda a extrair (interpretar), e não acrescentar às Escrituras. 

Minha insensibilidade e atenção (4:30)

Será que posso ser insensível ao fato que sou capaz de entristecer o Espírito? Investigando as ocorrências desta palavra “entristecer” (lupeo), vemos que ela é usada vinte e seis vezes no Novo Testamento. Seu uso geralmente indica uma condição de tristeza, mágoa. Será que pelo meu modo de viver, de qualquer forma, eu posso entristecer o Santo Espírito de Deus? Que o Senhor possa nos preservar, na Sua graça, de tal possibilidade, já que infelizmente isso pode, sim, acontecer. Já notamos que Isaías deixa claro que Israel fez isso (63:9). É uma grande manifestação de graça, que nossos atos desfavoráveis não alteram a nossa segurança, pois estamos “selados para o dia da redenção” pelo mesmo Espírito. 

Minha energização e alvo (5:18)
Uma leitura de Lucas 1:15 confirmará que João, desde o seu nascimento, deveria se sujeitar às características de um nazireu, em relação àquilo que ele não deveria fazer, e que por divina graça ele seria “cheio do Espírito”. Na medida em que caminhamos no nazireado espiritual nós, do dia da graça, podemos conhecer o privilégio de sermos cheios do Espírito Santo. Nada irá exercitar mais nossas ações, trabalho e serviço do que estar verdadeiramente cônscios da presença e do poder do Espírito no nosso interior. Isso resultará numa abundância de louvor ao nosso bendito Senhor, pessoalmente e coletivamente (v. 19), ao darmos graças, continuamente, ao nosso Deus e Pai em nome de nosso Senhor Jesus Cristo (v. 20). Esses atos preciosos de adoração e louvor devem ser seguidos por uma submissão espiritual uns aos outros, no temor de Deus (v. 21). Como é triste saber que os irmãos podem falar com o Senhor em reuniões de qualquer tipo, e ao mesmo tempo, deixam, propositalmente, de falar com seus irmãos. 

Meu instrumento e armadura (6:17) 

É maravilhoso como o nosso Deus nos tem equipado para a posição que Ele espera que mantenhamos nesses dias de conflito espiritual. Sendo os “lombos” a fonte de contribuição, certamente é necessário que eles estejam cingidos com a verdade, do contrário podemos dizer e fazer coisas que seria totalmente contrários à mente e à vontade de Deus. Semelhantemente, a fonte da nossa afeição precisa ser preservada, para que o nosso amor e afeições não sejam direcionados a outros e não a Deus. Da mesma forma, nossos pés precisam ser calçados com a preparação do Evangelho da paz, pois muitos que conhecemos hoje no serviço do Evangelho andam em áreas onde prevalecem a desonra e desobediência espiritual. Temos ainda para nossa proteção o “escudo da fé”. Trata-se de um escudo longo que protege o corpo todo, e aqui é retratado como a revelação plena de Deus, como uma proteção forte contra os dardos inflamados do inimigo. A nossa proteção total não pode estar completa sem o uso de dois itens essenciais da nossa armadura: “o capacete da salvação e a espada do Espírito”. É o “capacete da salvação” que preserva a mente de aceitar sem reservas qualquer coisa além da Palavra. A “espada do Espírito, que é a palavra de Deus” se refere à totalidade da Bíblia. Já notamos que o termo para “palavra” usado aqui pelo Espírito de Deus refere-se à palavra adequada para o momento. Daí a nossa necessidade de estarmos plenamente e diariamente familiarizados com a Palavra de Deus (compare Ne 8:18a). Assim, na rica provisão que o nosso Deus tem feito para nossa cabeça e mão, temos os recursos adequados que promoverão e preservarão nossa capacidade de “estar firmes contra as astutas ciladas do diabo”.

Minha intercessão e súplica (6:18)

Paulo nos garante que na nossa oração precisamos da capacitação divina que somente o Espírito pode dar (Rm 8:26-27). Da mesma forma, Judas 20 tem as seguintes palavras de conselho espiritual: “Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo”. Chegamos agora à última referência ao Espírito Santo na epístola aos Efésios, e ela O revela sob um aspecto muito necessário na nossa vida para Deus. Em nosso exercício de oração, necessitamos da Sua capacitação divina para que possamos orar de acordo com a Sua Palavra, para que possamos pedir o que Ele há de conceder liberalmente, se for de acordo com a Sua vontade. Embora as palavras “todos os santos” abrangem muitos que não conhecemos, e de cujas necessidades não sabemos, é confortador saber que Aquele a quem fazemos nossos pedidos conhece a todos. Há aqueles que conhecemos pessoalmente, e obviamente as nossas orações por estes podem ser específicas, como Paulo faz com clareza ao dirigir o exercício espiritual dos santos em Éfeso em relação ao seu próprio serviço para o Senhor (vs. 19-20).

Para todos os que leem estas linhas, concluímos com as palavras do apóstolo, ao terminar a carta: “Paz seja com os irmãos” — sua oração pela tranquilidade deles; “e amor com fé” — seu pedido pela fidelidade deles; “da parte de Deus Pai” “e da do Senhor Jesus Cristo” — sua confiança na continuidade deles; “A graça seja com todos os que amam a nosso Senhor Jesus Cristo com amor incorruptível” (VB) — seu desejo pela sinceridade deles. 

Quão apropriadas são as palavras de Albert Midlane: 

Nosso Pai e nosso Deus! 
Abençoamos Teu santo nome; 
As promessas a nós cumpridas, 
Tua fidelidade proclamam. 
Por Jesus glorificado o Espírito Santo foi dado, 
Para aumentar no peito dos filhos 
Teus o penhor do seu lar. 
Os tesouros que encontramos em Jesus, Ele revela; E
le nos conquista, pelo amor de Jesus, para amar os caminhos de Jesus. 
E pelo Seu poder constrangidos, o testemunho compartilhamos 
De Jesus e Seu sacrifício, por quem os mortos vivem.  
Ele, pela Tua Palavra fiel, ilumina nosso caminho;
E Ele escreve nos corações do Seu povo a Tua Palavra santa.
As promessas se tornam para nós uma porção segura,
E, na esperança do que está por vir, pelo Seu poder perseveramos.
Que nunca O magoemos, mas na luz e no amor andemos,
Na alegria de santa comunhão provarmos da alegria do Céu.
Guiados pelo Teu Espírito, como filhos de Deus, desconhecidos,
Selados, até o dia da redenção, quando Teus filhos receberás.

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